eli moskowitz

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Eli estava sentado no canto da biblioteca, suas mãos tremendo levemente enquanto ele folheava as páginas do livro. Ele não estava realmente lendo; suas mãos apenas se moviam por hábito. A sala estava quase vazia, exceto por algumas poucas pessoas que se encontravam em suas próprias bolhas de silêncio. A biblioteca era um de seus poucos refúgios, um lugar onde ele poderia se esconder da cruel realidade do mundo exterior.

Ele pensava na cicatriz em seu lábio, aquela marca que parecia sempre estar na frente de seus pensamentos. Um lembrete constante de como ele era diferente. As risadas, os sussurros, as palavras cruéis dos valentões da escola ecoavam em sua mente. “Lábio leporino”, “esquisitão”, “aberração”... As palavras cortavam mais do que qualquer soco poderia.

Enquanto Eli tentava concentrar-se no livro à sua frente, ouviu passos suaves aproximando-se. Ele olhou de relance e viu você, Liz, aproximando-se lentamente. Seu coração deu um salto inesperado. Você era uma das poucas pessoas que nunca zombaram dele, uma das poucas que o tratava como uma pessoa normal, e não como uma piada ambulante. Você era sua amiga, talvez a única que ele realmente tinha. Mas hoje, ele não queria que ninguém o visse assim, tão vulnerável.

Você se aproximou e se sentou ao lado dele, lançando-lhe um sorriso suave. "Ei, Eli", você disse com a voz tranquila e gentil. "Tudo bem?"

Eli deu de ombros, tentando esconder a dor em seus olhos. "Sim, estou bem", ele mentiu, tentando soar convincente. Mas você conhecia Eli o suficiente para perceber que algo estava errado. Havia uma tristeza em seus olhos, um peso que ele carregava, que você conseguia sentir.

Você se inclinou um pouco mais perto, o suficiente para que ele sentisse o calor de sua presença. "Eli", você sussurrou, "eu sei que você não está bem. Pode falar comigo. O que está acontecendo?"

Por um momento, Eli hesitou. Ele queria contar, queria desabafar, mas o medo de parecer fraco, de admitir sua dor, o impedia. Mas ao olhar para seus olhos, ele viu algo que o fez ceder. Ele viu compreensão, viu aceitação, viu algo que ele ansiava profundamente – viu alguém que se importava.

"É... é a cicatriz", ele finalmente confessou, sua voz quebrando um pouco. "Eu sei que é estúpido, mas... às vezes, eu só queria ser normal, sabe? Sem essa marca no rosto, sem todos esses olhares, sem todo esse... esse julgamento."

Você sentiu o coração apertar ao ouvir suas palavras. A dor que ele carregava não era apenas física; era uma ferida profunda, infligida por anos de crueldade e exclusão. Você queria encontrar as palavras certas para dizer, algo que pudesse aliviar um pouco daquele peso que ele carregava.

"Eli", você começou suavemente, "não é estúpido sentir isso. Mas a sua cicatriz não define quem você é. É apenas uma parte de você, não o todo. E quem não vê além dela... bem, essas pessoas não valem a pena."

Ele olhou para você, um brilho de esperança em seus olhos. "Mas e se ninguém nunca conseguir ver além dela? E se eu for sempre o garoto da cicatriz?"

Você colocou uma mão gentilmente sobre a dele. "Então eles estão perdendo a chance de conhecer uma pessoa incrível. Porque eu vejo além disso, Eli. Eu vejo um cara inteligente, gentil e engraçado. Alguém que é muito mais do que qualquer marca no rosto."

Por um momento, os olhos de Eli se encheram de lágrimas. Ele engoliu em seco, tentando manter a compostura, mas uma única lágrima escapou e rolou por sua bochecha. Você não hesitou. Em um gesto suave, você limpou a lágrima com o polegar, sua mão ainda descansando suavemente no rosto dele.

"Obrigada, Liz", ele sussurrou, a voz embargada. "Obrigado por sempre estar aqui, por sempre me lembrar que eu não sou só isso."

Você sorriu, seu coração se aquecendo ao vê-lo abrir um sorriso tímido em resposta. "Sempre estarei aqui, Eli. Sempre."

Naquele momento, ele sentiu algo mudar dentro de si. Talvez a cicatriz ainda estivesse lá, e talvez as risadas e os comentários cruéis não parassem tão cedo. Mas com você ao seu lado, ele sentia que, talvez, ele pudesse enfrentar qualquer coisa. Afinal, você via algo nele que ele próprio estava começando a enxergar – um futuro onde ele poderia ser mais do que qualquer cicatriz, mais do que qualquer marca. Ele poderia ser ele mesmo, e isso já era o suficiente.

𝗶𝗺𝗮𝗴𝗶𝗻𝗲𝘀-𝐜𝐨𝐛𝐫𝐚 𝐤𝐚𝐢 𝐚𝐧𝐝 𝐤𝐚𝐫𝐚𝐭𝐞 𝐤𝐢𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora