Capítulo 8 - O Tour.

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Ainda era de madrugada quando acordei com Faye se revirando na cama. Chorava dormindo. Se batia com os braços. Tentava falar algo até que deu um grito sentando-se na cama:

- JEFF!

Eu fiquei muito sem ação. Faye ofegante, esfregava o rosto. Acendi o abajur. Ela virou em minha direção.

- Desculpe! Não queria acordar você. - Ela se levantou e foi até ao banheiro.

Como ela demorou a sair, eu fui atrás. Fiquei muito preocupada. Bati na porta.

[Toc, toc.]

Nada dela responder.

Bati novamente. Sem resposta. Então, eu girei a maçaneta.

Faye estava sentada ao lado da banheira com a cabeça baixa entre as pernas. Pude ouvir alguns fungares de nariz choroso. Aproximei-me devagar e me abaixei para olhar de perto. Como num impulso, segurei seu rosto entre minhas mãos. Ela chorava. Então, a abracei. Lágrimas descontroladas caíram de seu rosto e meus ombros molhavam.

- Faye! - Eu disse suavemente passando a mão em sua cabeça e dando tapinhas nas costas. - Ela foi levantando o rosto soltando-me do abraço. A ajudei a levantar-se. Levei-a para cama e disse:

- Você quer que eu chame Marissa? Ela po...

- Não! - Ela me deteve, segurando meu braço. - Posso pedir um favor? - Seus olhos pareciam de criança quando pede colo.

- Claro! - Falei segurando suas mãos.

- Deite comigo. Fique ao meu lado. - Seus olhos marejados e as lágrimas continuavam a cair.

Deitei ao seu lado e ela logo puxou meu braço sobre seu corpo virando-me de costas. Eu mantinha uma certa distância quebrada pelo aconchegar de seu corpo ao meu. Assim ficamos naquela conchinha. Puxei o edredom para nós duas e senti nossos corpos se tocarem. Um calor nos invadia, mas permanecemos unidas igual cola. Assim adormecemos.

...

Acordei meio dolorida. Assustei-me em seguida.

- Faye! - Chamei em vão.

Um bilhete estava na cabeceira.

"Obrigada!" acompanhada de um desenho de gatinha.

Eu sorri de imediato.

Após tomar um banho bem gelado, pois o calor era próspero na minha cidade. Desci sorrindo pelas escadas.

- Parece que a noite foi boa! - Marissa disse sentada no balcão, enquanto tomava café com minha mãe.

- Bom-dia! - Falei as duas. Beijei minha mãe e sentei.

- Madrinha não vai descer? - Marissa perguntou olhando para mim.

Quando eu iria responder com um mal humor que me tomou. Minha mãe se meteu na conversa.

- Ora, ora! Por que Yoko saberia dizer de sua madrinha se ela dormiu no seu quarto, Marissa?

Minha mãe não sabia da briga das duas e muito menos que a Faye dormira comigo.

- Não, Sra. Apasra. Pergunto, porque Yoko pode tê-la visto no corredor. - Ela disse olhando para mim sarcasticamente.

- Não vi ninguém. - Respondi secamente.

Marissa pegou o celular e ligou para Faye.

(Madrinha, onde você está? O quê? Na pista de pouso? Fazendo o quê? Ah! Aham! Ok! Tá. Nos vemos. Bye)

Odeio conversas com monólogos e interjeições. O assunto mesmo fica todo perdido e só aumenta a curiosidade de quem está por perto. Marissa desligou e eu fiquei ansiosa, mas ela nada falou. O clima estava estranho.

Como amar uma Garota? - FayeYokoOnde histórias criam vida. Descubra agora