Escuridão

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Diego Vieira

Recebi uma mensagem do João no celular, logo me veio na cabeça que talvez isso fosse uma ameaça de morte.

Muito provável.

Esse cara me tortura apenas com os olhos, credo.

"Estou voltando, avisa o Edu sobre tudo e diga que preciso falar com ele, é urgente."

" manda ele me ligar tá pirralho?"

Respondi com um toque de deboche logo abaixo:

" Pode deixar Soldado, falo com ele sim, mas ele tá na casa da Alana agora, acho difícil ele me atender cunhadinho"

"Cê me chamou de que moleque?"

"Cunhadinho, porquê? Te incomoda?" Provoquei, ele odeia que eu coloque apelidos nele.

"Nunca mais me chame assim, nem que seja para me irritar"

"Ok, não faço mais Jornal Nacional"

"Jornal Nacional? Por que isso agora?"

"Suas iniciais JN"

"Tchau"

Viram como ele é simpático comigo?

Tá eu também não ajudo, mas pelo amor né? Não mereço todo esse ódio gratuito.

Liguei para o celular da Alana, era mais rápido e talvez ela já estivesse acordada. Mas ninguém atendeu.

Liguei no telefone do dito cujo e tive resposta, ainda bem, o negócio é urgente.

- Alô? - Eduardo atendeu, parecendo bem ofegante, ah não. Eu não resolvi ligar enquanto eles estavam transando né? Não deve ser coisa da minha cabeça.

- Oi Edu, tudo certo aí?

- Ah tudo sim... eu tô um pouco ocupado agora, tem como você me ligar outra hora?

- Tipo em quanto tempo? - é, eu liguei enquanto eles estavam fazendo um CPF novo.

- Tipo... uma meia hora garoto

- Não é possível que você dure meia hora Eduardo! Fala sério cara. Eu liguei nas pré liminares?

- Do que você tá falando?

- Em dez minutos eu te ligo, e é melhor você ter terminado o seu serviço. É urgente.

- Aconteceu alguma coisa com o Léo? Ou com a Ananda?

- Não, mas as notícias que João passou pra mim envolvem você.

- Que notícias?

- Termina o que vocês começaram e depois te ligo.

Desliguei.

Que nojo porra. Eu não precisava ouvir aquilo, no fundo dava pra ouvir a Alana gemendo.

Preciso tacar desinfetante nos ouvidos.

Saí do meu quarto, andando em direção à cozinha, vou aproveitar esse tempo muito bem.

Abri a geladeira e peguei quatro ovos.
Juntei o que achei necessário dos armários e fiz um sanduíche de ovos fritos para Ananda e outro para mim.

Abri a geladeira novamente, peguei uma jarra desta vez. Tia Samantha fez suco de maracujá ontém à noite enquanto o tio Emanuel fazia a janta.

Peguei dois copos, enchendo ambos com o suco predileto dela.

Para completar, peguei duas flores de lavanda pequenas que tem no fundo da casa, ela ama esse cheiro. E eu particularmente não me incomodo com ele. Se é o que ela gosta, eu gosto também.

Me faça esquecer as rosas Onde histórias criam vida. Descubra agora