Capítulo 31 | Livro 1

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É um novo dia, e já está tarde da noite. Acompanhei Mun o dia inteiro, então não consegui me alimentar direito – pelo menos não de sangue. – Mun ainda tem bastantes assuntos para resolver, um dos motivos é que os representantes irão vir em pouco tempo.

Tudo precisa estar pronto, principalmente para evitar discussões. Vários deles podem ser mimados e grossos, mas precisamos da ajuda de todos. Principalmente para que os espíritos malignos não se espalhem por todo o mundo.

Entro na sala de Mun, pois estava na cozinha fazendo um café para o mesmo. Não bati na porta. Isso não é tão nescessário, ele sabe que sou eu.

Vou até a mesa do supremo e coloco o café em sua frente.

–Tem certeza que não quer resolver todos esses assuntos amanhã?

–Isso apenas irá me atrasar. –Ele bebê um pouco do café. –Por que não pegou para você? –Já está tarde,  mas precisamos ficar acordados.

–Não preciso disso.

Eu realmente não preciso, posso passar noites acordadas, apenas durmo quando estou cansada, entediada, ou apenas para recuperar minhas energias.

Como nosso sangue não tem nutrientes o suficiente, precisamos sempre cuidar da nossa saúde. Pode sim passar dias sem viver, mas isso afeta nosso corpo como o de qualquer outra espécie.

O único problema é que com forme o tempo passa, o cheiro de Mun fica ainda mais doce. O que faz minha fome aumentar, e me deixar com uma terrível vontade de morder seu pescoço apenas para sentir o gosto de seu sangue.

–Por que está parada olhando para mim assim?

–Apenas me distrai. –Digo me sentando na cadeira a frente de sua mesa.

Mun se levanta e vem até mim, ficando ao meu lado. Ele me entrega uma folha com vários nomes e gostosdessas pessoas. Ele aproxima bastante seu pescoço de mim quando olha para alguns papéis que estavam na mesa.

–Acha que esqueci de anotar sobre alguém? –Pergunta

Eu me perco ao sentir seu cheiro, meu olhar fixa em seu pescoço.

Você está tão próximo... Eu gostaria tanto de poder te provar, Somun.

Estou em uma luta interna, lutando para não morder o alfa supremo aqui mesmo. O cheiro dele não ajuda, apenas me deixa mais atraída e curiosa pelo sabor de seu sangue.

Se eu continuar assim, meus olhos vermelhos e minhas presas podem aparecer a qualquer momento.

–Hana? –Sou retirada de meus pensamentos ao ouvir o som de sua voz.

Quando percebi, ele estava olhando para o fundo dos meus olhos, percebendo o quanto eu admirava o seu pescoço. A situação me faz virar meu rosto rapidamente.

–Por que está desse jeito?

Porque eu gostaria de provar seu doce sangue.

–Eu... Vou para o meu quarto, volto em pouco tempo. –Rapidamente me retiro de sua sala, mas consigo escutar sua voz chamando “Hana” antes que eu pudesse sair.

Corro pelos corredores em direção ao meu quarto. Eu preciso me alimentar o mais rápido possível. Ao chegar no meu quarto, vou até o criado mudo ao lado de minha cama, onde eu deixava uma garrafa reserva, pois a grande está bem escondida.

Ao tomar o líquido que estava na minha garrafa, consigo sentir minhas presas aparecendo e meu olhos ficando da cor do líquido que existia dentro da garrafa. Ao sentir e ingeri o suficiente, coloco ele novamente no criado mudo.

–Hana?

Mun!? A porta... Eu deixei aberta...

Consigo ouvir o barulho da porta sendo fechada atrás de mim.

Meus olhos e minhas presas não vão voltar ao "normal" tão cedo assim... O que eu faço?

Eu me sinto paralisada, não consigo falar ou fazer algo. Minha mente está agitada e meu peito está carregando um turbilhão de emoções.

Ele deve estar se perguntando qual é o conteúdo que existe nessa garrafa.

–Hana! –Sem que eu percebesse, Mun segura meu pulso e vira meu corpo para ele, fazendo com que eu o encarasse com medo do que poderia acontecer de agora em diante.

Ao olhar em meus olhos, Mun solta o meu pulso e dá um passo para trás. Vermelho, essa é a cor em que meus olhos estão nesse momento.

–Mun, eu...

Não havia palavras para explicar, e mesmo que eu tentasse, minhas presas estão a mostrar.

Nós decidimos quando nossas presas ou olhos serão revelados, mas é impossível controlar quando estamos com fomo ou quando acabamos de comer – é preciso esperar alguns minutos para que voltem ao "normal".

–Você é uma vampira? –Ele também ter visto as presas quando eu tentei falar algo.

Sua voz não demonstra emoção. Seu rosto que antes demonstrava um choque, agora está ilegível.

Meu medo fala mais forte do que tudo. Eu estou com medo. Medo do que pode acontecer comigo, medo do que podem fazer com a minha irmã de agora em diante, medo de acabar sendo machucada de novo, medo de ser rejeitada...

Começo a lutar para que minhas lágrimas não descessem, mas é impossível. Apenas decidi desistir de ser forte, desistir de guerreira.

Pela primeira vez, eu me daria o luxo de ser fraca.

Lágrimas aparecem eu meus olhos, eu já desisti de tentar deixá-los castanhos novamente, isso não adiantaria de nada. Quando senti as lágrimas quantes caindo de meus olhos, consegui ver a expressão no rosto de Mun mudar imediatamente.

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