Amor Fora da Bolha

15: Doente e apelidos (continuação)

Elijah

Charlotte tenta disfarçar sua condição, insistindo que é apenas uma gripe passageira, mas eu obviamente não me deixo enganar. Pego um cobertor extra, cubro-a com cuidado e vou direto para a cozinha, determinado a preparar algo que possa ajudar a aliviar seu mal-estar. Mesmo sem ser um grande chef, eu irei me esforçar para fazer uma sopa caseira, repleta de ingredientes frescos e reconfortantes.

Enquanto a sopa cozinha, eu volto para o lado de Charlotte. Me sento na beira da cama e, com uma suavidade inesperada, começo a acariciar seu cabelo. Charlotte, embora embora enfraquecida ainda continua tão linda, como não cuidar desse pequeno ser tão lindo ao qual meu coração aí bate fortemente, quase morri quando ela atendeu o celular com aquela voz cansada e doente.

- Você não precisa fazer isso, Elijah. Eu vou ficar bem - ela sussurra, tentando manter sua independência.

-Eu sei que vai, mas não custa nada deixar alguém cuidar de você por um dia - eu respondo, com um sorriso gentil, mas firme.

O dia passa lentamente,  cuidando de Charlotte com atenção e carinho. Trago chá, ajusto os travesseiros, e até leio em voz alta para ela não ficar entediada quando está na cama de repouso. Talvez, ela ache que isso é um exagero te tanto ela repetir "não precisa disso Elijah, eu estou bem", mas cuidar dela é tão bom, até porque fiquei muito tempo seguido com ela nesse quarto ou observando ela cochilar pelo cansaço ou apenas conversando e fazendo com que ela se sentisse confortável.

À medida que a noite se aproximava, Charlotte se sentia um pouco melhor, o que me faz sorrir, embora ainda esteja um pouco fraca, mas já está sem tanto cansaço físico e conseguiu até se levantar sem se sentir enjoada. Sentado na cadeira ao lado da cama, olho para ela com uma ternura que eu raramente deixo transparecer.

- Obrigada, Elijah. Eu não sei o que teria feito sem você hoje - ela diz, sua voz cheia de gratidão.

- Eu estaria aqui de qualquer forma, Charlotte. Não importa o que aconteça, você nunca estará sozinha - Respondo, deixando um carinho suave em sua mão.

E ali, no silêncio da noite, com apenas o som leve de sua respiração, percebo que há algo mais profundo entre nós, algo que vai além da amizade. Algo que, apesar de novo e incerto, começa a despertar ainda mais em meu coração.

Eu observava Charlotte, ainda preocupado com sua condição. O dia tinha sido longo, e embora ela estivesse melhor, eu não conseguia afastar a sensação de que algo poderia acontecer durante a noite. Enquanto ela fechava os olhos por um momento, me levantei, peguei a xícara de chá vazia e comecei a arrumar as coisas para ir embora. Mas antes de sair, eu parei ao lado da cama.

- Charlotte - eu disse, tentando não parecer tão preocupado quanto realmente estava. - Eu estava pensando... talvez seja melhor eu passar a noite aqui. Só para garantir que você vai ficar bem.

Ela abriu os olhos, me olhando com um sorriso cansado, mas terno. Eu podia ver o cansaço ainda nublando seu olhar, mas também percebi a determinação em sua voz quando respondeu.

- Elijah, eu aprecio muito o que você fez por mim hoje. Sério. Mas eu vou ficar bem, de verdade. Se eu precisar de alguma coisa, eu prometo que vou te ligar.

Eu respirei fundo, tentando não demonstrar a decepção que senti. Parte de mim queria insistir, mas sabia que seria inútil. Charlotte era forte, independente, e eu tinha que respeitar isso. Mesmo assim, a ideia de deixá-la sozinha não me deixava confortável.

- Se você tem certeza... - murmurei, sabendo que ela não mudaria de ideia.

- Tenho, sim - ela respondeu, sua voz suave, mas firme. - E obrigada novamente. Eu não teria passado por isso sem você.

Assenti, forçando um sorriso, e me inclinei para deixar um beijo leve em sua testa, algo que fiz quase sem pensar. Era um gesto simples, mas carregado de todos os sentimentos que eu não conseguia colocar em palavras.

- Então, vou indo. Mas, por favor, não hesite em me ligar se precisar de qualquer coisa, mesmo que seja só para conversar, ok?

Ela sorriu, mais uma vez, e eu saí, fechando a porta atrás de mim. Enquanto caminhava até meu carro, não consegui evitar a sensação de que algo importante havia mudado entre nós. E talvez, quando ela estivesse melhor, finalmente teríamos a chance de falar sobre isso.

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Aaah o romance está vindo hein.
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