My Stupid Ex

Chapter Sixteen

Yoko's POV

Os meus olhos estavam pesados, o meu corpo cansado pelo ataque de pânico que tive. A princípio tudo estava confuso, sentindo-me no limbo entre o sono e a vigília. Mas conforte a minha mente clareava, comecei a perceber uma sensação de calor e segurança que me envolvia.

Consegui perceber o meu corpo entrelaçado no de Faye que me segurava firmemente, quase que temesse que eu pudesse desaparecer a qualquer momento. Um dos seus braços estava enroscado na minha cintura e a outra estava repousada nas minhas costas.

O seu rosto estava parcialmente enterrado nos meus cabelos e a sua respiração suave acariciava o meu pescoço, criando uma sensação de conforto que não sentia há muito tempo.

Por alguns instantes, aproveitei a proximidade e o calor do corpo de Faye. Era um sentimento tão familiar, mas ao mesmo tempo doloroso, como se estivesse a reviver um momento de uma vida que tinha deixado para trás.

Aos poucos, as lembranças da noite anterior começaram a voltar, trazendo consigo uma onda de emoções conflituosas. Lembrei-me das palavras cruéis de Alexa, da sensação esmagadora do pânico e desespero e finalmente de Faye, de como as suas palavras me acalmaram quando pensei que iria perder completamente o controlo. E agora, ali estava ela, a segurar-me como se eu fosse algo precioso.

Abri os olhos tentando não recordar a noite anterior e ao ver o rosto de Faye não consegui evitar acariciar o mesmo levemente, os meus dedos traçando de forma delicada a linha da sua mandíbula. O toque era suave, como se estivesse a redescobrir um território que já foi meu, mas que agora parecia distante.

Faye mexeu-se ligeiramente ao sentir o toque, murmurando algo insistindo o que fez o meu coração acelerar. O braço da mais velha puxou o meu corpo para mais perto de si, por insistindo, como se precisasse de sentir que eu ainda estava ali.

Permiti-me deixar ficar naquela abraço, sentindo o seu calor reconfortante. O braço forte ao meu redor e o suave movimento da respiração de Faye eram uma lembrança palpável dos tempos em que costumavam acordar assim. Fez-me lembrar das manhãs preguiçosas em que Faye me segurava exatamente desta forma, sussurrando palavras carinhosas ao meu ouvido.

O toque de Faye sempre foi algo que me acalmava, como se qualquer preocupação ou duvida simplesmente desaparecessem quando estávamos juntas. Não sei quanto tempo passei a observar a mais velha, mas quando me apercebi os seus olhos encaravam os meus.

O que pareceu ser num momento ser um impulso, no outro senti a sua mão acariciar o meu rosto, o seu polegar traçando a linha da minha bochecha, delineando os meus lábios.

- Estás bem? – Foi a primeira coisa que disse, consegui perceber a preocupação na sua voz. Assenti levemente ainda hipnotizada pelo seu toque e pelo seu olhar, que estava carregado de preocupação e algo mais.

Eu sabia que precisava de me sentar e falar abertamente com Faye, mesmo que me custasse reviver toda a mágoa, sabia que só assim conseguiria encontrar um ponto de paz e reconhecer se haveria algo que ainda poderia ser recuperado.

Preparava-me para verbalizar a minha resposta quando senti a distância dos nossos rostos ser encurtada e os seus lábios beijarem os meus. Não era um beijo impulsivo, mas sim um gesto delicado, carregado de emoções acumuladas. Era um pedido de desculpa, um gesto de preocupação e talvez seria um pedido silencioso de perdão.

Arregalei os olhos perante o gesto, não contava que Faye fosse tão audaz, mas não me afastei. Entreguei por completo o meu corpo a Faye, inconscientemente correspondi ao beijo, era um beijo misturado com nostalgia e algo novo.

Levei a minha mão ao seu pescoço acariciando o seu maxilar com o meu polegar, senti o meu coração bater descontroladamente, como sabia que só Faye conseguiria fazer, não importasse o tempo que passasse. Ao sentir os lábios de Faye afastarem-se em busca de ar mantive os olhos fechados, absorvendo a sensação, o formigueiro nos meus lábios, o calor, a emoção...