Capítulo 26 | Livro 1

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Hana On:

Ao acordar, faço minhas higienes matinais e me arrumo para meu primeiro dia de trabalho como criada. Antes de sair do meu quarto, olho para o relógio redondo na parede, ainda não está no horário em que o supremo acorda. Saio do meu quarto e resolvo andar um pouco pelo castelo.

Ao sair de dentro do enorme local, vejo um jardim lindo. Ando para me aproximar e me sinto abismada. O sol ainda está claro, deixando a água da fonte que existe no local, cristalina. Vou até às flores que ficam perto da parede, um pouco afastadas da fonte apenas para admirar. Me sento na parte de pedra onde separava as flores do resto do jardim e começo a tocar elas com cuidadosamente para não me machucar com os espinhos.

Mun On:

Ao acordar, fazer minhas higienes e trocar minhas vestimentas, resolvo ir até a varanda. Hoje o dia será bastante agitado, pois irei ler as queixas sobre o meu povo, então preciso tomar um pouco de ar antes disso.

Ao chegar na varanda, não vejo apenas o jardim, mas consigo ver minha parceira distraída ao adimirar as flores. Eu me perdi ao admirar sua beleza.

Isso me faz soltar um suspiro, um suspiro de medo com o que pode ocorrer no futuro. Eu gostaria de ir até ela e a abraçar, porém isso não é possível. Rla não aparenta gostar de mim, será que a We Gen realmente cometeu um erro?

Não posso pensar assim. Ela é a minha companheira, ela é a garota a quem minha vida e meu coração está destinado. Eu vou me esforçar, farei de tudo para tê-la ao meu lado. Não posso deixar com que esse pensamento tome conta de mim.

Saio da varanda e vou até o jardim. Me aproximo cada vez mais da mulher com cabelos pretos ondulados e vestido branco com um corset marrom. Não demorou para que ela percebesse a minha presença e se levantasse das pedras ao lado das flores que estava sentada para fazer uma leve reverência.

–Pensei que o senhor iria acordar mais tarde.

–Normalmente eu acordo. Mas decidi admirar o jardim para ter um pouco de ar fresco. Infelizmente hoje será um dia agitado.

–Ser rei não deve ser fácil como parece.

–Achava que era fácil ser da realeza? – Ela coloca sua mão levemente aberta na frente dos seus lábios para esconder o sorriso.

Ela realmente tem um rosto sério e um olhar mortal, mas seu sorriso definitivamente é o mais fofo e sincero que eu já vi em toda a minha vida. Tudo o que eu gostaria nesse momento, era retirar sua mão da frente do seu rosto,  apenas para admirar a beleza do seu sorriso.

–Para alguém que tem um olhar tão sério assim, seu sorriso é bem fofo.

–Não consegui segurar, eu cavei a minha própria cova. E pare com isso, eu não sou fofa. –Essa frase faz com que um sorriso escape de meus lábios. –Pelo visto o supremo também sabe se divertir.

–Pareço ser sério?

–Você quer uma resposta mentirosa, uma verdadeira que não vai me deixar ser presa, ou uma sincera que provavelmente vai me colocar na cadeia ou com meu pescoço sendo cortado?

–Pode ser a última opção. –Ela consegue me deixar curioso.

–Você até pode ter um rosto sério em alguns momentos, e também ter uma voz rígida, mas não deixa de parecer um pirralho. –Ela diz, sem medo de receber uma punição.

–Isso é jeito de falar com o seu supremo?

–O que foi? Você pediu a resposta sincera. –A garota dá de ombros.

–Tudo bem, vamos para minha sala. Acho melhor resolver as queixas do reino desde cedo.

–Mas normalmente é muita coisa. Por que não pede para um de seus subordinados fazer isso para você? –Pergunta

–Quero me esforçar para ser um bom rei, eu mesmo quero cuidar do meu próprio reino. Se todas as pessoas ao meu redor cuidarem do reino sozinhas, ser o supremo seria apenas um título a ser carregado, e eu não quero isso. –Afirmo

Ela apenas concorda com a cabeça e vamos para minha sala.

Quebra de tempo

Está de noite. Não saí de minha sala até agora, precisei fazer minhas refeições aqui para não me distrair. Eu sou o supremo Alfa, então por mais que eu seja o rei de Wolgwang, também mando em outros reinos, por isso o título de "supremo". Eu sou aquele com maior poder dentre todos da monarquia, aquele que está acima dos reis. Além das queixas do meu reino, também preciso letras queixas dos outros reis, o que é bastante coisa.

Hana começou a me ajudar a ler, eu disse que não precisava, mas ela insistiu. Ela leu muitas e anotou aquelas cujo achávamos que tinham maior importância. Àquelas que haviam com pouca importância eu anotei, o que eram muitas.

Com as horas passando, Hana acabou pegando no sono. Eu não gostaria de acordar ela apenas para que fizesse um trabalho que é meu, então fiz o restante sozinho. Também não quiz a acordar para que ela fosse dormir em sua cama pois ela tem uma personalidade forte, então provavelmente não sairia daqui me deixando sozinho.

Ao terminar, olho para Hana e dou um sorriso. Ela está em minha frente, sentada na sua cadeira com sua cabeça deitada na minha mesa. Me levanto de minha cadeira e dou a volta pela mesa, ficando ao lado de Hana.

–Hana? –Digo tentando acordar a garota de cabelos pretos.

Mecho um pouco em seu ombro e vejo que ela fecha os olhos com força, franzindo a testa. Pode ser um pesadelo. Mecho em seu ombro com um pouco mais de rapidez, o que faz ela fechar os olhos com força e depois abri-los rapidamente, como se tivesse assustada.

–Majestade? –Sua voz está um pouco rouca.

Ela levanta sua cabeça e olha em meus olhos. Os seus estavam ou pouco fechados, lutando contra o sono.

–Eu já terminei tudo, vá dormir.

–Deveria ter me acordado, esse é meu trabalho como sua criada. –Diz enquanto esfrega os olhos.

–Não, não é. Você precisa dormir, Hana.

Ela coloca seu cabelo para trás de orelha e se levanta da cadeira, ficando bem próxima de mim. Seu cheiro é viciante...

–Eu vou te recompensar.

–Não precisa, agora vamos. Meu quarto é a caminho do seu, eu te acompanho até lá. –Na verdade, tenho medo que ela se perca pelo palácio.

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