Cap.1 - O NOVO ALUNO

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Um ano trás

Sinto a brisa do vento passando pelos meus cabelos, o som dos pássaros voando acima de mim, meus pés tocando a terra fofa. Com os olhos fechados, sinto a serenidade do campo verde ao meu redor, um lugar onde ninguém, exceto eu, existe. Sinto-me livre, onde o impossível é possível, e o céu, com suas cores vibrantes, ilumina a paisagem ao meu redor.

Mas, de repente, uma brisa fria me consome, transformando o lugar iluminado em algo sombrio e envolto em névoas. Os pássaros que cantavam se transformam em corvos, seus cantos agora assustadores. Viro-me e vejo quatro sombras paradas à distância. Não consigo ver seus rostos, mas a sensação de que me aproximar significaria meu fim é avassaladora. De repente, as sombras desaparecem na névoa, deixando-me só com o som crescente de um despertador tocando.

Acordo ofegante, desligo o despertador às 6 da manhã e me sento na cama, tentando afastar o sonho que mais parecia um pesadelo. Levanto-me sonolenta para me preparar para a escola. Estudo em um colégio privado que foi uma antiga mansão de um duque, onde só pessoas de nome estudam, como eu. Meu pai é um dos homens mais influentes do país, sempre trabalhando duro para nos proporcionar o melhor. Ele é a minha inspiração, sempre presente quando preciso desabafar. Já minha mãe é uma mulher linda e elegante, mas é com o meu pai que compartilho meus segredos.

Saio do meu quarto pronta para o dia e vou até a mesa onde meus pais estão tomando café. 
— Bom dia, filha — diz meu pai. 
— Bom dia, pai — respondo, sentando à mesa. 
— Dormiu bem? 
— Não muito, mas estou disposta — digo, tentando soar animada. 
— Filha, não se esqueça de que hoje vamos ao shopping. Preciso comprar umas coisas e quero companhia — avisa minha mãe. 
— Tudo bem, mãe, mas não podemos demorar, tenho aula de dança. 
— Não vamos demorar, prometo. 
— Tá bom, eu preciso ir para a escola agora. Até mais. 
— Tchau, filha — dizem meus pais.

Chego ao colégio e vou direto ao meu armário para pegar minhas coisas

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Chego ao colégio e vou direto ao meu armário para pegar minhas coisas. Quando fecho a porta, levo um susto ao ver Louis, meu melhor amigo, parado ali. Ele é magro, alto, tem olhos castanhos e cabelos escuros, e sua pele é pálida. 
— Meu Deus, Louis, precisa me assustar assim? 
— Desculpa, achei que você tinha me visto — ele diz, rindo. 
— Eu estava pensando longe daqui. 
— Nada surpreendente — responde ele, sarcástico. 
— Muito engraçado. — Respondo, enquanto caminhamos pelos corredores. 
— Você viu o aluno novo? — pergunta ele de repente. 
— Não vi. 
— Ele chegou ontem, e já está dando o que falar. 
— Por quê? 
— Dizem que ele foi expulso da última escola por... sei lá, ninguém sabe ao certo. 
— Isso soa meio assustador. 
— Bom, dizem que ele é meio estranho, fica sempre sozinho, observando todo mundo. Vai que ele é um psicopata à espreita, né? — Louis brinca, mas o tom é meio sombrio. 
— Ah, tá bom! Então você seria a primeira vítima! — brinco, rindo. Louis ri também, mas a atmosfera é estranha.

Entramos na sala e nos sentamos, esperando o início da aula. Eu estava conversando com Louis quando a porta se abriu, e o aluno novo entrou. Ele era alto, com cabelos escuros e bagunçados, pele pálida e um olhar vazio que fez um calafrio percorrer minha espinha. Havia algo de muito errado com ele, algo que não conseguia definir. Louis cutuca meu braço. 
— Esse é o novo aluno, Alex. Meio esquisitão, né? 
— É, dá pra ver.
— Te falei!

Alex se senta no fundo da sala, sozinho, e durante toda a aula sinto seu olhar sobre mim. Seu olhar era gélido, como se ele pudesse ver além da superfície. Tentei ignorar, mas a sensação de desconforto não passou.

Depois de um dia estranho, chego em casa, jogo minha mochila no chão do quarto e vou direto para o banheiro tomar um banho antes de sair com minha mãe

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Depois de um dia estranho, chego em casa, jogo minha mochila no chão do quarto e vou direto para o banheiro tomar um banho antes de sair com minha mãe. A aula de dança, que viria depois, é a melhor parte do meu dia. Dançar sempre foi minha paixão; desde os cinco anos, quando comecei no ballet, nunca parei. É a única coisa que acalma minha mente.

Depois de uma rápida ida ao shopping com minha mãe, finalmente chego na sala de dança. Enquanto me alongo, uma das minhas colegas começa a falar.
— tenho uma amiga que trabalha no Fright Night Park, um evento de Halloween na Transylvania, Lá é simplesmente incrível. — disse ela.
Tudo naquele parque é incrivelmente real, desde as fantasias até as coreografias assustadoras. Ouvir sobre esse lugar só me faz querer dançar ainda mais, talvez até um dia ir lá.

 Ouvir sobre esse lugar só me faz querer dançar ainda mais, talvez até um dia ir lá

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Mais tarde, já em casa, depois de um banho relaxante, recebo uma mensagem de Louis. Ele quer ajuda com a atividade que o Sr. Carter, tinha passado para nós. E a lembrança do olhar de Alex pela manhã me causa arrepios. Louis pode estar certo; quem sabe ele realmente é um psicopata à procura de sua próxima vítima? Essa ideia me perturba, mas deixo isso para lá. Preciso descansar para o dia seguinte.

Acordo com o sol entrando pela janela e me preparo para a escola. Saio de casa, só me despedindo da minha mãe, já que meu pai saiu cedo para trabalhar. E então vou para a escola andando pelos corredores, e ao abrir meu armário, sinto que algo mudou. Uma sensação de que tudo está prestes a piorar toma conta de mim.

E tudo mudou depois disso.

Fright Nights Where stories live. Discover now