24. Rastreador

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[Gatilho: abuso, violência]Aviso de quebra de tempo: 1 ano

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[Gatilho: abuso, violência]
Aviso de quebra de tempo: 1 ano.

Han estava em um estado de constante agonia desde que Minho havia desaparecido. Um ano havia se passado, e cada dia parecia mais longo e doloroso que o anterior. A falta de respostas, a ausência de qualquer pista sobre o paradeiro de Lee, corroía Jisung por dentro, deixando-o em um estado de desespero quase constante. Ele já havia tentado de tudo — de prestar queixas à polícia a seguir pistas que se revelaram inúteis, de contratar detetives particulares a vigiar lugares que o policial frequentava. Era como se o chão tivesse se aberto e engolido Minho sem deixar vestígios.

Em uma noite solitária, enquanto revisava os pertences de Lee em busca de algum consolo, Han encontrou algo que não havia notado antes. Era um pequeno caderno de anotações, de aparência desgastada, escondido no fundo de uma gaveta. As páginas estavam repletas de rabiscos e anotações que, à primeira vista, pareciam caóticas e sem sentido. Entretanto, uma página em particular chamou sua atenção: uma lista de números e endereços. Algo sobre aquelas anotações despertou uma sensação de urgência no confeiteiro  — ele sabia que Minho sempre fora meticuloso, e nada que ele escrevesse ali seria sem motivo.

Determinando que aquela poderia ser a única pista verdadeira que ele tinha, Jisung decidiu investigar cada um dos endereços da lista, um por um. Nos dias seguintes, ele visitou todos os lugares indicados no caderno. A maioria parecia ser apenas locais comuns — cafés, lojas, e até mesmo apartamentos que não pertenciam a ninguém que ele conhecesse. Porém, o último endereço na lista parecia diferente. Era um prédio antigo e abandonado, localizado em uma área afastada da cidade, que já fora um depósito ou fábrica há muito tempo desativada.

Han hesitou por um momento em frente ao prédio, mas a determinação em encontrar Lee era mais forte que o medo. Ele entrou, sentindo o ar frio e o cheiro de mofo que permeava o local. O silêncio era assustador, interrompido apenas pelo som de seus próprios passos ecoando pelos corredores vazios. Quanto mais ele avançava, mais forte se tornava a sensação de que algo estava errado, como se estivesse sendo observado.

Enquanto explorava os corredores escuros e mal iluminados, Jisung ouviu um som fraco que parecia vir de algum lugar à frente. Era um ruído quase imperceptível, um misto de arranhões e murmúrios que arrepiou sua espinha. Seguindo o som, Han se encontrou diante de uma porta de metal, trancada e enferrujada. A intensidade do som aumentava, tornando-se um gemido baixo e fraco.

Com uma força que ele não sabia possuir, o confeiteiro começou a forçar a fechadura da porta. O coração batia forte no peito, a adrenalina correndo por suas veias. Depois de vários minutos de esforço, a fechadura cedeu com um estalo, e a porta se abriu lentamente, rangendo em protesto.

Jisung mal acreditou no que viu. Depois de um ano inteiro de buscas incansáveis, finalmente encontrou Minho, acorrentado em uma sala escura e fria, visivelmente abatido e enfraquecido.

O alívio inicial ao vê-lo vivo foi rapidamente substituído por uma onda esmagadora de pânico. O local era um verdadeiro pesadelo, uma prisão que havia drenado Lee de sua vitalidade. Han sabia que precisava tirá-lo dali o mais rápido possível.

Minho, mesmo em seu estado debilitado, parecia encontrar uma nova força ao ver Jisung. Seus olhos, antes apagados e opacos, ganharam um brilho de esperança ao reconhecer o rosto familiar. Com dificuldade, ele tentou se levantar, mas suas pernas não tinham força. Han rapidamente se ajoelhou ao lado dele, os olhos marejados de lágrimas, enquanto lutava para libertar Lee das correntes que o prendiam.

— Eu te encontrei... — Jisung sussurrou, a voz embargada pela emoção. — Finalmente te encontrei...

Enquanto o mais novo lutava contra as correntes, um som de passos ecoou pelo corredor. Han congelou, o coração disparando no peito. O pânico tomou conta de seus pensamentos, mas ele tentou permanecer calmo, focado em libertar o maior. Antes que pudesse agir, a porta da sala foi escancarada com um estrondo, revelando a figura de um homem desconhecido aos olhos de Jisung. A expressão no rosto do maior entre eles era uma mistura de crueldade e satisfação doentia.

— Então você veio buscar Minho, não é? — o homem que parecia ser mais velho zombou, fechando a porta atrás de si com um sorriso perverso. Ele começou a se aproximar, cada passo ecoando pelo chão de concreto, enquanto Han se posicionava instintivamente de pé entre o maior e Lee, tentando protegê-lo. — Eu sabia que você viria — continuou sarcasticamente. — Você é sempre previsível assim?

— Quem é você? O que quer de nós? Nos deixe em paz! — A voz do mais novo era chorosa, seus olhos inchados e pele suada.

Sou namorado dele. A única pessoa que ele realmente ama. — Woo-Seok soltou uma risada fria e desdenhosa, tirando uma faca bastante afiada do bolso de seu casaco. A lâmina refletia a pouca luz da sala, enviando um calafrio pela espinha de Jisung. — Você acha que pode simplesmente levá-lo embora? — perguntou, sua voz cheia de uma calma perigosa. — Minho é meu. Sempre foi.

Antes que Han pudesse reagir, Kang avançou com uma rapidez assustadora. A lâmina brilhou novamente enquanto ele cravava no abdômen de Jisung, uma dor aguda e insuportável que o fez ofegar e recuar fracamente. O confeiteiro cambaleou, a mão instintivamente se apertando contra o ferimento, o sangue quente escorrendo pelos dedos, sua face tornou-se pálida. Ele caiu de joelhos, a visão começando a embaçar enquanto lutava para manter a consciência.

Todos ali tiveram um Dejà vu. Familiar, não?

Lee gritou, sua voz carregada de desespero e pânico. — O que você fez? Filho da puta! Eu juro que vou te matar quando me soltar. — Ele tentou se levantar, mas seu corpo debilitado não obedecia, as correntes ainda o seguravam, tornando-o impotente diante da cena horrível que se desenrolava diante dele.

Woo-Seok, indiferente do grito e ofensa de Minho, empurrou Han para o chão com um movimento brusco, a dor lancinante percorrendo o corpo indefeso de Jisung. Kang, então, tirou uma corda do bolso, rapidamente amarrando as mãos de Han, deixando-o imobilizado e vulnerável no piso gelado. A sensação de impotência era esmagadora; Jisung estava sangrando, amarrado e completamente à mercê de Woo-Seok.

Com Han agora indefeso, o mais velho se voltou para Lee, que lutava desesperadamente contra as correntes que ainda o prendiam. Kang agarrou o rosto de Minho com força, obrigando-o a encará-lo. — Ele te ama como um idiota ama. Que ódio de vocês dois! — sussurrou, sua voz carregada de aversão e loucura. Ele se inclinou e, antes que Minho pudesse se afastar, pressionou seus lábios contra os de Lee em um beijo forçado, desajeitado e brutal.

Jisung assistiu a cena com o sangue fervento de raiva e seus olhos quase fechando, impotente de fazer qualquer coisa além de sussurrar baixinho. — Vou te comer na porrada, desgraçado do caralho.

Han nunca esteve tão revoltado em toda sua vida.

O tempo parecia se arrastar enquanto Jisung se contorcia de raiva, incapaz de fazer qualquer coisa para proteger o policial. Ele sentia o sangue escorrer pela ferida recente, e a fraqueza tomava conta de seu corpo, mas sua determinação não se abalava. Ele precisava proteger Minho, não importava o que custasse.

Após horas de agonia, a sala foi subitamente iluminada por um som de passos apressados e vozes do lado de fora. A porta foi arrombada, e em um instante, os amigos de Lee invadiram o lugar, liderados por Christopher. Eles haviam conseguido rastrear o celular de Han, que ainda estava em seu bolso, e seguiram o sinal até o prédio abandonado.

Que porra é essa? — Woo-Seok gritou.

𝗱𝗼𝗰𝗲 𝗷𝘂𝘀𝘁𝗶𝗰̧𝗮, 𝗆𝗂𝗇𝗌𝗎𝗇𝗀Onde histórias criam vida. Descubra agora