POV: FAYE
- VOCÊ ESTÁ MALUCA, BRENDA? Desde quando somos namoradas? Você usou drogas e bebeu de novo, não é? Eu tenho que ir para faculdade. Vá tomar um banho, tome um café e durma. Quando este porre passar, saia da minha casa. Não quero encontrar você aqui quando eu voltar.
- Mali. - Ela tentou argumentar.
- Não quero te encontrar, ouviu! - Falei saindo.
Peguei meu carro e desci o Alto com tanta pressa observando os carros para ver se encontrava Yoko num sinal, mas nada. Cheguei na UVA e depois de passar na minha sala e pegar meu material segui a passos largos para a sala da turma de Odontologia.
Quando entrei na sala, a turma deu seu bom dia habitual e eu a busquei no fim da sala, mas não a vi. Olhei de novo em outras poltronas e nada. Ela não estava. Antes de iniciar a aula enviei uma mensagem.
[Onde você está? Precisamos conversar.]
...
POV: Yoko
O vento batia leve em meu rosto. O sol estava fraco ainda, mas a Pedra do Arpoador já estava lotada de pessoas. Se tinha um lugar que eu pudesse dizer que senti falta enquanto estava fora do país era esse. Subi a trilha e em menos de cinco minutos, no alto da Pedra, eu avistei o mar e as batidas das ondas no costão. Aquele barulho era tão bom de ouvir. Algumas gaivotas passavam por minha cabeça. Um cargueiro em alto mar passava em minha frente. A praia do Arpoador começa a encher e a de Ipanema parecia já ter muitas pessoas. Coloquei uma música em meu fone e sentei na pedra para observar as ondas. Até que uma notificação chamou minha atenção.
[Aonde você está? Precisamos conversar.]
Meu coração deu uma disparada tão estranha. Um desejo gigante de abrir a mensagem e responder veio como um assalto. O que era isso? O que significava isso? Por que eu estava tão zangada? Por que não fui para Faculdade? Nunca faltei aula nem quando soube da morte de papai. Por que esta mulher mexe tanto comigo?
Abri a mensagem. Li, mas não respondi. Ela visualizou e uma nova mensagem chegou.
[Por favor, fale comigo. Estou preocupada com você. Você está bem? Eu quero muito conversar com você. Yoko! Por favor!].
Li a mensagem e percebi que era melhor responder.
[Eu vim arejar meus pensamentos. Não precisa se preocupar. Está tudo bem, professora. Amanhã estarei na faculdade. Bom-dia!] - Respondi secamente.
[Onde você está? Deixa-me ir encontrar você.]
[Professora, não se preocupe. Nos falamos amanhã.] - Digitei e desliguei a conexão.
Acho que fiquei quase umas duas horas encima daquela pedra e quando desci, já no calçadão, eu vejo o inesperado. Aquela mulher linda está bem na minha frente e se aproximando.
- Oi. - Ela diz com carinha de bebê. Como pode ser tão fofa? Eu fiquei meio sem noção e nem consegui responder. Ela continuou. - Liguei para Marissa e ela conseguiu a informação com sua mãe que afirmou que seu lugar preferido no Rio era o Arpoador. Vim o mais rápido que pude. Queria ter pego você ainda lá encima, mas estou feliz por poder encontrar você.
- O que a senhora faz aqui? – Respondi secamente.
- Faye! Me chame de Faye. E o que eu quero de você? Nem eu sei. Eu não entendo o que está acontecendo, mas eu estou aqui. Eu sinto vontade de estar com você, eu sinto sua falta, eu quero conversar com você e quero te ver sempre desde que você derrubou o café em mim. – Ficamos nos olhando. Eu confesso que perdi a fala. - Eu te chamei lá em casa, porque eu queria falar sobre tudo isso num lugar calmo e privado, mas já que tudo desandou... Eu preciso falar tudo de uma vez aqui mesmo, senão eu que vou desandar. - Ela afirma ofegante.
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Como amar uma Garota? - FayeYoko
FanfictionYoko retornou ao Brasil após três anos de intercâmbio. A readaptação ao país, o convívio com a mãe, a presença de uma funcionária inesperada e a descoberta de um amor 'impróprio' por sua nova professora. Muitas emoções aguardam essas personagens.