cap.3 - SILHUETAS NO ESCURO

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Um ano atrás

Naquela noite, o sono não veio fácil. Virei de um lado para o outro na cama, minha mente inquieta, presa nas palavras daquela carta. Quem estava me observando tão de perto? E como essa pessoa sabia tanto sobre mim? A ideia de que alguém desconhecido sabia cada detalhe da minha rotina me fazia sentir exposta, como se eu estivesse sendo vigiada a cada segundo.

Na manhã seguinte, coloquei meus fones de ouvido e decidi caminhar até a escola. Precisava de ar fresco para clarear a mente, mas parecia que a tensão não me deixava em paz. A cidade se movia ao meu redor, mas eu me sentia desconectada de tudo, como se o mundo estivesse girando sem mim. Fui direto para a biblioteca; precisava de um lugar tranquilo para pensar.

Enquanto passava pelos corredores silenciosos, meus pensamentos eram interrompidos por cada som, cada movimento suspeito. Sentei-me em um canto isolado e abri meu notebook mais uma vez, determinada a descobrir mais sobre Alex. Precisava entender por que ele parecia tão interessado em mim, e por que tinha sido expulso da escola anterior.

Comecei a vasculhar registros de alunos antigos, mas não encontrei nada de útil. A frustração aumentava, até que uma mensagem anônima apareceu na tela, como se alguém estivesse me vigiando naquele exato momento.

"Você está indo pelo caminho errado, Aria. Não vai encontrar respostas onde está procurando."

Fechei o notebook rapidamente, meu coração batendo descompassado. Quem estava mandando essas mensagens? O medo misturado com a raiva me consumia. Sentia como se estivesse sendo manipulada, levada para um jogo que eu nem sabia que estava jogando.

Assim que o sinal para a próxima aula tocou, me levantei apressada e fui para a sala, tentando ignorar a sensação de que todos ao meu redor poderiam ser o autor das cartas. Cada rosto parecia suspeito, cada olhar era uma possível ameaça. No corredor, me deparei com Alex, encostado na parede como se estivesse me esperando.

— Você está bem? — ele perguntou, sua voz calma demais para alguém que parecia estar no centro de tudo.

— Estou ótima, por que pergunta? — respondi, tentando soar indiferente, mas minha voz saiu mais trêmula do que eu gostaria.

— Nada, você só parece... distraída. — Ele deu de ombros, mas eu sabia que havia algo por trás de suas palavras, algo que ele não estava dizendo.

A aula passou devagar, cada minuto parecia se arrastar enquanto eu tentava focar no que o professor dizia. Quando finalmente o sinal tocou, saí rapidamente, mas fui parada por um bilhete que alguém deslizou na minha mesa.

"Não confie em Alex. Ele sabe mais do que aparenta."

Lá estava, mais um aviso que só me deixava ainda mais confusa. Tudo parecia girar ao redor dele, mas não fazia sentido. Alex era só um aluno novo, quieto e sem redes sociais, mas algo não se encaixava. Peguei o bilhete e guardei no bolso, decidida a confrontá-lo mais tarde.

No caminho de volta para casa, senti que estava sendo seguida. Olhei para trás várias vezes, mas não vi ninguém. As ruas pareciam mais vazias do que o normal, e cada passo que eu dava ecoava como um alerta em meus ouvidos. Quando finalmente cheguei em casa, tranquei a porta e respirei fundo, tentando acalmar meus nervos.

Sentei-me na cama, puxei o notebook mais uma vez e, hesitante, abri minha caixa de entrada. Lá estava mais uma mensagem anônima, como se quem quer que fosse soubesse exatamente quando eu estaria online.

"Tudo vai fazer sentido em breve, Aria. Apenas espere."

Fechei o notebook com raiva, meu coração martelando no peito. Eu não ia esperar. Eu ia descobrir quem estava fazendo isso, e quando o fizesse, essa pessoa iria pagar caro por brincar comigo.

Fright Nights Where stories live. Discover now