Capítulo 12 - O Adeus

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O fim de semana passou rápido, mas curti a Faye o máximo que pude na madrugada da noite que veio em minha casa. Ela dormiu em meu quarto. Juntinhas! Somente conversamos e nos beijamos muito. Sem sexo! Eu queria conhecê-la um pouco mais e entender a presença de Brenda na vida dela. Precisávamos amadurecer enquanto casal e eu precisava falar dela com minha mãe.

- Faye! – Eu disse olhando-a deitada de bruços na cama, enquanto ela lia o livro Affair de Chao Planoy.

- Sim! – Ela falou sem me olhar.

- Preciso falar de você para minha mãe.

Ela foi abaixando o livro devagar e tirando os óculos.

- Você tem certeza disso? Acha que está pronta?

- Minha mãe não está bem. O médico quer interná-la o mais rápido possível. Na segunda, eu marquei uma sessão de fotos para que ela participe de minha formatura de alguma forma. Queria que você aparecesse nas fotos também, mas não como minha professora apenas, mas como minha mulher.

Faye soltou uma gargalhada.

- Você quer me apresentar como? – Falou se erguendo e vindo até mim, deitando em minhas costas e beijando minha orelha.

- Como minha mulher! Me virei beijando-a.

- Você me surpreende tanto com sua fofura que me desconcerta, sabia? – E me beijou puxando meus lábios como se sugasse um canudo. A abracei e apertei suas nádegas sobre mim.

- Eu falo sério. Quero que minha mãe saiba que não darei problemas, que eu amadureci, que eu sei o que quero e que não vou viver só de minha herança, mas vou trabalhar e me sustentar, sem gastar nosso patrimônio aleatoriamente.

- Estou orgulhosa de você, mas tenho medo de que se magoe. Eu conheço Bianca a mais tempo que você. Garanto, ela é preconceituosa. Você tem um caminho difícil nesta revelação. – Falou me beijando com carinho.

As palavras de Faye percorreram minha mente o domingo todo. Marissa e ela haviam ido para Angra dos Reis. Faye estava fechando um consultório lá e vendendo uma de suas casas.

Eu fiquei com mamãe. Confesso, é difícil vê-la definhar de dor. Parece que os remédios não fazem efeito. A enfermeira me ajudou, mas eu me senti impotente quando fui pentear seus cabelos e vi fraco e sem vida. Lembrei de como ela o mimava como se fosse uma boneca. Toda semana estava no salão e várias escovas enalteciam sua vivacidade e cor. Agora, vivia preso em um coque ou rabo de cavalo e cada vez que penteávamos, tufos caiam.

Dr. Albuquerque veio vê-la e aplicou uma injeção de morfina. Ela dormiu o resto do dia.

...

A segunda-feira chegou com chuva. Muita chuva e eu não fui à universidade. Meu compromisso era com as fotos de formatura e minha mãe. Faye tinha ido dar aulas, mas apareceria no meio da manhã com um buquê de rosas vermelho, muito lindo. Aliás, ela vestia um vestido amarelo, decotado e justo em seu corpo que me fez ficar balançada na frente de todos.

Eu vestia um vestido branco, decotado, e sapatos de mesma cor.

A equipe de fotografia já havia chegado e montaram um estúdio sensacional em nossa sala. Parecia mesmo que eu estava num salão e outros momentos que estávamos ao ar livre. Vesti mamãe com um vestido azul muito bonito. Fiz um penteado e uma maquiagem leve. Ela estava linda. A maioria de suas fotos foram sentada, mas teve uma que ela insistiu em ficar em pé, a que eu tirava com Faye. Quis ficar entre nós e se ajeitou entre meu braço e de minha amante. Parecíamos mesmo uma família.

Após a sessão de fotos, almoçamos todos juntos. A equipe se despediu e Faye foi trocar de roupa. Marissa observava tudo e a seguiu. Olhei elas subindo as escadas e pude reparar Marissa segurando os dedos das mãos de Faye como se estivesse chamando.

Como amar uma Garota? - FayeYokoOnde histórias criam vida. Descubra agora