30

90 24 28
                                    

No quarto, Rodolffo achou Juliette de pé e agora ela parecia sentir muito mais dor.

- Por que não está deitada?

- Está doendo tanto. Ah... Como dói.

Ele a segurou enquanto ela chorava de dor.

Massagem e muito carinho marcavam aquele momento. Amarílis deixou a água morna e os lençóis, mas resolveu não ficar no quarto, a sintonia do casal lhe emocionou profundamente. O tanto que Juliette confiava no marido era algo que ela nunca havia visto nos seus 45 anos de vida.

- Vem deitar meu amor.... Vem... - ele a ajudou e logo outra contração veio forte. - Faz força amor... Vamos conseguir juntos.

- Eu sinto que está faltando tão pouco.

- Sim... E não poderia fazer isso sozinha. Quando sentir outra dor faça força para o bebê nascer.

Juliette tinha contado os conselhos da parteira para Rodolffo e por isso que ele tinha algum conselho a dá, por que experiência com partos ele não tinha nenhuma.

Segurando as mãos do marido, Juliette foi fazendo força enquanto sentia uma dor alucinante. E foi aí que sentiu uma pressão enorme na região íntima.

- Tá nascendo... Olha...

Rodolffo olhou e conseguiu ver o couro cabeludo do bebê.

- Amor, empurra, só um pouquinho mais.

Outra contração fez Juliette fazer força até sem querer e a cabeça do bebê deslizou para as mãos do pai e logo um choro anunciou a chegada do novo membro da família.

A parteira entrou ao som do choro e fez a retirada total do bebê. Rodolffo tinha as mãos trêmulas e Juliette estava admirada com a criança que acabara de ser parida por ela.

- Um lindo menino. - a parteira entregou o bebê nas mãos da mãe e Juliette foi logo lhe cheirando.

Rodolffo deu um beijo na esposa e outro no filho.

- Nosso menino... - Juliette disse emocionada.

- Ôh George... Seus pais te amam filho. Bem-vindo.

A chegada de George foi uma das alegrias mais verdadeiras que Rodolffo, Juliette e George sentiram. O  pequeno encheu de amor e graça toda a vida que havia ali.

...

Dois anos depois.

Juliette via George tentando brincar com o avô enquanto Rodolffo cuidava de outros afazeres do lado de fora da casa.

- Meu filho, não cansa o vovô.

- Mamãe... O bobô não quê blincar.

- Dá um tempinho para o vovô... Brinca aqui perto da mamãe meu menino.

Juliette reposicionou George no chão e cobriu o pai adequadamente com uma manta.

- Papai...

George só bateu os olhos e ali lágrimas caíram.

- O senhor sente frio?

- Não. Mas eu queria ouvir uma boa nova hoje.

- Eu tenho uma... George será irmão mais velho dentro de sete meses. Papai estou esperando o meu segundo filho ou filha. - Juliette beijou as mãos de George.

- Isso é muito bom. - a respiração cansada era evidente e tinha alguns dias que George estava mal. - Chame o seu marido Juliette...

- Papai...

- Chame...

Juliette segurou a mão do seu pequeno George e foi atrás de Rodolffo. Seus olhos só eram lágrimas e George só queria correr para os braços do papai.

Rodolffo colocou o filho no colo e olhou para Juliette que chorava.

- O quê aconteceu? Por que está chorando?

- O papai... Ele pediu para te chamar. Rodolffo é uma despedida. Meu pai está morrendo.

Rodolffo pegou na mão da esposa e logo voltaram a casa, encontrando George com os olhos fechados.

- Lord George Mountain... Olha para nós. - Rodolffo disse segurando os braços do sogro.

George abriu os olhos e mirou o genro.

- O senhor não vai desistir agora, não é? É só um dia difícil, já houveram tantos. Não pode nos deixar agora. Temos uma novidade, a Juliette está esperando um bebê. Isso não é fantástico?

George respirava ofegante e chorava.

- O senhor tem que viver. Por favor Lord Mountain.

- Me perdoe? - disse com dificuldade.

- Não faz sentido esse pedido. Mas tem o meu perdão verdadeiro por qualquer coisa que seja.

- Já dei muito trabalho...

- Não... Se for por isso pode continuar a dar muito trabalho.

George deu um sorriso suave e foi fechando os olhos.

- George! George! Não faça isso com a gente. - Rodolffo disse chorando e Juliette o abraçou juntamente com o seu filho.

Naquela manhã George os deixou, mas a marca do seu amor era eterna.

...

Algum tempo depois...

Juliette estava no jardim da casa com Odette e George. Enquanto Rodolffo cuidava dos cavalos.

- Mamãe... Para a senhora. - George disse sorridente ao entregar uma flor para a mãe e logo  entregou uma flor para a irmã. - Para a Odette também tem.

Odette sorriu e cheirou a flor, mas depois deu a mãe.

- Obrigada meus filhos. Mamãe ama tanto vocês. 

Juliette deu um beijo em cada um e os dois deitaram no seu colo. Mas logo ela também teve um peito para se apoiar, já que Rodolffo se juntou a sua família.

- Eles te amam muito. - disse junto ao ouvido da esposa.

- O amor é contagioso e isso combina tanto com a nossa história.

- Uma linda história e que nunca será esquecida.

- Tenho certeza que não.

- Eu te amo Juliette Renart.

- Eu te amo Rodolffo Renart.

Fim!

O meu amado guardião Onde histórias criam vida. Descubra agora