[Oi, gente! Esse capítulo ficou enorme, mas achei melhor postar como escrevi do que dividí-lo em dois. Espero que se emocionem como eu me emocionei escrevendo. É o mais lindo desta história, com certeza de detalhes. Obrigada por sua leitura e tempo dispensado a esta escritora de gaveta. Boa leitura!]
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Seis meses depois da visita da Benfeitora, a ONG transbordava alegria. Muitos projetos colocados em prática, novos voluntários e a construção de um prédio anexo somente para área da saúde era levantado com recursos e ajuda das Malisorn.
No mesmo dia em que Faye e eu nos entendemos, expliquei a situação do exame para Bryan. Não houve aceitação e o mentiroso terminou comigo, rejeitando todas as minhas explicações. Apesar de tudo, Bryan foi um grande amigo, imaturo, mas foi. Não queria que tivesse terminado assim, mas foi impossível mantermos a amizade depois do show que ele fez comigo. Em menos de um mês saiu do país sem avisar. Só soube, porque o consulado enviou uma carta ao meu endereço direcionada a nós dois sobre possível liberação do visto permanente. Visto, que fora negado, aliás. Eu teria que continuar renovando anualmente como já fazia há três anos.
D. Lucia e Faye conseguiram ajustar a vida no Brasil. As duas viriam de vez para a Tailândia em poucas semanas. Conseguiram vistos anuais, já que para o visto permanente ser liberado a estrangeiros por aqui, só é conseguido depois de cinco a seis anos aos que são casados com tailandeses. As restrições para outras situações são imensas! No entanto, a chance de serem aceitas permanentemente era real, devido ao fato de D. Lucia estar aposentada, possuir posses e ser a benfeitora da ONG em que eu trabalhava há muitos anos.
Faye vendeu todas as propriedades no Brasil, deixando apenas um apartamento em Ipanema. Se fosse preciso voltar ao Brasil para resolver algo, teria onde ficar. O Abrigo, legado de seus pais ficou sob a responsabilidade de Marissa e Lucas.
Muitas promoções aconteceram na ONG que trabalho. P'Sonya estava bem mais rígida que antes depois do ocorrido com a demissão da médica acusada de Pedofilia. Contratações foram feitas e uma delas era a de Faye: Coordenadora da equipe de dentistas. Logo, minha Faye trabalharia junto a mim como sempre foi nosso desejo desde o início.
No entanto, antes de iniciarmos a nossa vida por aqui... Faye insistia em conhecer minha pequena Peraya. Como o aniversário de minha princesinha se aproximava, ficamos de nos encontrar em Melbourne daqui há exatos três dias. A ansiedade era enorme. Não nos víamos há tempos, só falando ao telefone ou por chamada de vídeo.
Ahhh... Marissa conseguiu reverter o testamento e minhas contas estavam todas liberadas. Tudo parecia estar entrando nos eixos e pude relaxar pelo menos na parte financeira. Não havia mais sufocos, não havia mais limitações, mas uma coisa permaneceu: a minha vida simples. Eu não esbanjava só porque tinha dinheiro, mas levava uma vida simples que quem me conheceu na Austrália ou no Brasil não acreditaria na mudança. Eu dava valor a cada dólar em minha conta. Não desperdiçava sem necessidade!
...
Melbourne estava quente. Eu havia chegado ontem. Josh, perfeito como sempre, já havia organizado tudo. Inclusive, a parte extra que pedi que cuidasse. Peraya estava extremamente feliz em me ter por perto e não se afastava nunca, onde eu ia, suas mãozinhas estavam lá segurando minha blusa. Eu sempre baixava na altura de seus olhos e dizia o quanto a amava e ela sempre correspondia com um longo abraço, pedindo que eu não fosse mais embora. Essa parte era dolorosa.
Josh sempre olhava de longe. Sempre que eu estava perto, ele procurava me deixar bem à vontade com nossa pequena, para que Peraya pudesse curtir minha presença o máximo possível.
Naquela manhã, eu a levei na escola. Parecíamos estrelas de TV, pois eram tantos olhares sobre nós. Os amiguinhos passavam e falavam: - Você tem mesmo uma mãe! Que legal, Peraya. – Ela sorria, mas apertava ainda mais a minha mão. Eu ficava em frangalhos. Percebi o quanto devia estar sendo difícil conviver com os amiguinhos e não ter minha presença na maior parte do tempo. Muitas mães observaram eu me despedir na frente da sala. Até a professora deu um sorriso enorme para mim, me cumprimentando com um "Good Morning". É, a Peraya passa uns bocados por aqui.
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Como amar uma Garota? - FayeYoko
FanfictionYoko retornou ao Brasil após três anos de intercâmbio. A readaptação ao país, o convívio com a mãe, a presença de uma funcionária inesperada e a descoberta de um amor 'impróprio' por sua nova professora. Muitas emoções aguardam essas personagens.