𝐂𝐚𝐩 10 - Agonia

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P.O.V João Romania:

Cada vez mais eu percebia o quanto estávamos fudidos

Assim que eu e Helena paramos no beco, recebemos a informação pela nossa equipe; estavam atrás de nós, e não eram poucas pessoas

Não sabemos como, mas descobriram onde eu, Helena e Malu estávamos

Entre nossa gangue, somos os mais "temidos", por assim dizer.
Eles não pensariam duas vezes em nos matar

Murilo disse que estava enviando reforços, porque até onde ele tinha informações, tinha mais de 60 pessoas atrás de nós, todas espalhadas pelas redondezas

É, realmente não tem mais lugar seguro aqui

- Já era, provavelmente já nos viram aqui, a gente tem que sair agora João!

Helena quebra o silêncio, tão nervosa quanto eu

- Mas pra onde?! Nenhum lugar está seguro, nenhum! Eles estão por toda parte Helê

- Mas aqui é pior! Principalmente com nós dois!

- Eu acho que pro nosso próprio bem, é bom a gente se separar agora, pra eles terem mais trabalho

- É, você tá certo

- Fica com o telefone e quando conseguir você vai dando avisos!

- Igualmente, Romania

Ri, já que não tínhamos costume de nos chamarmos assim, a não ser em momentos de equipe extremamente formais

- No 3 eu vou pra rua da esquerda e você pra da direita, ok?

- Ok!

- 3...2...1!

E assim, saímos disparados pelas ruas desertas novamente, mas agora, sozinhos

Eu não sinto muito medo nessas situações, mas essa em específico, me pegou muito despreparado

Os passos rápidos e minha respiração ofegante ecoam em meio ao silêncio daquela madrugada

Minha adrenalina começa a correr mais ainda pelo sangue quanto percebo que não estava sozinho naquela rua

Um pequeno deslize de alguma pessoa fez um barulho considerável. Eu não consegui identificar de onde veio tal som, então, só me resta continuar a correr e tentar me esconder

Eu me sentia em uma corda bamba prestes a estourar e se romper, me fazendo cair

Escuto alguns passos, seja lá quem for, andava com uma tentativa de leveza

Agora estou morto mesmo

Antes que eu pudesse reagir, escuto o barulho metálico dos tiros passando por perto de mim

Um zumbido alto acompanha o barulho das balas, cada tiro parecia ser mais alto que outro, fazendo pequenas explosões no ar

Os tiros vieram da minha direita, e por mais que eu não conseguisse enxergar nada além de escuridão, atirei, na esperança de sobreviver

Escuto uma das minhas balas acertar alguém e me sinto aliviado por isso

Em meio ao caos, percebo o motivo da minha provável futura morte; minhas balas acabaram.
Pelo visto minha alegria não dura muito

Tentei correr o mais rápido que consegui e saí daquela rua, indo para a de cima

E novamente eu me sentia como um gato de rua, mas dessa vez, indefeso e assustado com os perigos da noite, tentando ir o mais longe possível

𝐂 𝐎 𝐑 𝐈 𝐍 𝐆 𝐀 - pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora