Na casa do pai de Juliette.
George foi avisado da ida da filha para ver o potro, mas sabia que ela havia mentido ao criado.
Amarílis estava preocupada, mas George não sentia tanta preocupação assim.
- O senhor tem que mandar buscá-la.
- Não vou. Ela está com o Renart.
- Ela saiu sozinha senhor. Como ela está com o senhor Renart?
- Juliette está amando aquele homem e ela não aceita que ele se afaste.
- Senhor do céu... Mas eles sozinhos. Meu Deus. Vá buscar a sua filha.
- Não vou. Juliette tem que estar pronta para assumir as consequências dos atos dela. Se houver desonra, eu caso os dois.
- Mas ela ainda é uma menina. - Amarílis se pôs a chorar.
- Está na porta dos 15 anos. A minha mãe me teve aos 14 anos e ela não morreu por causa disso.
...
Na casa de Rodolffo.
- A senhorita não devia ter vindo aqui nesse horário. É muito perigoso.
- Por favor não continua afastado de mim. Eu sinto tanto a sua falta. - Juliette disse sem rodeios.
- Eu também sinto a sua falta.
- Então ouve o meu pai. Fica conosco. Não vai embora.
Rodolffo ficou com o coração apertado ao ver Juliette chorando.
- Não chore. Não fique assim. - ele a envolveu num abraço e ela o apertou.
Suas mãos fizeram carinho no cabelo de Juliette e ele lhe prometeu:
- Tudo bem... Eu não vou mais embora.
- Jura?
- Juro!
Juliette levantou a cabeça e os olhos dos dois tinham tanta ternura. Rodolffo fez carinho nas bochechas dela e um sorriso lindo lhe tomou a face.
- Sem choro, promete?
- Prometo.
- Agora eu vou te levar de volta. Que o seu pai deve estar muito preocupado.
Juliette quase soltou um "eu te amo" para Rodolffo, mas teve medo. O abraço teve fim e ele buscou dois agasalhos para eles.
- Seu cavalo não tem costume de andar a noite e isso é muito perigoso.
- E o quê faremos?
- Vamos no meu e eu levo o seu do lado. Meu cavalo consegue ir e vir sem dificuldade.
- Que cheiro é esse? Eu tenho fome Rodolffo.
- Está com fome? Então vem comer. - Rodolffo pegou na mão de Juliette e lhe levando para dentro da casa e te servindo um pouco de sopa.
Juntos comeram e depois de um tempo seguiram de volta a propriedade do Lord.
Juliette falava muito durante o trajeto e tinha perguntas variadas sobre os bichos da noite.
- Também não gosto de morcegos. Eles são muito assustadores Juliette.
- Não tenho medo deles se estou com você. - ela colocou a mão dela sobre a de Rodolffo que estava segurando sua cintura. - Me sinto segura contigo.
- Que bom que se sente assim comigo.
- Promete dançar comigo no meu Debut?
- Terá tantas pessoas querendo dançar contigo... Talvez não tenha tempo para mim.
- Claro que tenho. Meu desejo é que você seja meu par a noite toda.
- Seu pai não vai concordar com isso.
- Meu pai tem que me entender. Não preciso de um baile para arrumar um noivo.
- Não mesmo. - Rodolffo disse isso e ajustou a mão na cintura de Juliette.
Ela deu um sorriso que ele não viu e ele cheirou o cabelo dela que o vento sempre levava ao seu nariz.
Vontade de beijá-la Rodolffo sentia a todo instante, mas não era o momento.
- Será meu par senhor Renart?
- Se for sua vontade, serei senhorita Mountain.
- Combinado.
Eles chegaram e o Lord estava sentado lendo um livro, como quem já os esperava.
- Papai, eu tinha saído... - o Lord a impediu de continuar.
- Suba ao seu quarto e fique lá. Preciso conversar com o senhor Renart imediatamente.
Amarílis foi levando Juliette e os homens ficaram a sós.
- Seja homem e me diga a verdade. Já teve alguma intimidade com a minha filha?
- É sério que pensa que Juliette e eu já... Não é possível.
- Responda.
- Não. Nunca houve um beijo sequer.
- Se você a desonrar, irá ficar com ela a todo custo.
- O senhor não está doente dos pulmões, seu problema é loucura mesmo. - Rodolffo bateu no peito. - Eu tenho vergonha na cara e se um dia ela for minha, só Deus tira Juliette de mim. Entendeu?
- Entendi.
- Vive a desconfiar do meu caráter, mas eu continuo limpo e ileso, assim como a sua filha.
- Quero que me perdoe pelos últimos acontecimentos e que não vá mais embora. Se for da sua vontade, anuncio a todos que você está fazendo a corte a Juliette.
- Isso só será anunciado no dia que eu tiver coragem de falar com ela sobre o quê sinto, até lá ficamos como estamos. Não quero assusta-la.
- Tudo bem.
- E tem mais... Ela me pediu para ser seu par durante o baile e eu aceitei.
- Tudo bem. Não há problema quanto a isso.
- Agora eu vou indo. Até amanhã Lord George.
George ficou aliviado, finalmente tudo parecia estar começando a se alinhar de novo.
...
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O meu amado guardião
FanfictionUm amor nascido, nutrido e crescido na confiança. Essa é uma história de época.