📜💐 ۪ ׂ 𝐁𝐑𝐈𝐃𝐆𝐄𝐑𝐓𝐎𝐍: 𝐄𝐂𝐋𝐈𝐏𝐒𝐄
Em meio à opulência da Londres do século XIX, Isabela Cavendish, uma jovem de uma família rica e influente, desafia as convenções sociais com sua inteligência afiada e fervorosas. Sua amizade com Elois...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
LONDRES PORQUEMERECEMOSMAIS. MERECEMOSTUDO.
A luz do sol atravessava as janelas altas do meu quarto, derramando-se sobre a mesa onde eu estava sentada, mergulhada em um mar de papéis. Havia passado horas escrevendo, rabiscando ideias e pensamentos que fervilhavam em minha mente desde a noite anterior. Cada palavra que eu colocava no papel era uma expressão da indignação que crescia dentro de mim, alimentada pelas histórias que ouvira no subúrbio de Londres.
Escrevi sobre a injustiça que as mulheres enfrentavam, sobre como éramos vistas como inferiores e limitadas ao espaço doméstico. As palavras fluíam como uma torrente, imbuídas de uma paixão que eu mal sabia que possuía. Eu acreditava, com todo o meu ser, que o sistema patriarcal precisava ser derrubado, que as mulheres tinham direito a uma voz e a um espaço em qualquer esfera que desejassem ocupar.
A ideia de que o destino de uma mulher era ser subserviente ao homem, de que nosso valor era medido pela nossa beleza e nossa habilidade em cuidar da casa, me enojava. Escrevi sobre a necessidade de igualdade, sobre como as mulheres podiam e deviam estar presentes em todas as discussões importantes. Não éramos apenas esposas ou mães; éramos seres humanos, com pensamentos, desejos e capacidades próprias.
Enquanto escrevia, pensei também em como poderia ajudar financeiramente o grupo que conheci na noite anterior. Sabia que a luta deles exigia recursos que eles muitas vezes não tinham. Se eu pudesse apoiá-los de alguma forma, se pudessem aceitar minha ajuda, talvez pudéssemos ir além das palavras e iniciar ações reais que trouxessem mudanças concretas. O dinheiro que minha família tinha poderia ser usado para algo verdadeiramente significativo, e a ideia de contribuir para uma causa maior me enchia de propósito.
Escrever tornou-se uma espécie de libertação para mim. As horas passaram sem que eu percebesse, e, antes que me desse conta, havia preenchido dez páginas com minhas ideias. Quando terminei, olhei para as folhas espalhadas à minha frente e senti um misto de satisfação e ansiedade. Esse era o começo de algo grande, algo que eu não podia mais ignorar.
Benedict também ocupava meus pensamentos. Desde que os rumores sobre o nosso beijo começaram a circular, não tive notícias dele, exceto pela breve menção de minha mãe. Ela conversara com ele na manhã seguinte, enquanto eu ainda dormia, mas não quis me contar mais detalhes. Fiquei imaginando o que ele estava fazendo, como estaria lidando com tudo isso. Parte de mim desejava falar com ele, entender seus sentimentos, mas outra parte se concentrava na missão que agora eu havia abraçado.
O tempo passou rápido e, quando a noite caiu novamente, preparei-me para encontrar Eloise. Estávamos determinadas a voltar ao subúrbio e participar de mais uma reunião. Havia algo naquele lugar, nas pessoas que conhecemos, que me chamava de volta. Era como se eu tivesse encontrado um propósito maior do que qualquer outra coisa que já havia experimentado.