𝐂𝐚𝐩 24 - A cada batida

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P.O.V João Romania:

Caminho por uma das ruas mais movimentadas da cidade, mas me sinto obrigado a parar e olhar pro telefone quando escuto a sexta notificação seguida.

Mesmo que seja importante, eu tô pouco me fudendo! Não quero responder ninguém que não seja a Malu hoje!

Ligo o telefone, e vejo o nome que brilhava na minha aba de notificações:

Instagram

@pedrotofani

-joão, onde vc tá?
-vitor
-porra, Romania
-cara, é sério, o carro tá aq
-eu quero ir embora daq
-romania, vc vai a pé!

Puta merda.
Eu saí andando para o mais longe possível dele, sendo que viemos na mesma porcaria de carro!

Eu não quero ver ele de novo tão cedo.
Eu não posso ver ele de novo tão cedo!

Minha casa fica a quilômetros de distância. Não dá pra ir a pé!

Merda, merda, merda!

Respiro fundo e respondo a mensagem com o máximo de paciência possível:

"-Fui um pouco longe, mas daq a pouco estou aí."

"-estou a espera, Vitor."

Minha única vontade naquela hora era sumir.

Eu.
Beijei.
Ele.

Cacete! Como isso aconteceu?!

Antes de voltar pro ginásio, mando uma mensagem pra Malu:

"eu preciso te contar algo pessoalmente e agora. É muito urgente, muito importante e muito chocante"

Ela me responde, felizmente, bem rápido:

"é tarde da noite João. uma dica! pelo menos uma!"

Sinto meu coração disparar ao digitar a mensagem:

"1-eu. 2- pedro tófani. Consegue ir na minha casa daq uns 40 minutos?"

Guardo o telefone no bolso e escuto o mesmo apitar com notificações. Não preciso olhar se ela confirmou, eu sei que ela vai ir pra lá, ela não perderia essa história.
Pensando bem, Malu vai morrer assim que descobrir!

Um pouco antes que minha mente exploda de novo, volto a andar, mas desta vez, pro lado contrário ao que eu estava indo.

João, se acalme. Não foi nada, ok?

Acho que foi só calor do momento! Quer dizer, para mim, foi um pouco de atração física, mas pouco!

Ele é uma pessoa bonita, solteira e minimamente legal. Que mal faria?

Porra! Muito mal, muito!

Ninguém pode saber. Só Malu, apenas ela!

Acelero o passo, querendo chegar o mais rápido possível na casa da garota.

Eu só quero tirar tudo isso da minha cabeça!

Alguns longos minutos depois, chego ao ginásio e vou até onde tinha deixado o carro estacionado.

Ao achar o carro, vejo Palhares encostado no carro, de braços cruzados, olhando pra uma das árvores que tinha ali por perto.

As mechas onduladas de seu cabelo ainda estão um pouco bagunçadas.

Não sei quanto tempo fiquei reparando nele, e pra ser sincero, também não percebi quando ele começou a me olhar de volta.

— João? Você vai ficar aí?

𝐂 𝐎 𝐑 𝐈 𝐍 𝐆 𝐀 - pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora