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Dois anos depois...

Vinte e quatro meses se passaram desde o Debut de Juliette, mas mesmo assim, onde ela passava ainda era apontada como a debutante que casou no dia seguinte.

Rodolffo se incomodava mais com isso do que ela, mas eles tinham que viver com essa marca, por que era a história deles.

No casamento eles iam muito bem e amor nunca faltava. Juliette era maravilhada com seu marido amoroso, trabalhador e sempre muito honesto. Rodolffo já mandava e desmandava em todos os departamentos da propriedade. Tudo ia muito bem e em todas as noites que era possível o casal se amava com a mesma ternura da primeira vez.

Ultimamente a coisa que mais preocupava Juliette era a saúde de George. Seu pai estava cada dia mais debilitado e ela chorava ao vê-lo tentando se alimentar, mas sem conseguir. Era dolorido e penoso.

George já não conseguia falar por longos períodos e também não andava para além do quarto, escritório e sala de jantar.

- Sente aqui Juliette...

Certa tarde ele lhe pediu enquanto ela amassava uma fruta para lhe dá.

- Oi papai.

- Não quero morrer minha filha. Mas há anos venho lutando pela minha melhora que nunca acontece.

- Papai, aguenta com fé. Rodolffo foi em busca do melhor médico do país para ti. Temos fé que ele lhe dê alguma esperança. Ele está viajando a duas semanas em busca desse homem.

George segurou firme no braço de Juliette.

- Posso lhe fazer um pedido?

- Qualquer um papai. Eu lhe juro que farei o impossível para atender.

- Não sei se tenho todo esse tempo, mas eu desejo ser avô minha filha. Já é casada a dois anos e o meu netinho nunca vem.

Juliette baixou o olhar e ficou em silêncio.

- Papai eu não quero deixar cuidar do senhor. A minha preocupação é a sua saúde. Não posso ter um bebê agora.

- Juliette, o seu marido já tem 30 anos, e essa idade no nosso tempo já é mais da metade da vida útil. Não quer que ele veja os filhos crescidos?

- Papai... Não se preocupe com isso agora. Vamos tentar comer um pouco?

Juliette queria poder ver o pai se tornar avô, mas claramente Rodolffo não estava disposto a ceder. Com pouco mais de um ano de casada, ela teve um atraso nas regras e isso o deixou muito contrariado.

Mesmo que ela se sentisse pronta a gerar um bebê, sabia que esse não um desejo de Rodolffo no momento, ou talvez não haveria um momento que ele desejasse isso.

Talvez esse fosse o único ponto que a deixasse pensativa quanto o resto da sua vida conjugal. Juliette queria ser mãe.

...

Naquela noite George passou muito mal e Juliette ficou com ele no quarto. Ela chorava e rezava mentalmente.

Desejava uma melhora na saúde do pai, mas não via que isso fosse verdadeiramente acontecer.

- Senhor eu confio na sua providência na vida do meu pai e também na minha vida e na do meu marido. Nos abençoa. - ela pedia enquanto fazia cafuné na cabeça de George.

...

O meu amado guardião Onde histórias criam vida. Descubra agora