Capítulo 31

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ABEL FERREIRA

O tic tac do relógio da sala de espera ecoava se misturando com a ansiedade e incerteza do que havia acontecido com Maria Vitória.
Só faziam 15 minutos que ela havia entrado, mas para mim parecia mais de horas.

Eu evitava dirigir meu olhar ao tal gerente dela que fez questão de vir junto e estava sentado numa cadeira afastada de mim, mas o ódio que eu sentia em tê-lo ali só não era maior que minha preocupação com Mavi.

— O que aconteceu com ela?

Sinto dedos tocando meu ombro e quando me viro vejo que era a mãe de Maria Vitória, ela estava claramente nervosa.

— Eu ainda não sei, os médicos levaram ela, mas até agora ninguém apareceu para dizer o que aconteceu.

— Você estava com ela? — ela me olha num misto de curiosidade e ansiedade.

— Sim. — Eu falo com a voz embargada, sentia que a culpa era minha.

— Então você já sabe que...

— Que ela está esperando um filho meu? — Ela me olha talvez esperançosa. — Sim, eu já sei...

— Abel, eu preciso te fazer um pedido. — Ela fala em tom de súplica.

— Claro. — incentivo a dizer.

— Não deixe a minha filha sozinha. — lágrimas se formam nos olhos dela, e suas palavras soam como um choque no meu corpo, jamais passou em minha cabeça deixar Maria Vitória. — Eu sei o que é cuidar de um filho sozinha, pois eu criei a Mavi a vida toda com muito esforço e muitas vezes tirei de mim para dar a ela.

— Não se preocupe dona Rosa, eu jamais deixaria a sua filha sozinha. — Eu falo pondo minhas mãos nos ombros dela.

— Oi Abel, o que aconteceu? — Juliana chega logo atrás de dona Rosa e vejo Vinícius se encostar numa parede claramente me evitando.

— Oi Juliana, eu não sei. — eu falo passando a mão no rosto.

— Familiares de Maria Vitória Ferreira?

A médica se aproxima e todos nós nos unimos pela primeira vez.

— Somos nós. — Vinícius fala.

— Então, a pressão dela subiu de mais, e só conseguimos controlar agora.

— Mas ela está bem doutora? — Dona Rosa pergunta ainda abalada.

— Sim, agora tanto ela quanto o bebê estão bem, mas ela vai ficar em observação essa noite.

O som do ar sendo solto como um alívio ecoou no ambiente.

— Eu posso ver ela? — Dona Rosa pergunta ansiosa.

— Ela precisa de repouso absoluto, pois passou por um momento de muito estresse, então eu acho melhor só dois de vocês entrarem por vez e conversarem o mínimo possível para não desgastar ela.

— Beleza, então vai a dona Rosa e a Ju... — Vinícius fala, enquanto eu apenas ouvia tudo em silêncio.

— Não, desculpa Juliana, mas eu acho melhor o Abel entrar comigo. — Dona Rosa fala e Vinícius se afasta um pouco insatisfeito.

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