Capitulo 2

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"A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem."
-Epicuro

Winona correu o mais rápido que pôde entre as árvores até chegar relativamente perto da aldeia, por sorte percebeu que ainda usava o chapéu da garota branca, escondendo rapidamente em algumas moitas próximas, pegaria depois... talvez pudesse devolver.

O coração parecia querer sair pela boca, nunca tinha escutado aquele som antes em sua vida, mas sabia que não era algo bom, não mesmo.

Assim que voltou a seguir em direção das tendas sentiu um forte abraço de um corpo bem maior que o seu, não ficou assustada, reconheceu de imediato retribuindo o abraço.

Graças aos espíritos você está bem. Escutou o pai falar em sua língua nativa. ━Onde você estava Winona? Fiquei tão preocupado... Ele se afastou para poder olhar para ela, segurando seus ombros. ━Está tudo bem? Você se machucou?

Winona ficou momentaneamente tonta com tantas perguntas, nunca tinha visto seu pai tão preocupado.

Eu... tô bem, estava na cascata, ia comer mirtilos... como sempre faço, lembra? Respondeu, omitindo o que de fato tinha ido fazer, notando o suspiro de alívio do pai. Começaram a andar, todos na aldeia pareciam bem inquietos. ━O que foi aquele som...?

Tiros, aqueles malditos usando as armas de fogo. Foi tão perto... imagino que estão rodeando a nossa área.

Winona parou para pensar, se perguntando se de alguma forma aquela mulher de cabelos amarelos estava relacionada àquilo, principalmente por ter visto uma arma de fogo em meio às coisas dela... mas ela não parecia ameaçadora, nem um pouco, parecia até mesmo vulnerável com aquelas bochechas vermelhas e... seu pensamento foi interrompido ao escutar um grito de alguém pedindo ajuda.

Chamem a Anciã! Escutou a voz familiar, logo correu, era a voz do seu irmão mais novo, Chaytan.

O avistou saindo da outra ponta da floresta, coberto de sangue enquanto carregava outro em suas costas, Winona não demorou para reconhecer Kangee que tinha sangue saindo da lateral de seu corpo, levou as mãos à boca aterrorizada enquanto seu irmão carregava Kangee até a toca da Anciã.

O avistou saindo da outra ponta da floresta, coberto de sangue enquanto carregava outro em suas costas, Winona não demorou para reconhecer Kangee que tinha sangue saindo da lateral de seu corpo, levou as mãos à boca aterrorizada enquanto seu irmão...

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━Eles não se cansam? Já levaram tanto de nós! Nossa terra! Nosso povo! Isso não é o suficiente?

Winona estava junto com os outros de sua tribo em volta da fogueira, os dois anciãos sentados à frente com uma expressão neutra no rosto, enquanto escutavam Macawi, o pai de Winona, esbravejar de puro ódio.

Kangee estava em recuperação, a Anciã afirmou que ele ficaria vivo e bem em breve, aquilo era um alívio para Winona. Kangee era seu amigo de infância, seu melhor amigo, e em breve seria seu cônjuge, em poucas semanas seria o dia da aliança e realmente não queria que ele morresse.

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