𝐂𝐚𝐩 34 - Sangue

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P.O.V Pedro Tófani:

A adrenalina começa a correr pelas minhas veias quando dou o primeiro passo adentro do lugar escuro.

Eu estava atento a tudo, a cada movimento e cada som. Tanto que cada passo meu parecia soar alto demais comparado ao silêncio do lugar, mas infelizmente, não tem como definir esse volume.

Bom, além de escura, aquela construção também era gigante; a cada lugar que eu passava, tinha uma sala diferente, mas todas pareciam trancadas e apagadas. Isso só vai me complicar mais.

Eram muitos lugares pra procurar, e muitas coisas pra observar e focar ao mesmo tempo. E em meio à atenção e cuidado, encontro um homem armado desconhecido por mim, e com roupas totalmente pretas.

Ele estava de costas pra mim, então dessa vez, a vantagem era minha.
Tiro cuidadosamente o meu canivete do bolso, vendo sua lâmina brilhar à luz fraca de uma pequena lâmpada que havia ali. Me aproximo e conto mentalmente até três;

No três, avanço rapidamente pra cima do homem, fincando a ponta da faca em seu peito, mais especificamente, em um ponto vital.

Ao retirar a faca, ele cai no chão, e eu me agacho, conferindo a respiração dele; bom, ele estava morto.

J'espère que tu souffriras moins loin d'ici, si tu le mérites...

"Espero que você sofra menos longe daqui, se você merecer"

Sussurro ainda agachado, pegando a arma que antes estava em sua mão; a mesma estava com uma pequena rachadura em baixo, e por precaução, tiro a munição dela e coloco em meu bolso.
Jogo a arma longe mas no mesmo momento, me arrependo ao escutar o som metálico e alto dela caindo sobre o chão de concreto.

Saio rapidamente dali, acelerando mais ainda a velocidade de meus passos, e agora, conferindo cada porta entreaberta.
Ao virar uma esquina, vejo uma sala com uma iluminação que se destaca, e me aproximo lentamente, ouvindo duas vozes ali dentro. Nenhuma delas era do João, mas aquilo iria me ajudar.

Em um movimento rápido, entro na sala, e na mesma velocidade, os dois homens olham pra mim em completa surpresa. Antes que eles pudessem agir, nocauteio um deles com um forte golpe na cabeça, fazendo ele desmaiar. O outro, alcança sua arma, mas saco a minha primeira e dou um único tiro em seu ombro, fazendo ele cair e soltar um grito rápido e abafado de dor.

Me aproximo do cara ferido, me agachando no chão e o segurando pela gola da camiseta.

— Por favor, não me mata!
Sua voz era trêmula e desesperada.
Babaca.

— Onde ele está?!

— Eu não sei! Talvez no porão! É lá onde eles mantêm os reféns!
Respiro fundo.

— Eu ainda não irei te matar, mas caso chame alguém, eu não terei piedade alguma a respeito de seus batimentos cardíacos e dores.
Ele assente com a cabeça, extremamente assustado e eu seguro um sorriso. Eu sei dar medo quando quero fazer isso.

Saio da sala e fecho a porta, pra que ninguém visse os dois homens caídos
Pego meu walkie-talkie, avisando a equipe de onde João poderia estar e desligo novamente o aparelho.

Rapidamente, começo a procurar por onde seria o tal "porão".

Meus passos continuam acelerados, e meu peito começa a apertar por conta do nervosismo. Cada minuto ou segundo parece me desesperar mais, porque quanto mais tarde eu chegasse, mais perigoso seria pra João.

Ele tem que sair dessa vivo.

O som baixo de meus sapatos relando no chão frio começam a ficar tão altos que ultrapassam o som alto e forte do meu coração batendo dentro do peito.

𝐂 𝐎 𝐑 𝐈 𝐍 𝐆 𝐀 - pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora