Por sua criação estrita envolvendo o espírito do lobo, e seu senso de justiça, Cyno nunca foi do tipo de pessoa que ficava se lamentando ter que voltar a trabalhar, mas foi exatamente assim que se sentiu nas semanas após sua licença. Tudo lhe parecia enfadonho, ao mesmo tempo em que via em todos os cantos sombras de uma conspiração do Grão Sábio. Por mais que ele soubesse que sua Arconte junto de Alhaithan não eram uma equipe dada a erros e, muito menos a brechas em seus planos, não conseguia evitar de reagir assim
E todos os seus subordinados imediatos conseguiam ver que ele estava mais irritado que o normal!
Certo dia ouviu Hakim fofocando com outros da Matra, dizendo que o motivo do general estar emburrado era, obviamente, a falta de contingente, e mais uma vez começava seu discurso - que estava se tornando uma obsessão- sobre a necessidade de importarem " motocicletas" para Sumeru.
Mas esse não era o único rumor que ouvia sobre si mesmo!
Como o esperado de uma terra tão verdejante cheia de florestas, as mentes das pessoas refletiam essa abundância na forma de imaginações férteis e desgovernadas. No entanto, por mais loucas que fossem, não chegavam nem perto da realidade insana dele namorar com a Rainha das Flores. Às vezes, quando estava sozinho em seu escritório e tinha certeza que ninguém o ouvia, ele dava uma pequena risada com o absurdo de sua situação.
Por volta da segunda semana após sua volta da licença, o infiltrado no cartel finalmente deu as caras no local combinado, e passou a informação para o subordinado de Hakim, que depois veio pessoalmente lhe repassar a notícia. Ele veio ruidoso pelo corredor, interrompendo a concentração do general muito antes de entrar no escritório - o que acabou por atrasar o preenchimento de uma papelada burocrática. De forma abrupta, o capitão abriu a porta quase que gritando em euforia:
- Você está preparado para ganhar o dobro do seu salário?
- Hakim, o que deu em você?
- Chegou nosso bilhete premiado para cairmos nas graças do Grão Sábio.
- Quê?
- O informante confirmou que o Bey tem um teatro, e que a Trupe Mascarada vai fazer a sua grande estreia na semana que vem! Precisamos começar a montar a operação agora mesmo.
- É melhor esperarmos o resto da nossa tropa voltar do deserto.
- Por que esperar se podemos pegá-los de surpresa agora na estreia?
- Ora, você acha que o Bey não vai ficar especialmente cuidadoso com essa estreia?
- Sim, mas ao mesmo tempo todo o cartel vai estar lá para honrar essa nova empreitada do chefe. Por todo o cartel eu quero dizer o alto escalão. Não podemos perder essa oportunidade de cortar a cabeça da serpente!
- Hummm, você tem razão. Pode chamar o resto do conselho da Matra, hoje não sairemos daqui sem ter um plano de ação.
Hakim não percebeu, mas as palavras da última frase do general carregavam uma culpa misturada com hesitação. Fingir estar agindo de acordo com os interesses da Lei de Proibição das Artes, e estar articulando um golpe de estado por baixo dos panos estava acabando com a consciência dele. Sua situação não estava séria a ponto dele perder o sono, ou cometer erros em sua atuação, estava mais para um peso contínuo em seu coração - até mesmo em seus melhores momentos com Nilou.
A reunião do conselho foi o que normalmente costumava ser: longa e maçante, o fazendo perder uma preciosa noite com sua namorada. Ele virou a noite trabalhando nisso, pois precisou gastar várias horas para justificar o porquê de ser necessário ele ficar na cidade, ao invés de ir com as tropas, mas, pelas 9 hora da manhã do dia seguinte, tudo estava terminado e ele pode sair para tomar um café-da-manhã na região do porto. Lá ele se encontrou com Alhaithan, que estava a sua procura...
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Mascarada e Misteriosa
FanfictionEm uma Sumeru onde toda forma de arte é ilegal, toda noite o general Mahamatra persegue uma dançarina mascarada, como se estivesse numa forma de espetáculo. Era seu eterno Samsara, até que um dia... Disclairmer: Nem Genshim Impactic, seus personagen...