Nesta coletânea, mergulhe em histórias emocionantes com os personagens de Cobra Kai e Karatê Kid. Explore suas vidas, desafios e conexões em uma série de momentos que revelam suas verdadeiras emoções e relações. Uma jornada de descobertas e sentimen...
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Mia estava sentada no banco do parque onde costumava encontrar Falcão—ou Eli, como ela costumava chamá-lo antes de ele adotar essa nova identidade. O sol começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa, mas ela mal notava a beleza ao seu redor. Sua mente estava ocupada com um turbilhão de pensamentos e emoções conflitantes.
Ela não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido. A imagem do braço de Demetri sendo quebrado, o som do osso se partindo, os gritos de dor—tudo isso estava gravado em sua mente como um pesadelo do qual não conseguia acordar. E a pior parte era saber que Falcão, o garoto por quem ela tinha se apaixonado, tinha sido o responsável por isso.
Quando eles começaram a namorar, Eli era tímido, doce, e sempre disposto a fazer qualquer coisa para vê-la sorrir. Ela adorava o jeito como ele se preocupava com os outros, especialmente com seu melhor amigo, Demetri. Mas agora, tudo isso parecia tão distante. Desde que ele se tornou Falcão, Mia mal reconhecia o garoto por quem se apaixonara. A transformação física dele era a menor das mudanças; o que realmente a incomodava era a nova atitude agressiva e cruel que ele adotara.
Falcão chegou ao parque, caminhando em direção a Mia com seu característico ar confiante. Mas ao ver a expressão séria e triste no rosto dela, sua confiança pareceu vacilar. Ele se sentou ao lado dela, tentando segurar a mão dela, mas Mia se afastou, fazendo-o hesitar.
“O que foi, Mia?” ele perguntou, a voz mais suave do que o normal.
Ela respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. “Eli... ou Falcão, não sei mais como te chamar.” Ela suspirou. “Eu preciso conversar com você sobre... sobre o que aconteceu com Demetri.”
Falcão franziu a testa, claramente desconfortável com o rumo da conversa. “O que você quer que eu diga? Ele mereceu. Demetri escolheu o lado errado, Mia. Ele me traiu.”
Mia balançou a cabeça, incrédula. “Você realmente acha isso? Ele era seu melhor amigo, Eli! Vocês eram inseparáveis. E agora... agora você quebrou o braço dele. Como você pode justificar isso?”
Falcão desviou o olhar, o rosto endurecendo. “O mundo não é um lugar gentil, Mia. As pessoas te derrubam se você não mostrar força. Eu não posso mais ser o garoto fraco que todo mundo zoava.”
Mia sentiu as lágrimas começarem a se formar, mas se recusou a deixá-las cair. “E desde quando força significa machucar as pessoas que você ama? Desde quando isso se tornou algo aceitável para você?”
Falcão ficou em silêncio por um momento, como se estivesse tentando encontrar uma resposta que pudesse aliviar a dor dela. Mas tudo o que conseguiu dizer foi: “Eu mudei, Mia. Não sou mais o Eli fraco de antes. Achei que você gostasse de quem eu sou agora.”
Ela olhou para ele, a tristeza evidente em seus olhos. “Eu gostava do Eli que se importava com as pessoas, que tinha um coração gentil, que sabia a diferença entre certo e errado. Mas o Falcão... eu não sei mais quem ele é. Você se afastou de mim desde que virou o Falcão. Parece que a única coisa que importa para você agora é ser o mais forte, o mais durão. Mas, Eli, isso não é força de verdade.”
As palavras de Mia atingiram Falcão como um golpe. Ele abriu a boca para falar, mas não conseguiu encontrar nada que pudesse mudar o que estava acontecendo.
Mia olhou para ele uma última vez antes de tomar a decisão mais difícil que já teve que tomar. “Eu... eu não posso mais fazer isso, Eli. Eu não posso ficar ao lado de alguém que escolhe machucar os outros, que se afasta de tudo o que costumava ser bom. Eu sinto muito, mas... está acabado.”
Falcão ficou paralisado, o choque estampado em seu rosto. “Mia, espera... nós podemos resolver isso. Eu posso mudar...”
Ela balançou a cabeça, as lágrimas finalmente escorrendo. “Eu queria acreditar nisso, Eli. Queria mesmo. Mas não posso continuar esperando por uma mudança que talvez nunca aconteça. Cuide-se, por favor.”
Com o coração partido, Mia se levantou e se afastou, deixando Falcão sentado sozinho no banco. Ela não olhou para trás, mesmo com o coração pesado e uma parte de si desejando que ele a chamasse de volta e provasse que poderia mudar. Mas ela sabia que precisava seguir em frente, por mais que doesse.
Enquanto o sol desaparecia no horizonte, Mia caminhou para longe, sabendo que estava fazendo a coisa certa, mesmo que fosse a decisão mais dolorosa que já tomou.
