Cap.2 - ADEUS AO PASSADO

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Atualmente...

Acordo com a luz suave no meu rosto, lembrando que dia é hoje: o dia em que finalmente vou embora deste lugar maldito. Desde aquele fatídico dia, essa cidade nunca mais foi a mesma para mim. Esperei um ano inteiro para este momento, para poder sair daqui e, se depender de mim, nunca mais voltar.

Olho ao redor, sabendo que é a última vez que vou dormir neste quarto, a última vez que vou passar por esses corredores que um dia chamei de lar. Agora, vou recomeçar minha vida em um lugar onde ninguém conhece meu passado, onde os fantasmas que me atormentam ficarão para trás, ainda que nunca me deixem em paz.

Desço as escadas com minhas malas, meu pai me ajuda com o peso enquanto minha mãe aparece na sala. Seu semblante é uma mistura de dor e conforto. Ela abre os braços para me abraçar e eu retribuo com o mesmo carinho, sentindo o calor familiar pela última vez.

— Minha querida, sentirei tanta sua falta — diz ela com uma voz doce, mas consigo perceber a tristeza por trás de suas palavras. 
— Eu também, mãe. Vou ligar sempre e vocês podem me visitar quando quiserem. 
— Sim, claro — responde ela, se afastando do abraço, os olhos brilhando com lágrimas contidas.

Saio pela porta de casa com meus pais e entrego minhas malas ao motorista. Enquanto ele coloca tudo no carro, eu me viro para me despedir.

— Tchau, mãe. Tchau, pai. Amo muito vocês. 
— Tchau, filha. Sentiremos muita sua falta — diz meu pai, e nos abraçamos uma última vez, todos juntos.

Paro na porta do carro e olho ao redor por um instante, gravando cada detalhe em minha memória. Respiro fundo antes de entrar, e quando o carro começa a se mover, olho pela janela, vendo pela última vez a paisagem que conheço tão bem: as árvores gigantes alinhadas nas estradas, os bosques que margeiam as ruas, e, ao longe, minha antiga escola.

A construção medieval ainda se ergue imponente, com suas paredes que lembram castelos de um tempo esquecido, e o penhasco que desce abruptamente até o mar. A visão me puxa de volta para aquele dia. O dia em que tudo mudou para sempre.

 O dia em que tudo mudou para sempre

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Um Ano Atrás

estava nos corredores da escola, meus pensamentos dispersos entre provas e tarefas, quando abro meu armário e noto algo inesperado: uma carta. olho ao redor, procurando algum sinal de quem poderia ter deixado aquilo ali, mas o corredor estava vazio, como se o autor da mensagem tivesse desaparecido sem deixar rastros. Com o coração acelerado,  abro a carta, curiosa e inquieta.

"Eu gosto de ouvir o som da tua voz, ela parece silenciar todo esse barulho que carrego em mim."

Ao terminar de ler, sinto  uma mistura de surpresa e inquietação. Quem teria enviado? Um admirador secreto? Uma brincadeira de mau gosto? Nunca tinha recebido uma carta antes e agora minha mente não conseguia parar de imaginar quem poderia ser o autor daquelas palavras. Enquanto estava perdida em meus  pensamentos, Louis apareceu ao meu lado, interrompendo minhas  divagações.

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