15 - 𝖕𝖗𝖔𝖋𝖚𝖓𝖉𝖆𝖒𝖊𝖓𝖙𝖊 𝖊𝖓𝖗𝖆𝖎𝖟𝖆𝖉𝖔 𝖓𝖆 𝖘𝖔𝖈𝖎𝖊𝖉𝖆𝖉𝖊

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LONDRES PROFUNDAMENTE ENRAIZADO NA SOCIEDADE

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LONDRES
PROFUNDAMENTE ENRAIZADO NA SOCIEDADE

Após a alegria inicial de nosso noivado, minha mãe, Amelia, e eu nos encontramos sozinhas na sala de estar. O ambiente estava carregado de uma tensão que eu podia sentir quase fisicamente. Enquanto meu pai e Benedict se afastaram para tratar de detalhes sobre o futuro do nosso relacionamento, minha mãe começou a falar com um tom que eu conhecia bem — o de uma mulher que tinha algo importante a dizer.

"Isabela," Amelia começou, sua voz mantendo um tom gentil, mas com uma firmeza subjacente, "eu quero começar dizendo que estou contente com sua decisão. Benedict é um bom homem, de boa família e com boas intenções. Eu vejo isso claramente."

"Obrigada, mãe," respondi, tentando parecer receptiva. "Eu também acho que ele é uma pessoa maravilhosa e que será um excelente parceiro."

Mas a expressão dela não mudou, e eu percebi que havia um "mas" prestes a seguir. E, de fato, não demorou para que ela continuasse, agora com um olhar mais crítico.

"Mas eu não posso deixar de me perguntar," Amelia disse, "se você realmente considerou todas as opções antes de aceitar o pedido de Benedict. Você se envolveu tanto com ele, que até mesmo eu, que deveria estar feliz com sua decisão, me sinto um pouco preocupada."

"Preocupada com o quê, mãe?" Perguntei, minha paciência começando a se esgotar. "A decisão foi minha, e eu estou segura dela."

"Eu entendo que a paixão pode ser avassaladora," ela prosseguiu, com um tom que misturava preocupação e um pouco de censura, "mas você não deve deixar que isso a cega para outras possibilidades. Alexander, por exemplo... ele era uma opção que você deveria ter considerado mais a fundo."

Aquelas palavras me atingiram como uma surpresa amarga. Eu sabia que minha mãe sempre teve um apreço por Alexander, mas o que eu não esperava era que ela estivesse ainda a considerar isso uma possibilidade agora, após tudo o que aconteceu.

"Alexander é parte do passado, mãe," eu disse, tentando manter a calma, mas não conseguindo evitar a frustração que começava a transbordar. "Eu tomei a minha decisão com base no que sinto agora. Benedict é a pessoa com quem eu quero passar a minha vida. Não tenho mais nada a ver com o passado."

"Você pode dizer isso agora, mas e as suas visitas recentes?" Amelia questionou, com um olhar penetrante. "Eu sei que você tem se envolvido com aquele grupo de pessoas. Você acha mesmo que, ao se misturar com eles, você está fazendo algo positivo? Eles te veem como uma rica que tenta entender a realidade deles, mas você não é uma delas. Eles veem você como uma intrusa."

"Isso não é verdade!" Eu retorqui, minha voz se elevando. "Eu fui a essas reuniões porque acredito nas causas que eles defendem. Eu quero fazer a diferença, e você não pode me impedir de buscar isso. Não sou uma intrusa. Estou apenas tentando encontrar um caminho que seja significativo para mim."

"Você não pode mudar o que está profundamente enraizado na sociedade apenas com boas intenções," Amelia disse, com um tom de exasperação. "Você está se envolvendo com pessoas que têm uma visão muito crítica sobre pessoas como você. Elas não aceitam você de braços abertos. E, honestamente, suas palavras e ações podem ser interpretadas de uma maneira que não ajuda a sua causa."

"Eu não posso acreditar no que estou ouvindo," eu disse, sentindo minha raiva crescer. "Você sempre tentou controlar tudo em minha vida. Agora, quando eu estou tentando seguir meus próprios ideais, você está aqui para me dizer que estou errada. Eu não posso viver minha vida baseada no que você ou os outros esperam de mim."

"Eu não estou tentando controlar sua vida," Amelia respondeu, sua voz ficando mais firme. "Eu estou tentando te proteger de tomar decisões precipitadas. A sua vida não é apenas sobre você. É sobre como você se encaixa nas expectativas da sociedade e da sua família. E eu me preocupo com o fato de que você está ignorando esses aspectos importantes."

A discussão continuou, cada palavra trocada com mais intensidade, refletindo a tensão e a frustração que ambas estávamos sentindo. Eu sabia que minha mãe estava preocupada, mas seu controle e suas expectativas estavam se tornando um peso difícil de carregar. Cada argumento parecia ampliar o abismo entre nós, e eu sentia a necessidade de lutar pela minha autonomia e pelas minhas crenças.

Finalmente, a conversa foi interrompida quando meu pai e Benedict retornaram à sala. Ambos pareciam um pouco apreensivos, talvez devido ao tom elevado da nossa discussão.

"Está tudo bem aqui?" meu pai perguntou, com um olhar preocupado.

Eu e minha mãe nos encaramos em silêncio, o peso da discussão pairando entre nós. Eu podia ver a frustração nos olhos de minha mãe e a preocupação nos meus.

Minha mãe, finalmente quebrando o silêncio com um tom mais controlado, disse: "Eu organizarei uma reunião com a família Bridgerton para comemorarmos o noivado. Devemos manter as aparências e garantir que tudo corra bem." Com isso, ela se levantou, erguendo a cabeça com uma dignidade que parecia um escudo contra a tensão que pairava no ar, e saiu da sala.

Benedict se aproximou de mim, suas mãos procurando consolar as minhas. "Você está bem?" ele perguntou, com um olhar preocupado.

"Eu estou," respondi, com um suspiro pesado. "Só... só preciso de um tempo para processar tudo isso."

"Eu entendo," disse ele, apertando minha mão. "Estamos passando por muitas mudanças, e é natural que haja tensões. Mas lembre-se de que estou aqui com você, para enfrentar qualquer coisa."

A presença de Benedict me trouxe um conforto imenso, e eu sabia que, apesar das dificuldades, ele e eu podíamos enfrentar qualquer desafio que surgisse em nosso caminho.

𝕰𝖈𝖑𝖎𝖕𝖘𝖊 - 𝐁𝐞𝐧𝐞𝐝𝐢𝐜𝐭 𝐁𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞𝐫𝐭𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora