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George logo cedo também buscou a filha e lhe deu um lindo conjunto de esmeraldas.

- Papai, não precisa disso.

- Todas as homenagens a você minha herdeira. Saiba que enquanto eu viver, sempre irei estar contigo. E do meu jeito vou tentar te proteger. Feliz aniversário.

- Papai, há de viver muitos anos ainda. Eu te amo, muito obrigada. - Juliette deu um beijo na mão do pai e logo sentiu uma dor pesada na região dos quadris.

Nesse momento lembrou que aquela dor já tinha lhe dado durante a noite passada, mas passou, porém essa pareceu mais forte que a anterior.

Ela disfarçou, mas sabia que aquela cólica era um sinal: seu bebê chegaria.

...

Durante todo o dia Juliette sentiu dores, mas foi disfarçando com sorrisos. Rodolffo e George até viram algumas caretas, mas ela alegou estar com dor nas costas.

- É que o bebê já está muito pesado minha filha. Lembro que sua mãe também sentia isso. - George recordou.

Rodolffo ficou em silêncio, mas seu olhar era de preocupação.

- Não me olhe assim amor. Isso é normal. Pare de me olhar assustado dessa forma. Essa criança terá que nascer e eu quero que seja o quanto antes.

- Juliette não seja apressada... Deixa Deus mandar na hora certa.

Olhando para o pai e para o marido, Juliette sabia que o momento do parto seria terrível para os dois então resolveu que iria suportar até enquanto pudesse silenciosa e solitária.

Ocorre que uma chuva intensa começou a cair na propriedade e mesmo que a parteira morasse perto, ainda havia um deslocamento.

Juliette então resolveu se recolher ao quarto.

- George eu vou ficar com a Juliette. - disse Rodolffo ao sogro.

- Pode ficar um pouco com o papai. Eu estou bem. É só uma chuva e nunca tive medo de tempestades.

- Essa menina nasceu no dia da coragem... Nunca temeu a nada. - George disse sorridente.

- Pelo meu conhecimento de vida, uma pessoa sensata tem que temer. É importante também ser prudente. Juliette fique conosco. Não vá para o quarto agora.

- Eu vou deitar um pouco, estou cansada de estar sentada. Daqui a pouco eu volto. Continuem a jogar as cartas de vocês.

Juliette foi sozinha para o quarto e chegando lá já sentiu um líquido quente correr por suas pernas.

- Bebê... Você realmente vem hoje... - ela disse sorridente e alisando a barriga.

Logo trocou seu traje por uma camisola leve e nesse momento viu sangue entre suas pernas. Aquilo lhe deixou um pouco apreensiva, mas a parteira, outro dia, lhe disse que era normal.

Forrou a cama cuidadosamente e enquanto os raios clareavam o quarto, ela se segurava firme aos lençóis a cada nova contratação.

...

Na sala de estar.

Um tempo depois...

- George, quer deitar um pouco?

- Não Rodolffo vou ficar um pouco mais aqui. Ainda não tenho sono.

- Eu estou com medo de Juliette entrar em trabalho de parto nesse temporal. Como vou buscar a parteira?

- Ela disse que estava com dor nas costas. Eu acho que Juliette não esconderia isso de nós.

- Não vou ficar aqui parado, vou vê-la. Qualquer coisa estamos no quarto.

Rodolffo estava preocupado e ao ver o quarto no completo escuro, ficou mais apreensivo ainda.

- Meu amor... Por que está no escuro? - ele disse com um castiçal na mão e já colocando a chama numa grande lâmpada a gás que tinha no quarto.

Juliette estava deitada na cama e tinha o olhar distante, além do rosto molhado.

Rodolffo percebeu o chão do quarto úmido e olhou bem para o semblante de Juliette.

- Meu amor... Juliette está tudo bem?

Ela estava coberta mais Rodolffo viu manchas de sangue na cama.

- Juliette fale comigo... - ele sentou junto dela e logo tirou as cobertas vendo muito sangue. - Misericórdia.

- A parteira disse que é normal... Vai nascer meu amor. O nosso primeiro filho.

Rodolffo parecia que revivia um momento terrível ao ver tanto sangue e quis se desesperar mas por Juliette tentou se conter.

- Por que não me disse nada?

- Para não te vê em pânico como está agora.

Juliette deu um gemido agudo e ele lhe segurou as mãos.

- Eu vou chamar a parteira. Aguenta um pouco que vou chamar a Amarílis.

- Não vai por favor... Me ajude a dá a luz a esse bebê.

- Meu amor por Deus eu nunca fiz isso.

- Não quero que o papai saiba agora. Ele ficará aflito, pode passar mal. Hoje ele esteve tão bem.

- Juliette isso é uma loucura. Vou pedir que alguém busque a parteira e logo volto.

Rodolffo saiu do quarto um pouco desnorteado pelo momento inesperado, mas fez uma pausa para conversar com Deus.

- Eu tenho tanto a te agradecer e o senhor sabe que sou muito grato. Mas hoje lhe faço um pedido: cuida da minha esposa, lhe dê forças para dá a luz normalmente e traz esse anjinho para nós. Nos ajude meu Deus.

Depois disso, buscou Amarílis e lhe pediu que fosse atrás de Gregório.

- Eu sei que está chovendo, mas sei que Gregório fará isso pela minha família. Agora vou ficar com Juliette e seja o quê Deus quiser.

- Senhor, vou amornar água e levar lençóis limpos.

- Sim... Faça isso. Eu te agradeço Amarílis.

George tinha se recolhido no quarto e Rodolffo achou melhor assim. O sogro não tinha saúde para grandes emoções.

...

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