Pacto de reis

Capítulo 15

A caminho de Bangkok, Tailândia 10hrs e 30min (01/09/2024)

A estrada deserta se estendia sob a luz do sol, um fio de asfalto cortando a paisagem rural como uma cicatriz. Dentro do carro blindado, a mente de Bon-Hwa era um turbilhão; ele não conseguia compreender como sua irmã não percebeu a armadilha iminente. Ao seu lado, Bhav, atento, notava a inquietação crescente de Bon-Hwa. O alfa sentia a tensão pulsante do omega ao lado e tentava, sem sucesso, acalmá-lo.

Bon-Hwa desviou o olhar da estrada para o motorista, que mantinha uma expressão grave. A dúvida o corroía: o carro não estava assim tão distante, então por que o motorista, também um dos homens treinados de seu irmão, não havia descido para ajudá-lo? A distância era segura, mas o veículo não estava escondido. Algo estava errado.

Em um movimento rápido, Bon-Hwa sacou sua arma e a apontou para o alfa que conduzia o carro em direção a Bangkok.

— Volte para o aeroporto. Achou que eu não ia perceber, querido alfa? — disse Bon-Hwa, com a voz gélida, fixando o olhar no motorista através do retrovisor, seus olhos refletindo uma expressão alarmante.

— Bon-Hwa... o que está acontecendo? — Bhav tentava entender o que se passava na cabeça do omega, naquele momento

— Querido, não vai me obedecer? — Bon-Hwa pressiona o cano de sua arma na cabeça do motorista, que se mantinha frio dirigindo em direção a cidade. — Ok.

Sem hesitar, Bon-Hwa olha para o alfa e diz:

— Pegue o volante quando eu mandar.

— O qu... — Bhav mal teve tempo de compreender a situação quando Bon-Hwa disparou um tiro certeiro na cabeça do motorista. Num movimento ágil, Bon-Hwa abriu a porta e empurrou o corpo inerte para fora do veículo. Bhav, sem tempo para reagir ou repreender o omega, saltou com destreza para o lugar do motorista, agarrando o volante e retomando o controle do carro, que por pouco não saiu da estrada. — Pode me explicar o que houve aqui?

— Os alfas, sejam lúpus ou não, são tão lentos — comentou Bon-Hwa com um tom sarcástico enquanto se movia para o banco da frente. — Pense comigo, vou falar devagar para que consiga acompanhar o meu raciocínio.

Bhav revirou os olhos, já irritado, enquanto Bon-Hwa abria a janela e, sem hesitação, atirava o GPS para fora do carro.

— Siga o GPS do meu celular. Bhav, estávamos no meio do nada, quase alvejados a tiros. O carro não estava tão longe do galpão para que o motorista não ouvisse os disparos — disse Bon-Hwa, massageando o ombro ainda tenso. Em seguida, lançou um olhar penetrante para o alfa, que mantinha os olhos fixos na estrada, atento a cada detalhe. — Aquele homem não era um dos meus. Ele era um plano B, caso o plano A falhasse. Ele não estava a caminho de Bangkok, e o GPS não era o verdadeiro. Ele ia terminar o que começou no galpão.

— Está me dizendo que esse alfa era da máfia rival que queria me matar. — Bon-Hwa pisca para ele.

— O GPS era uma bomba. Muito bem elaborada devo dizer. — Bhav desvia o olhar da estrada para olhar para Bon-Hwa.

— Como pode ter tanta certeza? Até agora, não ouvi nenhuma expl... — Antes que o alfa pudesse terminar, uma explosão abafada ecoou à distância, e ele instintivamente olhou pelo retrovisor. — Como descobriu tudo isso? — perguntou, com a voz tensa, sem tirar os olhos do espelho.

— Eu criei e ensinei no treinamento. — Bhav pega o celular para ligar para o irmão. — Não é apenas um simples informante; ele está na nossa máfia há pelo menos dois anos.

Bhav sorri de lado, lançando um olhar furtivo para o omega ao seu lado.

— Hyung, estamos indo em direção ao aeroporto. — Diz Bon-Hwa assim que seu irmão atende, a voz tensa e apressada.