Rolando de amor - Rolling in love (Série perfumes Vol.2)

19 - Ann

E a hora de eu trabalhar está aqui. Estou muito animada. Sempre me perguntei como seria trabalhar. Mas… não vejo por que tenho que agir como um verdadeiro funcionário pegando o ônibus para o trabalho.

Bam e eu estamos lutando contra a multidão em um ônibus que nem tem ar condicionado. Nós duas estamos em nossos uniformes. Todos os assentos estão ocupados, então temos que ficar de pé. Não me importo de ficar em pé, mas as constantes frenagens e acelerações do motorista dificultam meu equilíbrio, fazendo com que quase caia de cara no chão inúmeras vezes. Também caí e sentei sem querer em cima de um homem idoso. Finalmente, Bam me instruiu a agarrar o encosto de uma cadeira e ficar atrás de mim para me prender no lugar. Parece que ela está me abraçando por trás.

— Seu cheiro é tão bom.

Posso sentir o cheiro do perfume dela. Não posso deixar de elogiá-la, mas a mulher de rosto doce balança a cabeça.

— É um perfume que não combina com o calor. Se eu não usar todos os dias, por favor, não fique brava comigo.

Eu concordo com ela. Rolling in love combina melhor com a noite ou com o tempo frio. Quando usado neste clima quente, o cheiro pode ser muito forte. Felizmente, isso não parece incomodar muito as pessoas ao nosso redor.

— Na verdade, você só quer me abraçar, certo? — Eu a provoco. Ela não responde, mas coloca a cabeça no meu ombro na frente de todas essas pessoas.

— Provavelmente.

Acontece que sou eu quem está envergonhada. Eu me afasto um pouco dela para forçá-la a ficar em pé. Ela provavelmente sabe que estou envergonhada, então o faz de boa vontade. No entanto, ela ainda me envolveu com os braços. Embora ela seja menor que eu, ela pode ficar firme e ser meu apoio.

Ela tem altas habilidades de liderança.

— Você é do tipo tímida? Sempre vejo você dizer coisas maldosas. Então você só fala? — A mulher de rosto doce me provoca. Eu torço o nariz um pouco em frustração.

— Depende da situação.

— Você se formou no exterior. Eu teria pensado que você não se importa com a forma como as pessoas olham para você.

— É preciso respeitar a cultura de cada país.

— Você está começando a conhecer boas maneiras.

Seu comentário me faz mostrar os dentes para ela. Ela sempre pensou em mim como alguém sem educação?

— Você parece ser adepta do uso de transporte público.

— Quando não tínhamos muito, minha mãe e eu íamos de ônibus para todos os lugares juntas. Tenho que agradecer ao seu pai por me dar bons carros para andar.

— Sim. Tenho que agradecer ao meu pai também.

—...

— Se não fosse por ele, eu não teria conhecido você.

Desta vez, é ela quem está envergonhada. E ver esse lado dela me deixa feliz. Por causa do trânsito, conversamos mais do que nunca. Normalmente, eu só quero ficar com ela quando estamos juntas, e se conversamos é sempre algo sem sentido ou relacionado às pessoas da casa. Quando estamos em um ônibus como este, podemos conversar sobre isso e aquilo, inclusive isso.

— Eu sempre me perguntei. — Bam trouxe à tona um tópico enquanto discutíamos nossos e-mails ontem à noite: — Por que as pessoas fazem sexo?

— Oh? É natural. Sua pergunta não combina com seu QI. Ops. Não quero dizer que você seja estúpida. Só estou realmente surpresa com sua pergunta.