Ódio ou Amor?

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- Qual é a dele?
Digo.
- Longa história.
Troy responde.
- Tudo bem,eu tenho tempo.
Falo esperando.
Sento no chão,cruzando as pernas.
Troy olha para mim e sorri.
- Ok então.
Ele se senta ao meu lado.
- Foi no 2 ano do ensino médio. O Ian era apaixonado por uma garota,Bia,eu acho.Ela era linda,todos os garotos do colégio gostavam dela.Mas ela o odiava. Aí,certo dia o namorado dela e ela estavam brigando e o Ian viu,ela pediu sua ajuda,afinal, o namorado estava a agredindo. Mas nada o Ian podia fazer,o cara era mais velho,forte e segurava uma arma,além de ter o ameaçado. Então o namorado apontou a arma para ela,na hora ela encarou o Ian e disse:"covarde" e então o cara atirou. Ela foi levada ao hospital,mas...não resistiu.
- Eu sinto muito.
Digo assustada.
- Tudo bem. Você não sabia.
Troy diz.
- Eu...eu preciso falar com ele.
Digo e vou atrás de Ian.

O procuro e o vejo sentado no meio-fio da praça a frente.Com a cabeça baixa.

- Ian.
Digo.
- Você não percebeu até agora que não gosto de você?
Ele diz nervoso.
- Sim.Percebi.
Respondo.
- Então tenha vergonha na cara e me deixa em paz.
Ele levanta nervoso e diz.
- Eu ia pedir desculpas,mas acabo de ver que não preciso. Você mereceu,sabe por que? Porque você é um verdadeiro covarde Ian.
Me viro para ir embora,mas ele puxa meu braço e com o impulso meu corpo é pressionado contra o dele.
Nossos rostos estão tão perto que consigo ouvir sua respiração ofegante.
- Por que você me deixa louco?
Ele diz olhando nos meus olhos.
- Me solta.
Digo.
Ele chega sua boca perto da minha.O empurro mas é impossível,pois seus braços estão envoltos ao meu corpo.Sinto sua respiração contra o meu peito. Meu coração dispara,torço para ele não perceber.
Seus lábios chegam cada vez mais perto dos meus. Olho fixamente para sua boca.
Ele puxa minha cabeça,pressionando seus lábios contra os meus. Tento sair,mas percebo que talvez essa seja a coisa que eu mais quis em toda minha vida. Sentir seu beijo. E que eu devo parar de lutar contra o que sinto. Eu sempre o odiei,mas pelo fato de saber que desde a primeira vez que esbarrei com ele senti algo que foi maior do que eu mesma. O odiei por saber que ele me fazia o querer e eu odeio saber que alguém me faz vulnerável. E talvez eu tenha gostado do seu irmão sim,mas só por ele me fazer lembrar o Ian.Talvez essa seja a hora de eu me entregar ao amor,ou pelo menos tentar.
Paro de me debater e me deixo sentir. Sentir seus lábios se contorcendo com os meus,sentir suas mãos na minha cintura e o calor do seu corpo. Sua respiração acelerada e seu coração batendo no ritmo do meu. Não sei o que realmente é o amor. Afinal sempre digo que é amor. Mas se isso não for amor,não sei o que possa ser.
O beijo é longo e lento. Não é o melhor beijo do mundo,mas é o mais sincero.
Seus olhos azuis me encaram e sua boca sorri para mim.
- Eu sempre te odiei,por saber que te amei desde da primeira vez que te vi naquela rua,se esbarrando em mim. E eu não queria que uma simples garota na primeira vez que me visse mexesse tanto comigo,na verdade,nunca pensei que isso foi possível até eu te conhecer.
Ele diz,com os olhos cheios de lágrima e continua:
- Sei que sou um covarde...
Mas não o deixo terminar.
- Não,você não é. É o cara mais corajoso e cheio de atitude que conheço.O único que fez meu coração sair dos trilhos,e isso não é qualquer coisa meu bem.
Nós dois rimos juntos.
- Agora sim,sinto que minha vida está completa.
Ian diz e logo em seguida me abraça. Ele é muito cheiroso.
- Você cheira fofura e sinceridade.
Digo com uma cara fofa.
- Aé,e como é que fofura e sinceridade cheira?
Ele diz ironicamente.
- Você.
Digo.

Ele segura minha mão e saímos por aí,sem rumo.
Nunca me senti tão segura.

My real loveOnde histórias criam vida. Descubra agora