Luna Águila e Lexia Innocenti, herdeiras de máfias rivais, compartilham um passado marcado por uma paixão intensa e proibida. Luna, conhecida como " A Química" da máfia Águila, é uma mente brilhante, com habilidades que vão da química à tecnologia...
" Eu vi aquele olhar em seus olhos Isso me deixa cego Corte-me profundamente, os segredos e mentiras"
Madness ~ Ruelle
Luna Águila
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Quando pego outra arma para recomeçar, sinto uma carícia tão leve nos meus cabelos que quase duvido de sua existência. No susto, giro meu corpo, puxo a arma e a aponto para a pessoa atrás de mim. E então, tudo para.
Meu dedo congela no gatilho. O tempo parece desacelerar, cada segundo se arrastando. Minha respiração trava, meus pulmões se recusam a trabalhar. Um arrepio frio percorre minha espinha, enquanto sinto o calor fantasma das queimaduras em meus braços. Não, isso não pode estar acontecendo. Não ela. Não agora.
Lexia.
A herdeira que virou Don. A "Lady Killer". A mulher que eu amei desesperadamente e que, em um único golpe, destruiu tudo—nós duas, minha família, minha vida.
Ela está na minha frente, viva, real, como um fantasma do meu passado. Seus olhos frios me encaram com uma intensidade cortante, mas é o pequeno e quase imperceptível sorriso no canto de seus lábios que me desfaz. Um sorriso que conheço bem, um que carrega perigo e lembranças que eu preferia enterrar.
Merda.
— Boa noite — ela sussurra com aquela voz rouca que um dia me trouxe conforto. Agora, é como veneno escorrendo em minha mente, me puxando de volta à realidade. Minha visão se turva por um instante, um sinal claro do pânico crescente. Um grito silencioso ecoa na minha cabeça: perigo, perigo, perigo.
Engatilho a arma, mas ela se move antes que eu possa reagir. Um tapa forte no meu punho faz meus dedos se abrirem involuntariamente, a arma despencando no chão com um estrondo ensurdecedor que corta o silêncio como uma lâmina. Ignorando a dor que lateja em minha mão, avanço com o punho cerrado, mas Lexia é mais rápida. Ela agarra meu braço e o torce com uma precisão cruel, me forçando a grunhir de dor.
Num movimento rápido e fluido, ela gira meu corpo e me prende contra seu peito. Sinto o calor dela, o contraste entre o toque familiar e o terror que ele agora carrega. Meu braço fica preso entre nós, enquanto ela usa a outra mão para agarrar meu pescoço. O aperto é firme, o suficiente para me sufocar, mas não para me apagar. Ela quer que eu sinta o controle dela, a superioridade dela.
— Me larga, Lexia! — Tento gritar, mas minha voz sai fraca e rouca, mal um sussurro contra a pressão em minha garganta. Eu me debato, arranhando a pele de sua mão com unhas curtas, buscando uma saída desesperada.
Ela me empurra de frente para a mesa, minhas armas ao alcance, mas meu corpo imóvel pela força dela. O calor dela contra minhas costas é sufocante, uma lembrança dos tempos que já foram. Mas agora, só há medo. Lexia sussurra em meu ouvido, a voz um tanto irritantemente suave.
