Capítulo 7

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❦ ════ •⊰ Draco Pov ⊱• ════ ❦

Draco estava sentado em uma poltrona perto da imensa janela do seu quarto, olhando fixamente para a marca das trevas em seu braço. Com um suspiro fechou os olhos, as lembranças dos dias em que foi marcado e forçado a seguir Voldemort assombravam sua mente. Começou a coçar seu braço, suas unhas relativamente grandes começavam a fazer leves riscos em sua pele alva.

Ele sentia uma mistura de arrependimentos e impotência, sabendo que aquelas marcas falariam mais alto do que qualquer defesa que ele pudesse apresentar no julgamento. Seus dedos aumentavam a velocidade, numa tentativa desesperada de desfigurar a marca que manchava seu braço, fios de sangue começavam a escorrer pingando em gotas silenciosas no tapete comprado na Bulgária cor creme, mas Draco pouco se importava com esse detalhe, até porque logo tudo aquilo seria confiscado pelo Ministério, sua casa, sua família, seu legado, suas lembranças, estava tudo desmoronando.

Sabia que sua mãe, Narcisa, estava no andar de baixo, tentando manter uma fachada de calma e dignidade, assim como seu pai, mas Draco sabia o quanto eles estavam sofrendo, principalmente sua doce mãe. Vê-la naquele estado o enchia de desespero silencioso. A marca agora não estava quase perceptível, o sangue banhava-lhe em vermelho, mas Draco não parou, pois sabia que se parasse só demoraria 5 minutos para a marca voltar a se regenerar.

_ Maldito seja, Voldemort. - falou entredentes, uma leve camada de suor já se fazia presente no seu rosto. - Maldi - to, mal - di - to, ... di - to. - repetia como um mantra enquanto sua voz já baixa ameaçava se transformar em soluços. As lágrimas se formando no canto dos olhos.

Draco pensou em Potter, em seus lindos olhos verdes, as lágrimas escorregando por suas bochechas. A presença de Potter ali na vida dele era como um lembrete constante de tudo o que deu errado em sua vida. Draco não entendia essa profunda ambivalência que nutria em relação ao salvador do mundo bruxo. Por um lado, ele se ressentia do menino que sobreviveu por ter se tornado o herói que Draco nunca poderia ser. Por outro lado, havia uma esperança secreta de que Harry realmente pudesse ajudá-los, apesar de todo o seu orgulho e da história conturbada entre eles.

O desespero crescia em seu peito, saindo em forma de soluços baixos e lágrimas, Draco se curvou na cadeira apoiando os cotovelos no joelho e o rosto nas mãos, suas unhas e mãos sujas de carmim se embaralhavam no cabelo o sujando e puxando os fios antes totalmente claros.

Desespero.

Era tudo que Draco sentia. Abriu os olhos e viu a marca rente ao seu rosto, vermelho. Levantou em tropeços em direção a sua escrivaninha, antes tão impecavelmente arrumada, agora toda bagunçada, assim como todo seu quarto. Abriu as gavetas da mesma procurando desesperadamente suas ataduras, precisava cobrir aquilo, não aguentava mais, seu coração apertava, sua cabeça girava, seu braço ardia, o suor pingava de seu cabelo, o cheiro de sangue era tudo o que sentia, as vítimas de Voldemort passando em sua frente num filme repetido em sua mente, sua respiração começou a ficar pesada.

Ataduras. Ataduras. Pensava aturdido.

Logo seus dedos sujos acharam as ataduras no fundo da última gaveta. Draco ajoelhou no chão a desenrolando. A marca já começava a se reconstruir, Draco desviou os olhos da mesma e começou a enrolar o fino pano varias e varias vezes até que a marca já estivesse totalmente coberta. Se levantou do chão, começando a andar de um lado para outro, suas mãos bagunçavam seus cabelos. Tudo estava uma bagunça. Seus pensamentos perdidos agora no julgamento, e se fossem condenados ? e se ele nunca mais visse sua família ? ele nunca mais veria a luz do dia, estava fadado a apodrecer em Azkaban, e se nunca mais visse Potter ?

_ que se dane o Potter! Como se ele fosse me ver depois do julgamento.... - exclamou entre dentes parando de esfregar seus cabelos ao parar em frente ao grande espelho ordenado com mogno e pendurado na parede de seu quarto. Estava horrível, todo sujo de sangue. Respirou fundo, um Malfoy não deveria perder a compostura assim. Ele sabia que seus pensamentos o apavoravam, mas ele tinha que manter a compostura, precisava ser forte pela sua família.

Vínculos do Amanhã: O Encontro de Destinos.Onde histórias criam vida. Descubra agora