𝐂𝐚𝐩 18 - Ódio?

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P.O.V João Romania:

O que foi isso?!
O que eu acabei de fazer?!
Por que eu fiz isso?!

Olho no espelho meu rosto completamente avermelhado enquanto eu andava de um lado pro outro no pequeno cômodo

Caralho, que vergonha

Tá João, eu sei que você costuma usar toque físico pra ajudar os outros, mas você sabe com quem estava lidando, porra?!

Ele nunca vai esquecer disso, e eu nem tô falando de uma forma boa

Ele vai usar isso pra me irritar por séculos!

Respiro fundo e continuo na tentativa de fazer minha mente absorver um pouco da situação

Nada faz sentido, nem o jeito que eu o tratei, nem o abraço, nem nada!

Eu não costumo demonstrar carinho assim! Só faço isso com a Malu e fazia com a Bela quando era menor

Eu acho que nunca tinha visto alguém tão vulnerável quanto ele estava naquela hora

Em meio a tantas questões, uma ideia brilha forte

Pego meu telefone e ligo pra Malu, que por sorte, atende rápido

- Maria Luísa, diz que você está em casa, por favor!

- O que aconteceu? É ruim?

- Muita coisa. Assim, não muita, mas algo que eu poderia considerar como muito. Não sei se "ruim" seria a palavra certa, ninguém morreu ou se machucou

Falo um pouco rápido, e a morena ri da minha situação

- Ótimo, tô com medo do que vai vir mas tô em casa, te esperando

- Daqui uns 30 minutos eu chego aí!

Desligo a chamada e jogo uma água no rosto, tentando diminuir pelo menos um pouco a vermelhidão da área

Respiro profundamente e saio do banheiro, ajeitando minha postura e indo até onde Tófani estava

- Já tá tudo ajeitado, acho que terminamos aqui

O garoto diz enquanto toma um gole de água

- É, foi o suficiente por hoje

Muito mais do que o suficiente, na verdade.

Não falamos mais nada, só fomos até o carro e entramos

Eu fui dirigindo, já que meio no automático entrei no banco do motorista. Pedro não ligou

O caminho foi totalmente silencioso. Não sei o que se passava na cabeça do garoto ao meu lado, mas na minha o caos estava instalado

Depois de um tempo, chegamos de volta á sede, pra buscar nossas coisas e nossos carros pra finalmente irmos embora

Já estava quase de noite e apenas eu e ele estávamos lá dentro

Ainda meio voado, sento no sofázinho que fica dentro da sala de reunião, com a cabeça apoiada na minha própria mão e olhos fechados

O clima gelado da sala, por conta do ar condicionado, me transmite um pouco de conforto

Só peço mais um minuto pra raciocinar, por favorzinho

- João, você tá legal?

Continuo de cabeça abaixada e olhos fechados, mas respondo

- Tô, tô sim... É só dor de cabeça. Deve ser o cansaço

Continuo numa tentativa falha de me pôr no lugar

Em pouco tempo, sinto as mãos do garoto em meu rosto e abro meus olhos, ocasionando uma troca de olhares que foi ignorada pelo moreno

𝐂 𝐎 𝐑 𝐈 𝐍 𝐆 𝐀 - pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora