Capítulo 4

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Esse capítulo é bem pequeno, ele serve de gancho pro próximo... Mas como saiu muito pequeno vou soltar um a mais pra compensar!!!



Acordei cedo como todo os outros dias, fiz meu ritual matinal, não estava com fome então já fui direto pra academia, quando cheguei em casa, coloquei meu maiô e meu conjunto de competição, peguei minha bolsa e fui direto pro treino. Treinei mais do que os outros dias, Teri já sabia que essa data eu ficava mal e preferia descontar no treino, me deixava exausta e isso me fazia chegar em casa e ir dormir sem tempo para pensar no que poderia ter sido.

Voltei do treino tomei um banho, Margô antes de ir embora tinha deixado meu jantar pronto, comi um pouco enquanto via um filme do qual eu não prestava atenção, terminei de comer, olhei minha agenda do dia seguinte e fui deitar, estava cansada e isso me faria dormir rápido. Estava no quinto sono mas podia ouvir um toque ao fundo, fui despertando até que acordei realmente e constatei que meu celular estava tocando, chequei as horas eram 4:15 AM, não reconheci o número então resolvi atender.

- Alô. - falei sonolenta.
- Alô, Lauren Jauregui? - a voz do outro lado perguntou.
- Sim é ela, quem fala?
- E a Brooke Jauregui.
- Ally, nossa quanto tempo, tudo bem? Aconteceu algo? - questionei preocupada.
- Eu estou bem, aconteceu.
- O que Ally, me fala, tô ficando nervosa.
- Calma Jauregui, mas liguei pra te informar sobre o falecimento da treinadora Evans. Infelizmente ela não conseguiu se curar. - Ally falou com a voz chorosa.
- Meu Deus Ally, meus pais vieram aqui umas semanas e tinha me dito que ela estava em tratamento, estava pensando em vê-la, uma pena não ter conseguido. Obrigada por avisar, boa noite Ally. - falei me despedindo.
- Calma Jauregui, a família dela pediu pra que fosse reunido a equipe de 2013 pro velório da treinadora, foi um pedido dela antes de morrer, ela queria que a equipe mais vencedora dela estivesse reunida pra despedida dela. - explicou.
- Não sei Ally, não sei se consigo parar meus treinos pra ir pra Morgantown, sinto muito pela treinadora mas não posso dar certeza sobre ir. Tchau Ally, mas uma vez obrigada por avisar. - sem esperar a resposta, já desliguei.

Só de me imaginar de volta a Morgantown fazia meu coração palpitar, seriam tantas lembranças e a chance de reencontrar Camila me deixava aflita. Mas eu devia isso à treinadora, que foi alguém que sempre acreditou em mim, me apoiou quando ninguém mais acreditava, eu daria um jeito nisso.

Antes de deitar novamente enviei uma mensagem para Teri e que me encontrasse na cafeteria próxima ao condomínio iria pedir dispensa de alguns treinos, não pretendia demorar muito por lá então acredito que ela não causaria problemas com a minha ida. Tentei voltar a dormir mas a possibilidade da volta depois de tanto tempo me dava angústia, medo e ansiedade. Passei a noite em claro, e quando o dia amanhecer, me levantei, fiz minha rotina matinal, fiz uma pequena mala e pouco antes do meu encontro com Teri levei minha mala pro carro e avisei Margô sobre a viagem que faria, pretendia ficar poucos dias por lá.

Cheguei à cafeteria Teri já me esperava, me sentei, pedi apenas um café e iniciei o assunto.

- Bom Teri, eu te chamei aqui a essa hora porque eu queria saber se eu posso viajar por alguns dias, poucos dias. Vou pra Morgantown. - falei vendo ela me olhar sem entender, Teri sabia toda minha história, e meus motivos pra Morgantown ser um lugar complicado pra mim.

- Alguém morreu, sua família está bem? Porque só isso pra te fazer ir pra lá depois de anos. - ela falou preocupada.

- Minha família está bem, minha antiga treinadora que faleceu e como último pedido queria a equipe de 2013 reunida na despedida dela, apesar dos pesares devo muito a ela, preciso fazer isso.

- Por mim não tem problema, pode ir tranquila, fique o tempo que precisar, o mundial será somente no fim do ano. - Teri falou compreensiva.

- Obrigado, serão dois dias no máximo. Logo estarei de volta.

- Lauren eu a tenho como uma filha e sinto que você não voltará tão cedo de Morgantown, você pode ainda não saber, mas aquela cidade é o seu lugar. Vai em paz sem presa e repasse minhas condolências a família da treinadora Evans.

- Tudo bem, vou nessa. - me despedi.

Peguei meu carro e fui em direção ao aeroporto onde meu jatinho já me esperava pra levantar voo, tinha conversado na madrugada com a minha mãe que me passou todos os detalhes e horário, seriam 4 horas de viagem até a Virgínia e mais 1 hora até Morgantown. O velório seria realizada na capela da cidade às 2PM, eu chegaria por volta das 11:30AM, daria tempo de chegar na casa do meus pais, descansar e depois ir pro velório, eu estava triste pela treinadora ela havia sido tão importante pra eu ter me tornado a incrível atleta que sou hoje.

Lá estava eu depois de dez anos desembarcando na Virgínia, meus pais queriam me buscar mas não quis da trabalho então aluguei um carro por dois dias, eu gostava de dirigir e minha vida em LA não era tão agitada quanto pensavam meus carros eram apenas pra coleção eu só usava deles pra minhas necessidades do dia a dia. Passei na locadora peguei meu carro e cai na estrada, cada vez que eu me aproximava do destino meu nervosismo aumentava, eu pouco sabia daqui, desde que fui embora conversei com meus pais e irmãos e as únicas informações que eu queria da cidade era sobre nossa família, apenas a saúde da treinadora quebrou essa regra. Eu sabia, quer dizer imaginava o que os moradores da cidade pensavam sobre mim, a egoísta metida que foi embora por dinheiro e fama, além das matérias mentirosas que saiam em meu nome, me colocando em bares e até boates todas as noites, a equipe que cuida da minha carreira corria dobrado pra provar minha "inocência".

Faltavam apenas vinte minutos pra eu finalmente regressar a Morgantown, já era possível ler o nome da cidade em algumas placas da estrada, minha ansiedade estava atacando, nesses anos eu acabei desenvolvendo transtorno de ansiedade e por não ter ninguém por perto sempre, eu aprendi a me controlar sozinha, mas agora isso não estava funcionando, parei no acostamento bebi um pouco de água e fiz os exercícios de respiração, precisava me acalmar, depois de alguns minutos exercitando minha respiração, voltei a estrada.

Ali estava ela a placa com nome da cidade eu estava uma confusão de sentimentos, estava feliz por voltar ver minha família, a casa onde nasci e cresci e ao mesmo tempo estava angustiada, será que eu iria ver Camila, a possibilidade dela estar no velório é imensa, confesso que queria vê-la mesmo que de longe ver com meus olhos como ela está.

✌🏻😘

Pra sempre minha garota Onde histórias criam vida. Descubra agora