Capítulo 6

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Não sei quantos minutos ao certo eu fiquei ali com a cabeça abaixada apoiada em minhas mãos enquanto um choro doído saia de mim, ainda de cabeça baixa eu pude sentir alguém se aproximando, até ouvir aquela vozinha infantil.

- Oi moça, não fica triste, eu também não queria que a treinadora tivesse morrido. - ela falou inocente.

Levantei meu rosto e sequei minhas lágrimas.

- Oi pequena, é que eu gostava muito da treinadora, ela me treinou quando eu era jovem.

- Mas como diz minha mama assim é a vida, tudo que nasce um dia morre. - ela falou me deixando surpresa, até porque ela não deveria ter mais de 5 anos.

- Muito interessante esse pensamento, estou surpresa com sua inteligência. Você deve ser uma anã e está aqui tentando me enganar. - falei cutucando sua barriga de leve fazendo ela sorrir.

O sorriso dela, eu conhecia aquele sorriso, ver aquela garotinha sorrindo era como ver Camila, será? Sei lá, havia passado tanto tempo, é claro que ela seguiria com a vida.

- Moça? - ela me chamou me tirando do meu devaneio.

- Desculpa, é que eu me lembrei de uma pessoa agora.

- Minha mama as vezes fica assim também, posso me sentar? - ela pediu apontando pra escada do meu lado. - Ela tem uma foto, e quando ela vê a foto ela faz igual você fez agora. - falou baixinho perto do meu ouvido.

- Entendi pequena, a gente está aqui conversando e eu ainda nem sei seu nome e nem você sabe o meu. Eu me chamo Lauren, e você? - perguntei.

- Meu nome é Luna e eu tenho 4 anos. - ela falou me fazendo viajar de novo.

Luna esse nome fazia parte dos nossos planos do futuro. O universo só podia estar de brincadeira comigo.

- Lauren. - me chamou com um cutuque no braço. - Você sabia que Luna é Lua em espanhol, eu sei espanhol, você fala espanhol?

- Sei sim pequena, eu... - fui interrompida.

- Luna! Eu já não disse que você não pode andar sozinha por aí. - eu reconhecia aquela voz que ainda não tinha rosto, mas só por aquela voz eu reconhecia quem era.

- Mas mama, eu não estava sozinha eu...

- Oh. - ela disse surpresa ao me ver. - Então você veio mesmo, duvidei que você se rebaixaria a voltar. - ela falou amarga.

- Camila, eu não... - me interrompeu pegando a garotinha no colo.

- Lauren, me poupe, se poupe e nos poupe. - ela falou saindo . - Vamos Luna, a abuela está atrás de você a tempos. - ela falava pra garotinha que me olhou por cima dos ombros da mãe e me deu um tchau com a mãozinha.

Meu Deus, ela era mãe e estava linda, sua pele que já era bronzeada estava mais bronzeada, seus cabelos longos caiam perfeitamente e findavam no início de sua bunda, ela estava espetacular, o tempo havia feito muito bem a ela. Me levantei e fui até onde meus pais estavam, avisei que ia voltar pra casa, esse encontro não programado com a Camila havia me abalado.

Fui pra casa, tomei banho e deitei na cama, eu havia levado meu velho celular, dei o play e ouvi a mensagem de dez anos atrás. Enquanto escutava a mensagem fiquei pensando, eu sabia que quando visse ela eu sentiria alguma coisa, nostalgia talvez, mas foi além é como só de ver ela próxima a mim tenha reacendido o que eu sempre achei que não voltaria a sentir. Dormi ouvindo aquela voz como fiz tantas outras vezes, só acordei quando minha mãe veio me chamar para o jantar, após terminamos Taylor me obrigou a ir com ela dar uma volta.

Pra sempre minha garota Onde histórias criam vida. Descubra agora