George deu um digno momento de partida a esposa de Rodolffo e viu o seu competente ajudante usar toda a sua força física para enterrar a esposa.
Rodolffo já não chorava, mas tinha um olhar vago e perdido.
- Aqui eu não enterrei apenas a minha esposa, mas todos os sonhos que nutrimos juntos nesses anos todos. Aqui também fica o meu sonho de ter uma família.
George era experiente e tocou o ombro de Rodolffo.
- Não diga isso. Ainda há vida para se viver.
- Lord por que tinha que ser assim? Nós tínhamos tanta esperança dessa vez. Na verdade nós sempre tivemos fé, mas os nossos filhos não eram para viver.
- Sua esposa podia ter algum problema.
- Ela tinha muitos Lord. Minha esposa não era uma mulher saudável e sua saúde sempre inspirava cuidados, mas ela queria ter um filho.
- Sete anos e só engravidou quatro vezes? É... Realmente não tinha tanta saúde.
Rodolffo virou para o Lord e olhou em volta. Ninguém poderia ouvi-los.
- Nós só fomos marido e mulher depois de dois anos de casados Lord. Nós casamos jovens e ela tinha muitos medos, eu também tinha e além disso tínhamos longos períodos de abstinência.
Lord George sentiu pena de Rodolffo, mas não lhe disse.
- Entendo. É compreensível. - foram suas palavras.
- Depois que aconteceu veio o primeiro filho e também o primeiro aborto. Querendo ou não Albani me culpava todas as vezes que acontecia.
- O aborto ou a gravidez?
- O aborto, mas eu não a irritava Lord. Ela era fechada para mim, mas eu entendo que as mulheres são assim. Sempre a deixei a vontade, nunca a forcei a nada e nem impus os meus direitos de marido. Sempre lhe fui fiel...
- Sinto muito em lhe dizer, mas as mulheres não são assim.
Rodolffo o olhou sério.
- A minha esposa era um céu Rodolffo. Um dia vou encontrá-la na eternidade. Odette era doce, alegre, viva e cheia de amor. É bom ver uma cópia dela a alegrar os meus dias.
- Ao menos ao senhor restou uma filha e eu? Só me resta a terra nas mãos.
- Quem é paciente como você demonstra ser, é também merecedor de grandes coisas.
- Lord, estou pensando em ir embora.
- Não pode ir. Eu preciso de você e é sobre isso que devemos falar em...
- Ei... Senhor Renart. Não se mexa. - Juliette vinha ofegante em direção ao pai e a Rodolffo. - A linda borboleta amarela pousou no senhor. - ela sorriu, mesmo que o momento não coubesse.
A borboleta amarela e muito bonita tinha pousado do lado esquerdo do peito de Rodolffo e ele olhou admirado para ela.
Juliette já estava junto dele e George deu dois passos para trás. Ele via o susto no olhar de Rodolffo e a ansiedade da filha.
- O senhor não pode pegar ela assim... Tem que ser com as pontas dos dedos. - Juliette explicava a Rodolffo e ele olhava atento ora para a borboleta, ora para Juliette.
- Aqui está senhorita. - ele disse entregando a borboleta a Juliette.
Ela encostou o seu dedo no dedo de Rodolffo e a borboleta os uniu naquele instante. George achou aquele momento bonito e viu um sorriso sutil surgir no rosto de Rodolffo, enquanto Juliette sorria de orelha a orelha.
- Ah fujona... Agora não te solto mais. - Juliette disse fechando a borboleta com a mão.
- Borboletas são livres senhorita. Não há sentido em prendê-las.
- Mas eu gosto dela. Acho ela linda.
- E de fato é linda mesmo, mas a prendendo a senhorita a retira do seu ciclo natural. Ela não ficará tão bonita como na natureza.
Juliette tirou a mão de cima da borboleta e ela vôo.
- A perdi de novo. - ela olhou para Rodolffo um pouco triste e ele a confortou.
- Ela não está perdida. Só se perde o quê morre.
- É verdade senhor Renart. Sinto muito por sua perda. Perdoe-me por te incomodar com uma borboleta.
Rodolffo assentiu com a cabeça e logo disse:
- Muito obrigado senhorita.
Juliette e Rodolffo se olharam uma última vez, então logo ela saiu de braços com o pai. Para quem vinha de um enterro ela parecia bastante animada.
- Papai... Chama-me agora de senhorita.
George gargalhou.
- Papai por que está rindo?
- Não é por maldade senhorita. Mas o jeito que você falou é muito engraçado.
- Senhorita Juliette. Ou senhorita Mountain. Senhorita... Se-nho-ri-ta.
- O quê achou do senhor Renart?
George perguntou e Juliette só arregalou os olhos.
- O quê houve senhorita? Não tem nada a dizer.
- Não posso lhe dizer o quê achei dele papai. O senhor pode se chatear.
- Ora... Por que eu ficaria chateado?
- Um dia eu te disse que o senhor era o homem mais bonito de toda a Grã-Bretanha.
- E sou, não sou?
- Eu não conhecia o senhor Renart papai...
George estreitou os olhos para Juliette e ela sabia que iria receber um sermão.
- Mas eu te amo papai. Isso é mais importante que qualquer coisa.
- Então o senhor Renart é mais bonito do que eu senhorita?
- É papai, mas ele não precisa saber disso, então o senhor continua sendo o homem mais bonito de toda a Grã-Bretanha.
George sorriu e viu Juliette encolher os ombros. Era um gesto de timidez dela não muito habitual, já que eles falavam sobre tudo. Mesmo sendo ainda muito jovem, Juliette já vivia uma nova fase em sua vida. George entendeu que a sua criança dava lugar a uma linda e doce senhorita.
- O papai é muito orgulhoso de você Juliette. Nunca esqueça disso. Você é o meu maior tesouro nessa terra. Tudo que eu faço e que farei será pensando na sua felicidade.
- Papai, não comece a me falar assim.
- Juliette eu não tenho muito tempo e você já sabe, nós já falamos sobre isso.
- Não! Eu não quero perder o senhor.
- Eu não quero ir... Mas será feita a vontade de Deus. Porém quando eu for, você terá um guardião.
- Guardião?
- Alguém que irá cuidar dos seus interesses e da sua integridade até o seu matrimônio. Eu confio no senhor Renart e também no senhor Gerard para cuidar de você...
- O Gerard? Ele não. Odeio aquele homem e ele me parece muito violento.
- Lembra dele?
- Claro que sim. Ele me mandou calar a boca num dia que estava viajando com o senhor. Não gosto dele.
- E do senhor Renart?
- Não tenho parâmetros ainda para avaliar. Senti pena dele. Depois ele foi gentil e por fim o acho mais bonito que o senhor, é só isso.
George beijou a mão de Juliette e logo seguiram.
- Está bem senhorita.
...
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O meu amado guardião
FanfictionUm amor nascido, nutrido e crescido na confiança. Essa é uma história de época.