Eu sei o segredo de vocês.

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Depois que o Sr. Jang saiu do quarto, deixando Hong para descansar, Mi Ra entrou com um semblante preocupado. Ela não perdeu tempo e começou a repreender a amiga.

— Hong, você precisa ser mais cuidadosa! Por que não usou sua telecinese ou qualquer outra coisa para evitar o tiro? Jogar-se na frente de uma bala foi uma loucura! — Mi Ra exclamou, sua voz carregada de frustração.

Hong, com a cabeça baixa, respondeu enquanto levava uma colher de sopa à boca:

— Mi Ra, a bala já estava fora da arma e indo direto para ele. Você pensa que achariam normal se a bala simplesmente parasse no meio do caminho?

— Eu não dou a mínima para o que acham normal, olha só o que aconteceu! Você se machucou! — Mi Ra retrucou, cruzando os braços e olhando para a amiga com firmeza.

— Mas eu estou bem — Hong disse, com um suspiro, tentando acalmar Mi Ra, que agora olhava fixamente para ela, claramente tentando encontrar as palavras certas para perguntar sobre a cicatriz estranha que havia visto mais cedo. No entanto, desistiu de tocar no assunto e continuou sua bronca, sem dar trégua.

— E eles vão achar normal você melhorar tão rápido? Nem para fingir que está mal! Aish!!

Hong, por sua vez, deixou Mi Ra falar, mas seus pensamentos já estavam em outro lugar, até que de repente, seus olhos se arregalaram e ela gritou:

— É isso!

Mi Ra, assustada, deu um passo para trás.

— É isso o quê? Pelo menos está me ouvindo?

— Desculpe, Mi Ra — Hong riu levemente —, parei de prestar atenção quando você disse "normal".

— Hong! — Mi Ra exclamou, agora ainda mais irritada.

— É que estava com algo na cabeça… Hoje, um homem veio me procurar. O nome dele era Shin Yu — Hong explicou, com o cenho franzido, como se estivesse tentando se lembrar de algo importante.

— Shin Yu? — Mi Ra respondeu, um tanto confusa.

— Eu tive a sensação de que já ouvi esse nome antes… O Sr. Jang disse que ele é o detetive do caso. Mas agora me lembrei de algo: hoje cedo, o telefone do Sr. Jang tocou, e o nome que apareceu era ‘Yu’ — Hong comentou, sua mente trabalhando rapidamente para ligar os pontos.

— E daí? — Mi Ra perguntou, sem entender o que aquilo significava.

— O meu chefe não costuma usar nomes tão informais em seus contatos… Eles provavelmente são próximos — Hong concluiu, agora segurando o queixo, claramente pensativa.

Mi Ra franziu o cenho, ainda sem entender aonde Hong queria chegar.

— Não vejo aonde você quer chegar. Mas, agora que penso nisso, vi o Sr. Jang saindo com um homem daqui, da mesma altura que ele. Usava um boné e uma jaqueta surrada.

Hong parou por um instante, ligando todos os pontos em sua mente.

— Um homem? — Ela repetiu, como se acabasse de fazer uma descoberta. Uma expressão de compreensão iluminou seu rosto, e ela finalmente murmurou para si mesma, um tanto enigmática: — Acho que sei o que está acontecendo.

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