E ae, Cúmplice.
_________________________________________
Dia normal, Ran foi tirar foto de sunga em um estúdio aí pro job dele e eu passei o dia ajeitando o restaurante com o meu irmão.
Eu precisei ir mais cedo pra treinar o meu novo assistente de cozinha.
Ele se saiu bem. Não é o mestre do ramen como eu, mas dá pro gasto!
Souya também curtiu o trampo do cara, então tá susa!
Nossa nova equipe de garçons também tem dado uma aliviada. São bem mais pacientes do que eu e meu mano pra lidar com os clientes.
A carranca feia do Souya costuma espantar a clientela e eu meio que ameaço eles de morte. Ter pessoas especializadas tem ajudado com a popularidade do restaurante.
Meu irmão querido e amado se voluntariou pra fechar o nosso estabelecimento.
Eu estava louco por um banho, ficar com cheiro de suor e cozinha não é uma boa experiência. Levei duas tigelas de ramen, pra eu e o Ran comermos juntos quando ele voltar do trabalho, e uns pedaços de carne pra Yua.
_________________________________________
Cheguei no ap e fui recebida pela Yua, a interesseira sabe que costumo trazer uns petiscos pra ela.
Deixei o meu maravilhoso jantar na bancada da cozinha e levei a Yua pro quarto, pra impedir que ela furtasse meu precioso ramen.
Assim que entramos ela foi direto pra cama e eu, depois de separar um pijama, fui pro banheiro do corredor já que a água de lá é bem mais quente e nossos produtos de higiene já estão lá.
Tem duas semanas que não usamos o chuveiro do banheiro do nosso quarto!
O Ran disse que iria arrumar essa merda de chuveiro da nossa suite , mas esse jumento só fica me enrolando.
_________________________________________
Eu realmente tava precisando de um banho.
Estava em toda a minha glória no chuveiro.
Aproveitei pra lavar meu cabelo com meu shampoo de pêssego preferido.
A água tava tão quentinha que o banheiro ficou parecendo uma sauna. A vontade que eu tinha era ficar lá por horas.
Fiquei massageando os meus cachos com o shampoo.
Aproveitei pra usar os sabonetes artesanais do Ran.
Tudo parecia perfeito, finalmente o meu momento de princeso!
Até que eu ouvi um barulho de porta abrindo.
É a porta da sala, só ela que faz barulho.
Ué?
O sapo iria voltar só de madrugada...
Não são nem 19:20.
Yua não sabe abrir porta, ainda...
Ouvi o som a porta se fechando.
Igual ao meu cu!
Eu juro tranquei a porta!
Invadiram o prédio?
_________________________________________
Desliguei o chuveiro e fui atrás da toalha...
Puta que pariu...
Eu tinha esquecido a merda da toalha e deixei meu pijama no quarto.
Só tem uma toalha de rosto violeta com desenhos de orquídeas.
Eu nem enxaguei o cabelo.
E se esse maluco que invadiu a minha residência me matar?
Tô todo molhado, coberto de espuma até a cabeça e enrugado graças a água quente.
Que situação humilhante!
E se eu ligar a porra do chuveiro pra enxaguar, vai fazer barulho.
Eu nem ao menos tenho o direito de morrer de uma forma minimamente digna.
Peguei a toalha violeta e enrolei ela na cintura.
Caralho, parece que estou de tanguinha.
Por que essas merdas só acontecem comigo?
Ainda ficou caindo shampoo nos meus olhos e eu nem posso usar a toalha por que a mesma está tampando o Smiley Jr.
_________________________________________
Segurei a toalha pra ela não cair e abri a porta em câmera lenta.
Eu conseguia ouvir o som de alguém andando na cozinha!
Se esse filho da puta acha que pode me furtar e sair por isso mesmo, não podia estar mais enganado!
Fui andando bem devagar para a sala, já que meus pés estavam molhados e peguei uma das esculturas de madeira polida do sapo.
Já estava armado e pronto pra dar o bote no filho da puta invasor!
Até que um vulto passa correndo por mim, indo em direção a cozinha.
Era a Yua.
Puta merda, e se ele matar a minha filha?
No que eu me posicionei pra correr eu escorreguei nos rastros de água com sabão que deixei pelo caminho.
A escultura foi pra um lado, a toalha deu uma deslizada e eu caí de cara no chão.
Assim que levantei meramente a cabeça, vi um par de sapatos próximo ao meu rosto.
Eu realmente irei morrer dessa forma?
É assim que irão encontrar o meu corpo na cena do crime?
E a minha Yua? Não a escuto, e se esse cretino fez algo a ela?
Juntei coragem e olhei pra cima.
Preferia não ter olhado.
O vagabundo disse que chegaria super tarde.
Por que o filho da puta do Ran tá parado na minha frente, com a Yua no colo e apontando o celular pra mim?
Agora eu quero morrer.
A morte seria melhor.
Yua, sua traidora!
Me levantei do chão, juntando o resto da minha dignidade. Ajeitei a toalha e voltei pro banheiro.
Vou dormir lá hoje!
Espero que esse sapo venenoso morra engasgado com o ramen.
_________________________________________
Ran não para de bater na porta do banheiro, segurando as risadas enquanto me chama de "pesseguinho".
Pesseguinho é a cabeça da minha pika.
Eu levei um susto do cacete.
Achei que ia morrer.
Achei que iam matar a minha filha!
Mas foi só a merda do meu namorado que resolveu parcelar o trabalho e fuder com minha dignidade.
Ele não vai me deixar esquecer disso tão cedo.
Se eu achar uma única foto referente a hoje, juro que irei descobrir se sapo voa depois de jogar ele da janela.
_________________________________________
Até outro dia, Cúmplice.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário Cúmplice de Kawata Nahoya
FanfictionO que você está fazendo aqui? Não viu que isso é um diário "particular" não, porra? 😁💢