Cap. 10 - O beijo

21 1 0
                                    

Notas Iniciais: Vamos que vamos amores!

Sou louco por você, tente entender, que se eu respiro é por te amar.
Você me faz tão bem, me faz ir além
Você me faz crescer, me faz sonhar.
— Saudade de Você, Zé Felipe.

...

A noite caía serena na Floresta. Lágrimas rolavam pelo rosto de Malena como uma cascata. Ela ouviu Avon lhe chamar, mas não voltou para trás, nem sequer se limitou a olhar.

Ela nunca gostou de brigar com a mãe, mas ficou horrirazada quando soube que sua mãe tentou lhe matar dentro do próprio ventre. Como soube disso? Bom, ela ouviu uma conversa entre sua Mãe e Avon, o irmão mais velho.

Ela não conseguia nem processar seus pensamentos direito. Até porque, o que acabou de ouvir não lhe permitia exigir tanto de seus pensamentos.

" — Malena tem se mostrado uma mulher forte e inteligente, mãe. — disse Avon.

— Verdade filho! Sinto tanto orgulho dela que me dói pensar que um dia eu cheguei a pensar em não a ter. Sabe a minha alma dói até hoje quando me lembro do dia em que tomei aquelas ervas abortivas. Tive sorte de não ter perdido minha princesa. "

Aquelas palavras da mãe estavam martelando sua mente, revelando para Malena uma raiva insana, que ela nunca sentiu em toda sua vida.

Ela andava apressadamente em direção ao seu quarto quando o viu. Legolas vestia roupas élficas elegantes da cor marrom, mas que pareciam extremamente confortáveis.

A expressão do princípe demonstrou preocupação ao ver o estado da, até então, amiga. As mãos dele a seguraram pelos braços e a puxaram para mais perto, prendendo ela em um abraço apertado e quentinho.

— O que aconteceu, ruivinha? Porque você está assim? — perguntou ele, acalentando-a.

Malena enfiou o rosto em seu pescoço, sem se importar que suas lágrimas o molhassem. Era assim que ela fazia com seu irmão, Irã.

— É que eu ouvi minha mãe dizer uma coisa horrível, Legolas. — disse ela, sem o olhar nos olhos e em meio ao soluço.

— Quer me contar? Se quiser, saiba que eu estou aqui para te ouvir.

Ela se afastou e o olhou, como que em súplica para que ele a ouvisse.

— Eu quero te contar, mas pode ser no meu quarto. É que é um lugar mais reservado. Não pense o mal de mim, por favor, Legolas.

— Nunca irei pensar o mal de você, querida. Vamos.

Ela o guiou até seus aposentos. Eles entraram e ela encostou a porta devagar . Sentou-se na cama e convidou Legolas para fazer o mesmo.

— Diga-me, o que aconteceu?

— É que eu escutei a minha mãe dizer que tentou me matar quando eu estava ainda no ventre.

— Por Eru! Como ela pode?

— Eu não sei, Legolas. Ela estava dizendo que se arrependia, mas isso ainda assim me causou muita dor. Senti que eu não sou realmente amada por niguém.

Legolas a olhou e sentiu seu interior se revoltar. Ele olhou para seus olhos verdes e tocou seu rosto. Viu sua pele corar e sentiu ela esquentar sob seu toque.

— Legolas, você também acha isso? Acha que eu não sou amada por ninguém? — perguntou ela, com um olhar marejado e dengoso.

— Não, pequena, eu não acho isso. Pelo contrário, eu acho que você é uma pessoa que é muita amada e querida por todos.

Legolas fez carinho no rosto dela e viu ela aproximar-se para se aconchegar em seus braços.

Ele lhe acariciou os cabelos e o rosto depositando um beijo na bochecha dela. O que fez ela tranquilizar-se um pouco mais.

Ele viu os olhos dela avermelharem e aquela aura voltar. Porém, estava diferente. Não tinha mais um brilho intenso, mas sim melancólico. Ele sentiu algo pingar em seu colo e viu que era sangue. Malena limpou o nariz rapidamente, na tentativa de que ele não percebesse. Tentavia essa que foi totalmente em vão.

Malena levantou o olhar para ele e sorriu. Os dois estavam tão próximos e sozinhos. Legolas sentiu uma chama em seu interior acender-se e pensou que não teria outra oportunidade como aquela. Os lábios dela o convidavam, chamavam ele para um beijo.

E em um ato impulsivo e descontrolado, ele a beijou. Percorreu cada canto de sua boca e a saboreou como se não houvesse nada mais importante do que isso. Como se desejasse se entregar para ela. Como se amasse ela de uma forma que nunca amou ninguém antes.

Malena agarrou sua nuca, deixando-se levar pelo calor do beijo. Legolas lhe agarrava pela cintura, enquanto continuava a lhe beijar.

Quando sentiu seu ar falhar, ela parou. Desconhecia o sentimento que estava sentindo, mas sabia de uma coisa: a partir dali ela e Legolas não seriam os mesmos um com o outro.

— Desculpe-me Malena! Esse... esse beijo foi... foi um erro! — disse Legolas, pondo-se de pé.

— O que?! — perguntou Malena, alterando a voz e agarrando o braço do princípe. — Também me acha um erro, Legolas? Também se arrepende em relação a mim?

Os olhos verdes dela marejavam, fazendo o princípe sentir um pouco de remorso do que havia acabado de dizer.

Legolas agarrou Malena pela cintura, fazendo a moça arrepiar-se com seu toque.

— Não, Malena, você não é um erro e eu não me arrependo de você. Eu só não quero que entenda que estou me aproveitando de seu estado frágil.

— Eu não penso isso de você, Legolas. Pelo contrário, eu gostei tanto do beijo. Sabe, é primeira vez que beijo a boca de alguém e foi muito especial.

Legolas sorriu e a beijou novamente. Não queria parar de a beijar tão cedo. Seu gosto era doce, como o mel.

Malena - EM ANDAMENTO DE CORREÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora