Enfim sós

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No caminho para minha casa,recebo uma mensagem,é de Clark:
- O Ian sofreu uma parada cardíaca e entrou em coma.
Fico atônita e deixo o celular cair no chão,rachando-o. Dou a volta,acelero e vou em direção ao hospital. Chegando lá,desesperada,pergunto sobre ele. Vou em direção ao seu quarto. Enfermeiras me seguram,mas as empurro e entro no quarto no qual ele está. Ian desacordado, cheio de médicos em volta. Vejo o aparelho de dar choque no coração ao seu lado. Uma mão se põe sobre meu ombro. Me viro. É Clark. Ele chora desesperadamente.
- Sinto muito. O Ian entrou em coma e nem se sabem quando volta. Por pouco ele não morreu.
Olho para ele,sem acreditar. Nem chorar consigo,pois ainda não acredito. Memórias veem na minha cabeça. A primeira vez que nos esbarramos,na ida para o colégio,se eu tivesse mudado o caminho,nunca teria conhecido o amor da minha vida.
Clark acena para as enfermeiras e elas abrem espaço para mim.
- Ele te ama Annie, não importa o que aconteça,ele sempre te amará. Você foi o único e verdadeiro amor da vida dele. Aventuras,beijos,risos,tudo lembra você. Seu corpo é uma tentação para ele. Seus lábios têm gosto de paixão intensa e ele realmente não consegue te esquecer,nem parar de te amar. Palavras ditas por ele.
Olho para Ian. Não consigo ir em sua direção,portanto,Clark me leva até ele. Me ajoelho ao lado de sua cama e então converso com Ian como se ele realmente pudesse me escutar:
- Oi Mozão.
Digo chorando.
- Sabe...se eu não tivesse seguido aquele caminho,naquele momento,não teria te conhecido. E seriamente? Não me arrependo,porque foi lá que encontrei o amor da minha vida,o futuro pai dos meus filhos. Eu sei que nada vai te acontecer. Sabe por que? Porque você ainda tem que cumprir mais essa missão: Ser o pai dos meus filhos. Cuidado viu senhor Ian,é a missão mais difícil que terá que cumprir.
Passo a mão pelo seu braço de pelos finos e macios.
- Que creme você usa? Vai ter que me dar o nome,muito bom. Pele macia e lisinha. Como nunca havia percebido isso antes?

Tento ficar o mais calma possível. Tentando comprovar tudo o que digo com convicção.

Me levanto devagar,passo minhas mãos pelos seus braços subindo até o rosto e então beijo sua testa. Seguro sua mão. Quando me viro para sair,sinto algo em minha mão.

- Clark,ele...ele apertou minha mão!
Grito.

Me viro para Ian. E então escuto:
- Ainda tenho que ser o pai dos seus filhos,lembra?
- Claro que lembro.
Digo,beijando-o intensamente e ele retribui.
- Me desculpa Annie,prometi não te deixar preocupada e deixei.
Ian diz com a voz falha.
Sorrio e digo:
- É com isso que você está preocupado?Em me deixar preocupada?
Acaricio seus cabelos e concluo:
- Você não existe.

Eu e Clark ficamos mais umas três horas fazendo companhia a Ian. Nem uma palavra se manifestou. Nessas três horas fiquei acariciando o corpo de Ian,até ele relaxar e dormir.

- Você tem que descansar Annie. Vá para casa,tome um banho e durma.
Clark diz.
- Não vou deixá-lo Clark. Vou dormir aqui hoje. Vá você para casa,descansar.
Digo,segurando a mão de Ian, girando o polegar,a acariciando.
- Já que você insiste.
Clark diz,se levantando.
- Ah,e obrigado por cuidar do Ian.
Clark conclui.
- Não precisa agradecer,não faço isso por você,mas sim pelo Ian.
Digo e então Clark sai,fechando a porta.

- Enfim sós.
Ian diz,de olhos fechados.
Sorrio e digo:
- Pensei que nunca sairiam.

Quando estou me dirigindo até
o sofá,Ian segura minha mão e diz:
- Nananinanão. Hoje preciso de cuidados e de você por perto.
- Mas estarei perto de você,o sofá não é nem quatro palmos da sua cama.
Digo tentando entender.
- Mas eu preciso de você colada a mim,sentir o calor do seu corpo sabe? Tá tão frio e eu não quero ter que tomar remédio para aquecer meu corpo.
Ele diz,fazendo uma carinha triste.
- Então o que você quer senhor Ian?
Pergunto ,cruzando os braços.

Ele com dificuldade se encolhe na cama,deixando um espaço para mim.

- Não.
Digo.
- Sim.
Ele responde.
Viro a cabeça em negação.
- Por favor Annie. Eu preciso. Tem mais de três meses que não dormimos juntos. Eu preciso de você.
Ian implora.
- Eu não quero te machucar Ian. Você já está todo dolorido. Se dormirmos de conchinha ou eu deitada em seu peitoral,você só vai sentir dor.
Digo preocupada.
- Analgésicos servem para isso.Além do que, você é magrinha Annie,não vai me machucar em nada. Agora larga de me enrolar e vem aqui dormir comigo,vem me fazer bem.
Ian diz,puxando minha mão.
- Veeeem.
Ele diz
Vou em direção a cama e então me deito.
- A cama é muito estreita Ian.
Digo.
- Assim que é bom.
Ele diz.
- Concinha não.
Ele conclui.
- Que que é agora Ian?
Pergunto.
- Dorme virada para mim. Quero ver seu rosto.
Ian pede.
Me viro e então sorrio para ele.
- Tá bom assim?
Pergunto.
- Tá sim linda.
Ele responde,acariciando meus cabelos.
- To com frio.
Digo.
Ele põe o cobertor em nós dois e ficamos lá encolhidinhos,deitados de lado,abraçados.
Nunca me senti tão bem e protegida.


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