Faziam exatas cinco horas e quarenta e oito minutos que eu estava sentada na mesma posição, sem respirar, me mexer ou falar, minha visão estava presa nas águas do rio que se mantinham em um movimento constante, mesmo que meus pensamentos não estivessem ali.
Eu me conhecia bem o suficiente para saber que estava surtando, não externamente, mais por dentro, a dor lacerante em meu peito era só o lembrete de muita dor acumulada.
Meus pensamentos eram rápidos demais e iam e vinham, meus sentimentos eram totalmente incompatíveis com o meu rosto, que estava neutro, não tinha forças para me expressar. Mesmo que eu não sentisse o cansaço humano por muito tempo, era quase o mesmo sentimento, a diferença era que eu não podia dormir para fugir e a minha solução era virar uma estátua na beira do rio que fazia divisa com os quileutes.
Apesar de não respirar, a sede queimava minha garganta, e minha audição ainda podia captar o coração do cervo assustado.
Eu não precisei de muito antes de deixar meu dom esvair e a sombra cobrir o animal indefeso que estava a três metros de mim, frio.
Ele caiu sem um som de sofrimento e eu me aproximei lentamente, deixando a sede me dominar e eu o drenar até a última gota, sem vida.
Encarei o animal em silêncio, jogado no chão, a sede havia passado porém os sentimentos não.
Voltei para o mesmo lugar sentando no galho caído.
Aos poucos escutei passos se aproximando, eu não precisava de muito para reconhece o cheiro de Amélia.
— Você sumiu.
Sua voz era tão baixa que eu poderia cogitar ser de minha imaginação.
— Não estava me escondendo. — murmurei de forma mórbida ainda encarando o rio.
O som da água era como calmante.
— Você parecia bem. — Amélia se sentou ao meu lado, seus movimentos era suaves.
— Eu estava.
— O que aconteceu?
Senti seus olhos sobre mim, mais não a encarei.
— Acha que eu sou um monstro? — senti o veneno queimar meus olhos e senti ódio pelas lágrimas que jamais cairão.
— Lógico que não. — a vi franzir as sobrancelhas.
— Eu acho que sou, fui amaldiçoada com o dom da morte, e se Carlisle está certo, eu posso ter causado a morte do meu próprio irmão.
Amélia segurou meu rosto me forçando a encarar seus olhos irritados.
— Margot, você é inocente, não pode se culpar por tais coisas.
— Você sabe que eu posso ser culpada mesmo que indiretamente, Amélia eu matei a pessoa que mais me amou! — estiquei os braços irritada.
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In your shadow- Alice Cullen
FanfictionQuando Margot recebe a notícia de que sua família estava com problemas com um exército de recém criados a mesma retorna a sua família depois de anos afastada. Após reencontros e apresentações dos tão falados membros que chegaram após sua partida, a...