12: O Jantar

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Elijah

Era um sábado tranquilo quando os meus pais resolveram apareceram de surpresa em Nova York. Eu estava no meu apartamento, a organizar algumas coisas para a semana de trabalho quando o telemóvel tocou.

Ligação:

Elijah: (Atendendo com um sorriso) "Oi, mãe! Como está?"

Mãe de Elijah: "Oi, querido! Estamos a caminho de Nova York. O teu pai e eu decidimos fazer uma visita de última hora. Pensamos que poderíamos aproveitar o fim de semana com o nosso filho favorito."

Elijah: (Rindo) "Sou o seu único filho, mãe."

Mãe de Elijah: "Então é definitivamente o favorito! O que acha de jantarmos juntos hoje à noite? Conheces algum restaurante bom por aí?"

eu concordei, feliz pela visita inesperada. Eu estava ansioso para passar tempo com os meus pais, que viviam fora da cidade, eu sentia saudades, mas enquanto a conversa continuava, eu sem querer mencionei Charlotte sem sequer perceber.

Mãe de Elijah: "Charlotte, hein? Gostávamos de conhecê-la. Porque não a convida para o jantar? Parece uma ótima oportunidade!"

Hesitei por um momento, mas o entusiasmo dos meus pais era contagiante.

Elijah: "tudo bem mãe, irei falar com ela".

Enviei uma mensagem a Charlotte, convidando-a para o jantar com os meus pais, e para minha surpresa, ela aceitou rapidamente, animada com a ideia.

Narradora

Naquela noite, Charlotte chegou ao restaurante primeiro, vestida com uma elegância discreta. Ela estava um pouco nervosa com a ideia de conhecer os pais de Elijah, mas ao mesmo tempo curiosa. Elijah apareceu pouco depois com os pais, uma mulher de sorriso caloroso e um homem de semblante amigável. Após as apresentações, todos se sentaram, e o jantar começou.

- Charlotte, que bom finalmente conhecê-la! Elijah fala muito de si. - disse dona Sônia, mãe de Elijah

- É um prazer conhecer-vos também. Elijah tem sido um ótimo colega e amigo.

- E pelo que ele diz, parece que é muito mais do que isso. Ouvi dizer que está a fazer um excelente trabalho na editora. - disse o pai de Elijah

Charlotte sorriu, grata pelo elogio, mas antes que pudesse responder, a mãe de Elijah interveio.

- Sim, Elijah não para de falar sobre ti. Acho que nunca o vi tão entusiasmado com o trabalho antes... ou com alguém, por falar nisso.

Charlotte riu, mas sentiu um ligeiro rubor subir às suas bochechas. Elijah olhou para a mãe com uma expressão que misturava carinho e um pedido silencioso para que pegasse leve, mas a mãe dele parecia estar a divertir-se.

- Sabe, Charlotte, Elijah sempre foi um rapaz muito dedicado. Mas ultimamente, tenho notado que ele tem estado... distraído. Pergunto-me por quê.

- Não sei se sou eu a responsável por isso, mas espero que seja uma distração boa. - sorriu apreensiva, imagina logo ela complicar a vida de Elijah, um medo percorreu por sua espinha.

- Mãe, por favor, não me deixes envergonhado na frente da Charlotte.- Rindo, tentando aliviar a tensão, já que notou ela desconfortável.

- Oh, só estou a brincar, querido. Mas é bom ver você tão animado. Charlotte, tem um jeito especial de trazer à tona o melhor do Elijah.

A conversa continuou, e Charlotte tentava equilibrar-se entre responder educadamente e desviar-se das insinuações da mãe de Elijah, que não parava de lançar piadinhas sutis.

- Charlotte, tem irmãos?

- Não, sou filha única.

- Ah, filha única... Assim como Elijah. Sabe, ele sempre disse que preferia encontrar alguém que entendesse o que é crescer sem irmãos.

Elijah tossiu levemente, tentando disfarçar o embaraço, enquanto Charlotte, tentando manter a compostura, respondia com um sorriso.

- Bem, parece que já temos algo em comum então.

- Sim, sim. E sabe, Elijah sempre teve bom gosto. Tanto na literatura quanto nas amizades. Acho que tu encaixas-te perfeitamente.

Elijah interrompeu com uma piada, tentando redirecionar a conversa para um tópico mais neutro, mas a mãe dele parecia empenhada em explorar a dinâmica entre os dois. O pai de Elijah, percebendo o desconforto ligeiro que começava a instalar-se, tentava manter a conversa leve, falando sobre os lugares que visitaram e perguntando a Charlotte sobre a sua experiência em Nova York.

À medida que o jantar avançava, Charlotte começou a relaxar um pouco mais, e a mãe de Elijah, satisfeita por ter feito algumas "investigações" discretas, voltou a focar-se em histórias de família e memórias de infância de Elijah que fizeram todos rirem.

Quando o jantar terminou, Elijah acompanhou Charlotte até ao táxi, enquanto os pais dele se despediam com abraços calorosos.

- Desculpa pelas piadinhas da minha mãe. Ela é... ela é assim. Espero que não tenha ficado muito desconfortável. - coçou a cabeça envergonhado pelas atitudes de sua mãe.

- Não te preocupes, Elijah. Os seus pais são muito simpáticos. Acho que... é bom ter uma família que se preocupa tanto contigo. E, na verdade, foi divertido. - ela sorriu para ele.

Elijah riu, sentindo-se aliviado. Ele observou Charlotte entrar no táxi, e enquanto a via partir, não pôde deixar de sentir que aquela noite tinha, de alguma forma, fortalecido a conexão entre eles. A faísca que ele sentira crescer dentro dele parecia agora mais clara, mais concreta. E ao voltar para o restaurante, Elijah sabia que, seja qual fosse o próximo passo, ele estava disposto a seguir em frente.

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Que encontro inesperado não é mesmo.

Amor Fora da BolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora