Marília: você não tem o direito de morrer ( falei limpando as lágrimas) não depois de tudo que passamos ( coloquei meu rosto perto do seu) ele aínda respira Atlas vamos pra casa junto.
Tirei meu vestido pois lembrei de uma vez que o Ju me falou que o Henrique ficou vivo depois do tiro que dei nele por ter estancado o sangue. Como meu vestido era grande, dava pra enrolar envolta do seu corpo já que o tiro foi abaixo do seu peito. Tirei sua camisa com pressa e enrolei meu vestido nele e amarrando forte pra tentar estancar o sangramento. Coloquei sua camisa suja de sangue pra cobrir meu corpo e respirei fundo pedindo a Deus forças.
Marília: me ajuda Atlas.
O meu cavalo se abaixou o máximo que conseguiu e não sei de onde mais tirei forças que não sabia que eu tinha e com dificuldade coloquei meu marido em cima do cavalo e também subi agarrando forte o amor da minha vida pra que ele não caia.
Marília: Atlas corra o mais rápido que consegui pra fazenda das meninas, sei que o doutor Hugo pode estar lá e eles vão nos ajudar. Vamos lá garoto.
Acho que nunca vi o Atlas correr com tanta velocidade tornando até difícil permanecer em cima dele, mesmo assim segurei firme me agarrando a qualquer pingo de esperança se eu conseguir chegar lá com o meu marido vivo talvez dê chance de salvar a vida dele. Não sei se vou conseguir ficar sem ele, então essa opção no momento não existe na minha cabeça. Assim que chegamos na fazenda o portão tava aberto então entramos na pequena propriedade com tudo e pra minha surpresa não tava só a família das gêmeas como também a minha família. Meu cunhado soltou um copo de suco que tinha em suas mãos e correu até mim junto de Hugo. Não falei nada tudo que eu queria era que ele cuidassem do meu marido nada mais importa nesse momento.
Dona Almira guiou eles até um quarto desesperada e eu agarrei o Atlas caindo no choro sem nem descer do cavalo. A correria começou e eu não conseguia nem me mover eu não sabia mais o que fazer. Minha filha tava com a Amanda e meu marido entre a vida e a morte ou pode tá já morto e eu sem aceitar não percebi eu queria que tudo isso fosse um pesadelo. Depois de alguns minutos ali chorando agarrada ao meu cavalo finalmente Maiara se aproximou e Atlas deu um passo pra trás defensivo como se eu fosse me machucar. Levantei minha cabeça e finalmente respirei fundo tentando parar as lágrimas.
Marília: tudo bem amigão ( fiz carinho) vai ficar tudo bem, ela é amiga lembra ( ele relinchou se acalmando) bom garoto.
Maiara: desce daí Lila, cê precisa de um banho e sua filha tá querendo você.
Marília: minha filha? ( Olhei pra ela) Amanda fugiu com minha filha.
Mohana: desce do Atlas e vem tomar um banho ( me aproximei um pouco também) a Amanda passou aqui e deixou ela não desconfiamos de nada mais agora depois que cê nos explicar o que ouve vamos entender.
Desci do Atlas e fui abraçada por Maiara, logo sentindo o abraço de outras três mulheres, mohana, Maraísa e Luiza que se tornou uma ótima amiga pra mim. Me vi desabar de novo parece que as lágrimas são infinitas e meu coração parece que sempre tem mais um pedaço pra ser quebrado.
Marília: ela realmente tá aqui?
Maraísa: ela tá sim.
Luiza: mais antes de ver ela cê precisa tomar um banho tá toda suja de sangue não vai querer assustar sua filha.
Marília: tem razão.
Entrei pra dentro e fui tomar um banho sei exatamente onde o meu marido tá mais não vou até lá eu não sei se vou aguentar ouvir o meu cunhado falar uma notícia ruim. Tomei um banho demorado tirando todo o sangue do meu corpo, tinha sangue até no meu cabelo tive que lavar umas duas vezes pra tirar tudo. Me troquei e finalmente fui até minha filha ela tava dormindo igual um anjo peguei ela nos meus braços pra sentir seu cheiro acho que passei bastante tempo assim com ela já que escureceu rápido. Ela acordou e não chorou. Logo Maraísa entrou no quarto com o Ju.
Maraísa: Lila fazem horas que cê tá aqui me dá a Alice vou dar comida pra ela.
Me virei pra eles e entreguei Alice a ela sei muito bem que não tô em condições de cuidar bem dela não nesse momento. Ela saiu do quarto com ela e eu sou grata por ter tantas pessoas do meu lado. O Juliano ficou me olhando e veio até mim me abraçando forte.
Marília: se for me dar uma notícia ruim eu quero que dê meia volta e saia daqui ( lágrimas começaram a rolar) ele não tem o direito de me deixar sozinha com uma filha nossa pra cuidar, eu não aceito que ele me deixe.
Juliano: Lila olha pra mim ( ela me olhou) ele tá vivo ( ela respirou aliviada) ele provavelmente entrou em coma mais tá vivo. Cê salvou ele se não tivesse feito o que fez ele não estaria vivo ( beijei sua cabeça) não sei como conseguiu trazer ele até aqui mais conseguiu, obrigado por isso.
Marília: ele tá bem?
Juliano: vamos passar a noite com ele aqui e amanhã vamos pra um hospital na cidade, ele precisa de muitos cuidados.
Marília: posso ir lá ver ele?
Juliano: pode mais só depois de vim nos explicar o que aconteceu, seja quem for que fez isso vai pagar.
Marília: não se preocupe o homem que fez isso já tá morto ( minhas mãos começaram tremer) eu matei ele.
Juliano: matou uma pessoa pelo meu irmão?
Marília: e mataria de novo por ele ( vi lágrimas descendo eu sei rosto) eu amo ele mais do que tudo.
Juliano: eu sei mana e espero que saiba que ele também te ama muito.
Saimos do quarto juntos e eu contei tudo que tinha acontecido e também descobri que estavam ali pois o meu marido tinha preparado uma festa surpresa pra mim pois era meu aniversário no dia seguinte. Ele se preocupou com tudo. Fui até o quarto onde ele tava e o Hugo tava ali dando uma olhada nele me aproximei com o meu corpo todo trêmulo.
Marília: obrigado por ajudar o Ju a cuidar dele.
Hugo: depois depois do que vi hoje sei o quanto se amam ( falei com um sorriso) eu nunca vi uma mulher consegui fazer o que você fez e por amor ( me aproximei dela estendendo a mão) amigos?
Marília: amigos ( apertei sua mão).
Ele saiu do quarto me deixando sozinha com o meu marido.
Marília: vai ficar tudo bem amor, sei que cê tava pronto pra morrer mais eu não podia deixar, eu te amo tanto que se for preciso eu luto até o último segundo por você. Sei que vai voltar pra mim cê é possessivo demais pra me deixar sozinha ( rir em meio as lágrimas) sei que não deixaria outro homem chegar nem perto de mim ( dei um beijo em seu rosto) eu te amo.
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