"Meu jeito rima com o teu
Otom de noite da tua pele me contrasta
Teu toque até me aprendeu
Em ti fiz minha casa"
-Anavitória18 de abril de 1871
Lily ainda sentia dor no seu ombro esquerdo, a sua cabeça tinha parado de doer, então naquela manhã conseguiu se colocar de pé, dar uma volta em casa, pensar um pouco no que deveria fazer à seguir.
A primeira coisa que fez foi conversar com os pais, dizer o que tinha "se lembrado" ocultando certas partes.
Disse para eles que estava curiosa sobre a mina e foi até o local ver como era, mas ao chegar lá tinham os bandidos que a machucaram e roubaram sua arma, disse que se lembrava de ter voltado com Epona e fez os próprios curativos antes de cair no sono.
Aquilo era péssimo, mas eles pareceram acreditar. Então era o que importava.
Tomou um banho e trocou os curativos, se sentia bem melhor depois daquilo, mas a ferida da bala em seu ombro demoraria alguns dias ainda para cicatrizar.
Voltou para seu quarto depois do café da manhã, ficou deitada pensando em como Winona estava, disse umas besteiras para ela na noite anterior. Talvez se ela aparecesse naquela noite, poderia pedir desculpas para ela, aproveitaria para perguntar o que significava aquele colar de urso.
O início da manhã passou devagar, lento e chato, até seus pais decidirem que precisavam sair, disseram que iriam comprar umas coisas. Normalmente era tarefa de Lily fazer aquilo, mas não estava em condições de montar em um cavalo no momento.
Viu os pais saírem em seus cavalos enquanto os observava da varanda. No horizonte conseguia ver nuvens pesadas se juntando, provavelmente uma tempestade viria, a noite ou no dia seguite... não importava.
—Bú!
Assim que ouviu aquilo, Lily deu um pulo, soltando uma série de palavrões até ver uma Winona gargalhando de sua expressão.
—Jesus Cristo!— Lily exclamou, levando a mão ao peito. —Que porra!
—Eu não entendo a metade desse tanto de palavras que você diz.— Winona disse se inclinando e dando um beijo suave na bochecha de Lily, que corou.
—É melhor você não entender mesmo.— Lily disse começando a entrar na casa. —O que você está fazendo aqui tão cedo? Não tem medo do perigo?
—Eu estava preocupada com você.— Winona disse a seguindo para dentro da casa. —Eu iria ficar só no seu quarto, mas vi seus pais saindo, então aproveitei pra te dar um sustinho.
—Engraçadinha.
Ambas entraram no quarto e Winona se sentou na beirada da cama.
—Você está bem?— Perguntou à mais velha.
—Meu braço ainda dói, mas quase não sinto dor na cabeça.— Abriu um pequeno sorriso se sentando ao lado de Winona.
—Fico feliz.— A mais nova disse num tom baixo.
—Tudo graças a você, Princesa... Mas e você está bem?— Lily perguntou. —Desculpa pelas coisas que te falei ontem... eu-
—Estou bem.— Winona falou a interrompendo. —De verdade... e você estava certa, apesar de tudo. Eu só... estava com medo. Não quero aceitar essa realidade de que... tudo vai dar errado.
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Estrela do Oeste | Sáfico
Romance"-E se eu puxar o gatilho? Se eu acabar com tudo agora...?" Em Great Tilbury, no Velho Oeste estadunidense em 1871, o pavio é aceso depois que um jovem rapaz encontra ouro em território indígena. Esse achado desperta o olhar dos cowboys e foras da l...