Capítulo 17

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Esse capítulo contem gatilhos, se é sensível a algum tema citado aqui, por favor não leia. 

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Mansão Taleti, Paris 02 hrs 30 min (02/09/2024)

O carro deslizou suavemente para dentro da garagem da imponente mansão, onde o silêncio predominava, quebrado apenas pelo som quase imperceptível dos pneus sobre o chão liso. Bon-Hwa dormia tranquilamente, sua respiração calma e ritmada, enquanto sua cabeça repousava no ombro de Bhav. O alfa, com o coração acelerado, movia-se com cuidado, tentando não despertar o omega. Cada movimento era cauteloso, mas o peso de sua respiração traía o esforço em manter-se controlado. O perfume doce e intoxicante de maçã que emanava de Bon-Hwa envolvia Bhav, agitando o lobo dentro dele, que desejava ardentemente sentir aquele calor outra vez.

Enquanto Bhav retirava Bon-Hwa do carro, a batalha interna se intensificava. Seus olhos estavam fixos no rosto pacífico do omega, mas sua mente vagava pelas lembranças sombrias que vieram à tona assim que ele o marcou. O medo de perder o controle e machucá-lo rastejava por sua espinha, lutando contra o profundo amor que sentia. O contraste entre essas emoções o deixava à beira do colapso, enquanto tentava se manter lúcido.

FLASHBACK ON

Bhav ainda estava fundido ao corpo de Bon-Hwa, seu coração batendo em uníssono com o do omega. As presas de Bhav emergiam lentamente, afiadas e perigosas, enquanto seus olhos alternavam entre o preto e o vermelho, refletindo a luta interna para não ceder completamente ao seu instinto.

Com um olhar profundo e provocante, Bon-Hwa fixou os olhos nos de Bhav, seu próprio olhar carregado de uma intensidade que atravessava qualquer barreira. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, aumentando deliberadamente a intensidade de seu cheiro, deixando o ar ao redor impregnado com o doce aroma de maçã. O omega estava instigando Bhav, desafiando-o a perder o controle.

Bhav, incapaz de resistir ao chamado primal dentro de si, finalmente cedeu ao instinto que o consumia. Com um movimento rápido e decidido, cravou suas presas afiadas no ombro de Bon-Hwa. A pele do omega se rompeu sob a pressão dos dentes do alfa, e o gosto metálico do sangue se misturou à sua saliva. Cada gota que Bhav sugava o conectava ainda mais profundamente a Bon-Hwa, em um laço visceral que transcendia o físico. Ele podia sentir a vitalidade do omega fluindo através dele, enquanto simultaneamente entregava sua própria energia vital, criando um ciclo inquebrável de troca entre eles.

Enquanto Bhav bebia do sangue de Bon-Hwa, uma torrente de memórias invadiu sua mente como flashes incontroláveis. Não eram suas próprias lembranças, mas sim fragmentos do passado de Bon-Hwa, carregados de uma dor indescritível e um terror paralisante.

A primeira memória o golpeou como uma marreta no peito: ele se viu na mansão principal, os corredores largos e ornados agora tingidos de sangue. O pai de Bon-Hwa, uma figura imponente e cruel, marchava pela casa como um anjo da morte. Cada passo que ele dava parecia esmagar a própria alma de Bon-Hwa. Bhav pôde sentir o horror visceral quando os gritos agonizantes dos servos e guardas ecoavam pelo ambiente, silenciados abruptamente pelos disparos impiedosos. A visão dos corpos caídos, contorcidos em posições de dor final, fez seu estômago revirar. O cheiro de sangue, pólvora e medo impregnava o ar, sufocante e inescapável.

O pânico de Bon-Hwa era avassalador, como uma maré que o afogava em desespero. Ele assistia, imóvel e impotente, enquanto seu pai avançava com uma fúria cega. Não havia misericórdia nos olhos do homem, apenas um ódio gelado e sem fim. Bhav sentiu o desespero desesperado de Bon-Hwa ao perceber que não havia como escapar, que o monstro que se aproximava era o mesmo que ele deveria chamar de pai.

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