Capítulo 5

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Estacionei na garagem do meus pais e sai do carro, como aquele horário estava perto do almoço as ruas enchiam um pouco mas nada que ficasse caótico, olhei para os lados e não reconheci nenhuma das pessoas que estavam ali, fui até a porta e bati, ouvindo um sonoro já vai vim de dentro.


- Calma Clara deve ser ela. - meu pai falava ao destrancar a maçaneta. - Oi filha, sabia que era você, sua mãe está surtando por você ter chegado meia hora depois do horário que falou.


- Oi pai, senti sua falta. - falei enquanto abraçava o corpo gordinho dele.


- Eu também senti meu amor, vamos entrar que sua mãe está toda ansiosa por ter você aqui com a gente.


Antes de entrar fui até o carro peguei minha mala que foi gentilmente carregada pelo meu pai. Assim que entrei minha mãe veio em minha direção e me abraçou era tão bom poder ter esse abraço, estavam apenas os dois em casa, Chris meu irmão do meio estava fazendo biologia na Austrália e Taylor a mais nova ainda estava na escola só chegaria na hora do velório. Minha mãe contou que todos haviam sido liberados das aulas pra acompanhar o velório da treinadora.


- Vem, vamos comer logo. Aproveitar que está quente. - minha mãe falou indo pra sala de jantar.


Nós sentamos e ela serviu aquele delicioso almoço, comi como nunca, estava delicioso quando voltasse teria que malhar o dobro pra não perder a forma, dois dias parece pouco, mas não quando estamos falando sobre minha mãe entupir a gente de comida. Terminei o almoço e pedi licença precisava descansar, não havia dormido nada na noite passada e no avião não consegui pregar o olho, pedi pra minha mãe me acordar próximo do horário, entrei no meu quarto e ele estava do mesmo jeito que deixei quando sai, me joguei na cama e apaguei.


- Laur acorda, a mamãe pediu pra avisar que vai mais cedo com o papai pra ajudar o senhor Evans. - ouvi Tay me chamando.


- Oi Tay. - falei ainda no processo de acordar. - Tudo bem que horas são?


- Você tem vinte minutos pra se arrumar, eu já estou pronta. Vou te esperar lá embaixo. - ela falou saindo do meu quarto.


Levantei tomei um banho rápido peguei uma roupa adequada, penteei os cabelos, não achei necessário usar maquiagem e desci, Taylor estava no sofá mexendo no celular a minha espera, peguei meu carro e fomos em direção a capela. Voltar e reencontrar todo mundo era difícil, muito difícil, minha fama era de egoísta e metida, um alguém que quer negar suas raízes. Desci do carro e encontrei Ally e Alexa.


- Oi meninas, é bom ver vocês, poderia ser em outras circunstâncias, como estão?


- Estamos bem tristes pela treinadora e a família dela, mas estamos bem, e você o que tem feito além de ser a famosa Acqua Queen. - Alexa falou sorrindo me fazendo revirar os olhos.


- Eu não entendo esse apelido, a mídia tem cada coisa. Mas estou bem, treinando bastante, a meta é as olimpíadas mas antes disso tem o mundial. E vocês treinando muito. - perguntei curiosa, nunca mais soube da vida delas e olha que éramos inseparáveis na adolescência.


- Depois da minha lesão, larguei a natação e me dediquei a administração, sou administradora do centro de treinamento aqui da cidade. - Ally falou.


- Puxa Ally, não sabia sobre sua lesão, era mesmo irreversível?


- Era, meu ombro deslocou e nunca mais foi o mesmo, eu poderia me forçar mais, porém as dores estavam ficando insuportáveis, mas eu estou bem com isso, ainda consigo ficar perto das piscinas e assim é mais fácil com a minha vida de mãe e esposa. - ela deu um sorriso ao mencionar a vida de mãe e esposa. - Depois te apresento meu marido e meu filho.


- Claro, e você Lex ainda nas piscinas?


- Mais ou menos, eu participo de algumas competições nacionais, mas minha dedicação maior é em treinar os jovens da escola. E o bom é que eu posso ter mais tempo com meu marido e meus filhos.


- Uau, é muito legal ver como a vida de vocês seguiu, fico muito feliz por vocês, vou ficar aqui até amanhã a noite, podemos marcar pra eu conhecer as crianças. - falei.


- Claro, mas você se casou, teve filhos? - Lex me perguntou.


- Não, casamento e amor não são pra mim, não mais, minha carreira é meu foco total. - falei vendo elas concordarem antes que o assunto se prolongasse mais algumas meninas da antiga equipe chegaram e nos juntamos em uma roda.


Minutos depois o padre chegou e todos fomos pra dentro da capela para iniciar o velório da treinadora. A cerimônia foi linda, eu me emocionei do começo ao fim, estava tão compenetrada e emocionada que nem vi quando um homem parou ao meu lado, assim que o olhei já o reconheci, os traços estavam mais maduros mas o jeito amedrontador era o mesmo.


- Lauren, a tempos não te vejo, como está?


- Es... Estou bem, senhor Cabello, e o senhor como anda? - ele ainda me deixava nervosa e causava medo.


- Estou levando, só vim te alertar, Sinuhe está uma fera com você, se encontrá-la corra o máximo que puder. - ele sorriu, mas eu ainda estava com medo. - Porque Lauren? Eu sei que não me deve satisfações, mas eu tive que ver minha filha no fundo do poço por muito tempo, então só me diz o porque você se foi sem ao menos pensar nela. - ele questionou me fazendo engolir seco, eu não podia falar que eu fui porque era uma merda de uma ambiciosa, idiota e covarde.


- Senhor eu te respeito muito e me sinto mal em saber que a Camila sofreu, mas como o senhor mesmo disse, eu não lhe devo satisfações e depois de tanto tempo eu queria pedir para não voltarmos ao passado. - respondi me retirando, eu quase corria.


Saber que Camila havia sofrido ainda mais por minha causa me matava por dentro, se arrependimento matasse eu estaria morta, aproveitei que a maioria das pessoas estavam na recepção que acontecia no salão da capela e me sentei na escadaria da capela, precisava de um tempo sozinha, precisava chorar.

✌🏻😘


Pra sempre minha garota Onde histórias criam vida. Descubra agora