Eduardo Gabriel dos Santos
Eu estava sentado no sofá, aceitando entrar nessa loucura que é a família de Marina.
Ela foi gentil comigo, me ofereceu ajuda e um teto para eu ter sobre a minha cabeça.Foi o mais amoroso que uma pessoa já foi comigo, e eu costumo ser muito fechado.
O engraçado foi a maneira que acabei dentro da COSP.Em um dia, eu e meus amigos estávamos bebendo ao lado de um posto, sim eu era de menor.
Aí veio um policial muito estranho e colocou todos nós contra a parede.
Todos fomos presos, porém não levaram nenhum de nós para a delegacia, mas sim para um prédio preto enorme.Arrastaram todos nós para dentro e o resto a maioria já sabe. Abusados dia e noite até que aquilo se tornasse "normal" para a gente e fizéssemos por conta própria.
Todos os meus amigos resistiram, e acabaram mortos pelos chicotes e armas de tortura.
Chorei muito nesses dias, me vi completamente sozinho.
Agora eu e ela estamos dentro do carro de novo, indo para a casa dela. Isso parece errado, eu sei, mas não têm outro lugar para mim.
Quando eu fui levado meus pais já eram mortos, eu morava com um dos meus amigos, que já morava sozinho. Eu realmente não tenho para onde voltar.
Chegamos ao apartamento dela, que era muito bonito por sinal, bem arrumado e limpo.
Passamos o dia na casa de Samantha e Emanuel, ou seja agora já é de noite, tipo umas sete e meia, nem olhei a hora direito.
Meus olhos estavam ocupados com a linda mulher que me salvou, e que parecia genuinamente preocupada comigo.
Será que ela tem namorado? Eu sei, não devia pensar nisso, mas sempre fui tocado por homens, não faço ideia de como é com uma mulher. E sendo sincero, nunca sequer olhei para uma mulher direito, mas nunca gostei de homem.
No meu ver, se eu fosse tentar escolher ficar com uma mulher, nunca conseguiria parar.
Agora eu realmente estou livre para amar quem eu achar que devo amar.Eu só a conheço há um dia, mas confio mais nela do que em mim mesmo, afinal ela teve o coração de me dar uma casa, um lar, um recomeço.
- Escuta, só tem um quarto na casa, o meu. Por essa semana, você vai dormir lá e eu vou para o sofá.
- A casa é sua, você vai para o seu quarto e eu durmo na sala, sem problema nenhum.
Fui tomar um banho, novamente, só tem um banheiro na casa. Marina me entregou uma toalha, uma calça limpa, uma boxer e um moletom que era do pai dela, todas as peças limpas e com o cheiro dela.
Um cheiro que para mim já era o melhor que meu nariz sentiu na vida. Era leve e ao mesmo tempo doce, como ela.
Liguei o chuveiro, tirando minhas roupas velhas e entrei, nunca tomei um banho tão relaxante em anos. Anos preso, traumatizado por homens, não consegui olhar nos olhos do Emanuel.
Mesmo que ele fosse um bom homem, que não tenho dúvidas, ele é. Meu medo foi mil vezes maior. Os outros garotos ali pareciam menos traumatizados. Mas Léo pareceu bem acabado, Constance ou melhor, Alana, explicou o que aconteceu, um tal de João Nathaniel tinha ido embora porque recebeu uma rosa.Pelo o que entendi os dois se amavam muito, e agora estavam separados por um bom tempo.
Voltei a realidade sentindo minhas costas aderem, evitei gritar de dor, não deu muito certo.
Ouvi batidas repetidas na porta.
- EDUARDO? VOCÊ ESTÁ BEM? ACONTECEU ALGUMA COISA? - ouvi Marina gritar do outro lado da porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Me faça esquecer as rosas
RandomExiste um lugar que pode ser chamado de inferno, crianças e adolescentes tendo seus corpos usados, por estranhos todos os dias, tirados de seus lares amorosos para uma vida triste de prisioneiro. Dentre todos estes existe uma fugitiva que dará a mui...