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– Praia é Evidências

Já fazia alguns dias desde a Batalha da Aldeia, e a energia daquele dia ainda tava comigo

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Já fazia alguns dias desde a Batalha da Aldeia, e a energia daquele dia ainda tava comigo. Ver toda a galera de volta, reencontrar o pessoal, sentir a adrenalina... era como se eu tivesse voltado pra mim mesma, sabe? Mas, ao mesmo tempo, também trouxe umas questões que eu não queria lidar. Tipo, Apollo. Mas enfim, foda-se.

Agora, o foco era outro: praia. Jotape, como sempre, tinha inventado uma ideia de última hora, e eu, como boa irmã, fui arrastada junto. Praia próxima de Guarulhos, em Bertioga, uma vibe de relaxar e tirar a poeira das últimas semanas. Não que eu tivesse muito do que reclamar, mas quem ia dizer não pra uma resenha dessas?

Tava no meu quarto, jogando as coisas na eco bag que tinha algumas frases  do Racionais bordadas. Não ia faltar nada – protetor solar, óculos, fones de ouvido, e claro, o meu querido isqueiro da Hello Kitty. Minha bagunça organizada. Escolhi um biquíni rosa tomara que caia, daquele que amarra na frente, porque né, vamos pra praia e eu gosto de me sentir gostosa, sem muita complicação. A saída de tule rosa embaixo, combinando com o biquíni. O rosa minha cor favorita destacava minha pele, e eu sempre curti como ficava em mim.

Do lado, Kakau se arrumava na frente do espelho, passando um gloss no lábio e ajustando o cabelo. A mina era sempre na maior calma, o oposto de mim, que fazia tudo correndo.

– Tá ansiosa pra se afogar Kakau? – perguntei, dobrando uma canga de praia e jogando na bolsa.

Ela deu uma risadinha, passando a mão nos cachos.

– Si fuder Nanda, mas né um pouco de sol, mar... a gente merece. Mas eu tava aqui pensando... – e aí veio a bomba que eu já tava meio que esperando. – O Apollo vai, né?

Parei na hora de arrumar a bolsa, meus olhos encontrando os dela pelo reflexo do espelho. Tava na cara que ela tava jogando essa só pra ver minha reação. Kakau me conhecia melhor do que ninguém. Sabia de tudo que rolava na minha cabeça, até das paradas que eu tentava esconder.

Suspirei, tentando manter a pose, mas já sentia aquele nervoso subindo.

– É, parece que ele vai sim. – Dei de ombros, como se aquilo não fosse mexer comigo. Mas porra, óbvio que mexia.

Kakau virou de frente pra mim, com aquele olhar meio maternal que ela sempre tinha quando o assunto era Apollo.

– Cê sabe, né, Nanda... isso de ‘só amigos’ não cola. Dá pra ver de longe que o clima entre vocês dois ainda tá ali.

Revirei os olhos, meio rindo, meio sem paciência.

– Ah, para, Kakau! Tá na cara que isso já era. Ele seguiu a vida dele, eu segui a minha, tá tudo certo.

Só que nem eu acreditava muito nisso. Foda é que toda vez que alguém falava do Apollo, tudo voltava. Os rolês juntos, os jogos no Morumbi, até as brigas, mano. Tudo.

𝐌𝐀𝐊𝐓𝐔𝐁 ‐ Apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora