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- Recaída
Depois de uma noite como a de ontem. A festa, as risadas, o jeito como a Nanda ria de tudo e nada ao mesmo tempo... Ela sempre teve essa habilidade de iluminar qualquer lugar que estivesse. Só que hoje, algo era diferente.Quando finalmente abri os olhos, já não era mais de manhã. A luz do sol já entrava forte pelas frestas da janela e, pelo horário no relógio, eu diria que já era quase tarde. Mas não foi o brilho do dia que chamou minha atenção. Foi o peso em meu peito.
Mas não um peso ruim, entende? Era aquele peso que te faz sorrir antes mesmo de você saber por quê. Pisquei algumasvezes, ainda meio perdido entre o sono e a realidade, até sentir algo suave em meu rosto. Ao olhar para baixo, a visão era perfeita: alguns cachos espalhados sobre meu peito, cobrindo parte do meu pescoço, e logo percebi que Fernanda estava ali, aninhada em mim, respirando de forma tranquila.
Ela estava aqui, comigo. Dormindo de um jeito tão sereno que parecia quase irreal.
Por um momento, fiquei em silêncio, apenas observando. O rosto dela, relaxado, as feições delicadas que sempre me encantaram. Eu podia ver o leve subir e descer do seu corpo a cada respiração, e, porra, que cena linda.
Ela tá aqui, dormindo e eu tô acordado.
Uma parte de mim ainda não acreditava que aquilo era real. Lembro da vez que ela foi embora e eu fiquei bolado pra caralho. Não sabia o que fazer, como agir, e todas as respostas que eu queria nunca vieram.
Mas ela voltou. Não pra ficar, eu sabia disso. Isso aqui… isso que tá acontecendo agora, foi só uma recaída. A gente tava bêbado, e, porra, não conseguimos resistir. Mas não significa que voltamos. Ela ainda é a garota que foi embora, e eu ainda sou o cara que não sabe lidar com a ausência dela. Tudo isso que rolou... foi como uma daquelas recaídas que te fazem sentir bem na hora, mas depois trazem mais dúvidas do que respostas.
Senti Fernanda se mexer um pouco, e meu peito apertou. Ver ela ali, dormindo no meu peito, me fez lembrar de todas as noites que passamos juntos das mais inocentes até as mais pervertidas. Todas as noites em que a gente brigava por bobeira, mas acabava dormindo junto, como se nada pudesse nos separar de verdade.
Fechei os olhos por um segundo, lembrando de cada complicação Cada briga, cada crise de ciúmes… eu sei que tudo isso a deixava triste. Sei que machucava. Mas, caralho, eu também fiquei mal. O jeito que eu lidava com as coisas... só piorava a situação. Mas é coisa de casal, né? A gente briga, a gente se resolve, a gente finge que tá tudo bem. Até que um dia paramos de fingir.
Minhas mãos se moveram quase sozinhas, deslizando pelos cachos dela, sentindo a textura macia dos fios. Eu adorava fazer isso. Adorava ver o jeito que ela sorria quando eu mexia no cabelo dela.
Minha cabeça tá uma bagunça, e eu não sei o que pensar. Por que diabos a gente faz isso com a gente mesmo? Ontem à noite parecia certo. Quando ela me puxou para aquele beijo, quando ela pediu pra eu ficar, eu não pensei duas vezes. Mas agora… agora eu tô aqui, deitado com ela, e me pergunto: isso é o que eu realmente quero? Ou tô me enganando mais uma vez?
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𝐌𝐀𝐊𝐓𝐔𝐁 ‐ Apollo Mc
Fanfiction𝐌𝐀𝐊𝐓𝐔𝐁, particípio passado do verbo kitab É a expressão característica do fatalismo muçulmano Maktub significa: estava escrito Ou melhor: tinha que acontecer Essa expressiva palavra dita nos momentos de dor ou angústia Não é um brado de revolt...