Capítulo 17 - Dèjá-vu.

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Acordei com uma imensa dor de cabeça. Ainda eram cinco da manhã. Às sete horas, eu devo estar na ONG. Hoje é dia de atendimento de nossas crianças e para minha tristeza, tenho duas extrações para realizar. A única coisa que me entristecia em minha profissão era não encontrar uma solução para salvar um dente. Extração sempre causava um trauma nos pequeninos, por menor e mais rápido que fosse.

Secando meus cabelos com uma toalha, eu olhei para meu reflexo no espelho. Percebi um arranhão em meu pescoço.

- De onde veio isso? Como não percebi isso antes?

Pequenos flashes me tomaram novamente. A cabeça doía demais. Senti-me tonta, mas as lembranças vinham aos poucos e como num déjà-vu. Tudo veio à tona quando me deparei com uma garrafa de whisky vazia dentro do cesto de roupas sujas.

(Lembrando noite retrasada)

Entrei em meu quarto e me joguei na cama. Estava muito cansada e só pensava em dormir.

Rolei para o lado, rolei para outro, mas os pensamentos estavam naquele corpo escultural deitada em meu sofá.

Levantei e fui até a cozinha. Abri um armário e peguei uma garrafa de Whisky. Acho que só conseguirei dormir depois de beber bastante.

Descalço, fui até as costas do sofá e observava aquela respiração profunda que fazia aquele peitoral chamativo subir e descer.

Sentei e bebi ali, atrás do móvel, bebi várias goladas e já senti a cabeça rodar. Uma choradeira me tomou sem pedir licença.

Foi quando vi os pés lindos e formosos de Faye bem na minha frente e levantei a cabeça para olhar o resto daquele corpo que não deveria estar no meu apartamento.

Faye estava acordada, bem ali na minha frente, se abaixando para retirar a garrafa de minhas mãos.

- Fedelha! Acho que você bebeu demais. Venha! Eu vou te levar para seu quarto. Levante!

Fiquei imaginando durante o trajeto da sala até minha cama sobre o que estaria passando pela cabeça dela por estar ali comigo a sós. Não conseguia lembrar da última vez que tinha posto as mãos nela durante um ato sexual.

Faye me deitou na cama. Me cobriu. Deu um beijo em minha testa.

- Boa-noite, fedelha!

Já iria se levantar, mas eu a segurei.

- Fica!

Faye ficou imóvel. Em silêncio sentou-se na beira da cama, enquanto eu segurava seu braço direito. Desci minhas mãos para segurar a dela. Ergui minhas mãos e entrelacei meus dedos nos dela. Nossos olhos estavam grudados uma na outra.

Acho que ela devia estar pensando se eu estava sóbria ou bêbada. Confesso! Estava muito sóbria, mas fingi estar um pouco alta. Deu para ver em seu rosto o momento exato em que seus sentimentos por mim causaram dor, pois seus olhos marejaram e ela tentou olhar para o chão.

Me sentei e puxei seu rosto para perto do meu. Suas pernas estavam inquietas. A beijei sem cerimônia alguma. Faye ficou vermelha. Sei porque a beijei de olhos abertos. Fiz questão de eternizar em minha memória, aquele rosto tão lindo que me expulsou da vida dela, mas nos unia sem carnalidade. Nos unia numa energia sexual que era palpável.

Diante disso, eu amoleci completamente e me deixei levar puxando por cima de mim o seu corpo, deitando na cama.

- Me beije! Estou pedindo, Faye. Me beije! Me ame! Sou toda sua!

Como amar uma Garota? - FayeYokoOnde histórias criam vida. Descubra agora